Livro Morte no Paraíso - a Tragédia de Stefan Zweig

brochura; bom estado geral; ilustrado; sinais naturais de uso e do tempo; leves marcas nas bordas; pequenos pontos de oxidação; livre de comprometimentos. BR

SKU: 29862142. Condição: USADO. Acabamento: Brochura. Brochura, em bom estado, sem rasuras, cortes escurecidos, manchas de acidez, assinatura.

SKU: 26314937. Condição: USADO. Acabamento: Brochura, Página: 734. Livro brochura, com assinatura e data à caneta mais carimbos nas folhas de ante rosto/rosto, amarelecimento do corte, miolo limpo. No aspecto geral, conservado.

SKU: 29596296. Estoque. Corte amarelado. Sem grifos. Páginas amareladas. Nome rabiscado na segunda folha.

SKU: 27793265. Condição: USADO. Acabamento: Brochura, Página: 476. Em bom estado, marcas de armazenamento e manuseio, parte interna e externa da capa e contracapa, bordas e páginas amareladas devido a ação do tempo, extremidades da capa, contracapa e lombada desgastadas, pequeno rasgo na lombada, rabiscos à caneta na primeira página - Subtítulo: A Tragédia de Stefan Zweig

43/02 - Morte no Paraíso: Tragédia de Stefan Zweig - 2ª Edição - Livro com cortes amarelados, desgastes na capa e lombada, 475 p.

43/02 - Morte no Paraíso: Tragédia de Stefan Zweig - 2ª Edição - Livro com cortes amarelados, desgastes na capa e lombada, 475 p.

livro em bom estado c aparecimentode ferrugens entorno das paginas s prejudicar a leitura cx195f

SKU: 29470574. Condição: USADO. Acabamento: Brochura, Página: 475. Isento de grifos e rasuras. Capa e laterais das páginas com sinais de uso. Páginas amareladas devido a ação natural do tempo. Bordas com sinais de manuseio.

Bom estado, sem grifos ou rasuras. Páginas amareladas.

Livro brochura com sinais de manuseio, páginas amareladas e com pontos de oxidação, leitura livre e desimpedida. Contém anotação na folha de rosto. Miolo e lombada firmes. Para mais fotos e detalhes, entre em contato!

SKU: 29174775. Condição: USADO. Acabamento: Brochura, Página: 475. Livro em bom estado de uso e conservação, sem grifos e anotações. Corte amarelecido. Páginas levemente amarelecidas (as primeiras folhas, e as últimas, exibem pequenos pontos de oxidação). Miolo íntegro. Lombada com pequenos sinais de desgastes. A capa e a contracapa apresentam pequenos amassados nas bordas. Brochura.

Código: 2535694 Nota: A presente obra encontra-se em bom estado de conservação, contém, apenas, algumas manchas amareladas causadas pelo tempo. Ano: 1981 Nº de páginas: 475 Formato: 14 x 21 Editora: Nova Fronteira Conservação da capa: Bom Estado Conservação do miolo: Bom Estado Acabamento: Brochura Idioma: Português

Razoável Desgastes No Exterior Do Livro Borda E Folhas Amareladas

ano 1981- livro usado - pouco manuseio - 2a. . edição - descarte de biblioteca - com carimbo interno e anotação a caneta livro usado - capa brochura - lombada branca - formato 14x21 cm . - com 475 pp - - em bom estado geral - capa e miollo limpos- - dez 22 - bibl. red. painel.

Ano 1981, 1a Ed., 475 pags., 1021gr., 1vols., Idioma: Pt, Capa: sinais de uso; , Miolo: sinais de uso; carimbo na folha de rosto; - Obs.: Cortes amareladios. Na 1263.

Livro em bom estado de conservação, cortes pouco escurecidos, miolo em bom estado de conservação, 475 pág. Ref 018876

Bom Estado Borda E Folhas Amareladas Sinais Manuseio, Nada Que Interfira Na Leitura

Revista em otimo estado G 55

Livro brochura 475 pág. com pequeno defeito nas páginas 467 até 474 na parte de baixo, corte das folhas, capa e lombada preservadas, as páginas limpas e sem grifos, sem rasuras e sem anotações, leo.

Livro brochura 475 pág. com pequeno defeito nas páginas 467 até 474 na parte de baixo, corte das folhas, capa e lombada preservadas, as páginas limpas e sem grifos, sem rasuras e sem anotações, leo.

SKU: 25883779. Livro Usado, No geral está conservado. Qualquer dúvida, estamos a disposição. Att, Equipe Maciel Livros

Trinta anos após a primeira publicação, é possível afirmar: com Morte no Paraíso, Alberto Dines conseguiu escrever uma obra única, inigualável e indispensável, um daqueles livros que ilumina uma vida – a do biografado – e justifica outra, a do seu autor. Verdadeiro guardião do legado de Stephen Zweig, o jornalista Alberto Dines traça, nesta que é a quarta edição revista e ampliada do livro, a trajetória daquele que foi um dos autores internacionais de maior sucesso na primeira metade do século XXI, a partir de farto material bibliográfico, dados inéditos, detalhes revistos e nova iconografia. Ao mesmo tempo, faz um panorama da Viena do período, da ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra Mundial, do drama dos refugiados e do Brasil na Era Vargas. Trabalho de uma vida inteira, Morte no Paraíso começou a germinar na cabeça de Alberto Dines aos oito anos de idade ? quando Stefan Zweig visitou a Escola Popular Israelita Brasileira Scholen Aleichem em que ele estudava, em Vila Isabel ?, e só se encerrou [será mesmo?] em 2012, quando Dines já festejou seu octogésimo aniversário. Um fértil relacionamento de mais de setenta anos que apresenta uma curiosidade invulgar: ninguém conviveu com Stefan Zweig por mais tempo que Alberto Dines, nem mesmo o próprio Zweig, falecido logo após completar 60 anos de idade.Seria fácil classificar essa devoção extraordinária de “obsessiva”, mas isso seria tão simplista quanto equivocado tendo em vista o fato de que a dedicação de Dines ao seu biografado não se afasta em momento algum da objetividade. Dines não escamoteia nem atenua nenhum dos defeitos e nenhuma das limitações de Stefan Zweig, de uma forma tal que em determinado momento o leitor se sente tentado a discordar dele em relação ao talento literário de Zweig, que ele parece considerar com rigor excessivo ao lhe negar a condição de “gigante da literatura”. Mas somos levados a perdoar-lhe quando ele afirma que “escritores considerados ‘maiores’ não resistem às releituras; Zweig tido por alguns como ‘menor’, cresce com elas. Tem sempre algo de novo a dizer às novas gerações”. Dines biografou um biógrafo que até hoje figura nas listas europeias dos melhores da literatura, que marcou um estilo de escrita e de vida – usava ternos brancos, sapato de bico fino, chapéu gelô ou Panamá. Que foi amigo de Freud, Romain Rolland, James Joyce e Thomas Mann. Dines captou um pedaço da história capaz de explicar o mundo de hoje, que Zweig não esperou para ver.Morte no Paraíso não é apenas a biografia de um escritor expatriado e infeliz, e sim um retrato de um mundo em transformação, e uma biografia do próprio Brasil na Era Vargas, quando o pêndulo das preferências políticas pendia mais para o lado do fascismo que da democracia. Situação que o próprio Zweig ajudou a corrigir sem o saber, levando-o a pender para a direção oposta com seu próprio suicídio, gesto paradoxal e incompreensível de quem renega o futuro naquele que ele mesmo contribuiu para popularizar como “país do futuro”.Todo suicídio desconcerta e intriga, mas em termos do suicídio de um intelectual judeu, o de Stefan Zweig só é menos paradoxal do que o de Walter Benjamin na fronteira da França com a Espanha, que ele acreditava intransponível, mas foi cruzada sem problemas por todos os companheiros de fuga no dia seguinte ao de seu gesto extremo. Ambos morreram às vésperas da redenção e a aparente inutilidade de seus sacrifícios contribuiu para a criação da aura mística que os envolve até hoje. E pensar que foi Stefan Zweig quem declarou: “A política passa, as artes permanecem... a história prova que, em tempos intranquilos, artistas trabalham com maior concentração” [Dines, p. 240]. Contudo, ele próprio admitiu ser “demasiadamente impaciente” em seu bilhete de suicídio. Neste tocante documento, por ele burocraticamente intitulado “Declaração”, Zweig escreveu também: “A cada dia aprendi a amar este país, mais e mais. Em parte alguma eu poderia reconstruir minha vida agora que o mundo da minha língua está perdido e o meu lar espiritual, a Europa, autodestruído.” Com efeito, conforme comprova Dines, Zweig amou genuinamente nosso país, ao contrário do que afirmam aqueles que consideram Brasil: país do futuro uma obra propagandística destinada a lhe garantir o conforto de um asilo político prestigioso em tempos de guerra. O que verdadeiramente desiludiu Stefan Zweig não foi a perda de sua bela propriedade (repleta de preciosas coleções de arte, partituras e manuscritos), das inúmeras amizades que tão bem soube cultivar, ou até mesmo do prestígio que desfrutava na qualidade de um dos mais lidos e respeitados escritores em língua alemã. O que mais o desesperou foi a usurpação do idioma que dera origem a tantas obras literárias, poéticas, filosóficas e dramatúrgicas pela mais completa e (acreditava ele) irreversível barbárie. Zweig não se suicidou por estar condenado ao exílio, e sim por se acreditar condenado ao silêncio.

      Trinta anos após a primeira publicação, é possível afirmar: com Morte no Paraíso, Alberto Dines conseguiu escrever uma obra única, inigualável e indispensável, um daqueles livros que ilumina uma vida – a do biografado – e justifica outra, a do seu autor. Verdadeiro guardião do legado de Stephen Zweig, o jornalista Alberto Dines traça, nesta que é a quarta edição revista e ampliada do livro, a trajetória daquele que foi um dos autores internacionais de maior sucesso na primeira metade do século XXI, a partir de farto material bibliográfico, dados inéditos, detalhes revistos e nova iconografia. Ao mesmo tempo, faz um panorama da Viena do período, da ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra Mundial, do drama dos refugiados e do Brasil na Era Vargas.   Trabalho de uma vida inteira, Morte no Paraíso começou a germinar na cabeça de Alberto Dines aos oito anos de idade ? quando Stefan Zweig visitou a Escola Popular Israelita Brasileira Scholen Aleichem em que ele estudava, em Vila Isabel ?, e só se encerrou [será mesmo?] em 2012, quando Dines já festejou seu octogésimo aniversário. Um fértil relacionamento de mais de setenta anos que apresenta uma curiosidade invulgar: ninguém conviveu com Stefan Zweig por mais tempo que Alberto Dines, nem mesmo o próprio Zweig, falecido logo após completar 60 anos de idade.     Seria fácil classificar essa devoção extraordinária de “obsessiva”, mas isso seria tão simplista quanto equivocado tendo em vista o fato de que a dedicação de Dines ao seu biografado não se afasta em momento algum da objetividade. Dines não escamoteia nem atenua nenhum dos defeitos e nenhuma das limitações de Stefan Zweig, de uma forma tal que em determinado momento o leitor se sente tentado a discordar dele em relação ao talento literário de Zweig, que ele parece considerar com rigor excessivo ao lhe negar a condição de “gigante da literatura”. Mas somos levados a perdoar-lhe quando ele afirma que “escritores considerados ‘maiores’ não resistem às releituras; Zweig tido por alguns como ‘menor’, cresce com elas. Tem sempre algo de novo a dizer às novas gerações”.     Dines biografou um biógrafo que até hoje figura nas listas europeias dos melhores da literatura, que marcou um estilo de escrita e de vida – usava ternos brancos, sapato de bico fino, chapéu gelô ou Panamá. Que foi amigo de Freud, Romain Rolland, James Joyce e Thomas Mann. Dines captou um pedaço da história capaz de explicar o mundo de hoje, que Zweig não esperou para ver.     Morte no Paraíso não é apenas a biografia de um escritor expatriado e infeliz, e sim um retrato de um mundo em transformação, e uma biografia do próprio Brasil na Era Vargas, quando o pêndulo das preferências políticas pendia mais para o lado do fascismo que da democracia. Situação que o próprio Zweig ajudou a corrigir sem o saber, levando-o a pender para a direção oposta com seu próprio suicídio, gesto paradoxal e incompreensível de quem renega o futuro naquele que ele mesmo contribuiu para popularizar como “país do futuro”.     Todo suicídio desconcerta e intriga, mas em termos do suicídio de um intelectual judeu, o de Stefan Zweig só é menos paradoxal do que o de Walter Benjamin na fronteira da França com a Espanha, que ele acreditava intransponível, mas foi cruzada sem problemas por todos os companheiros de fuga no dia seguinte ao de seu gesto extremo. Ambos morreram às vésperas da redenção e a aparente inutilidade de seus sacrifícios contribuiu para a criação da aura mística que os envolve até hoje. E pensar que foi Stefan Zweig quem declarou: “A política passa, as artes permanecem... a história prova que, em tempos intranquilos, artistas trabalham com maior concentração” [Dines, p. 240]. Contudo, ele próprio admitiu ser “demasiadamente impaciente” em seu bilhete de suicídio.     Neste tocante documento, por ele burocraticamente intitulado “Declaração”, Zweig escreveu também: “A cada dia aprendi a amar este país, mais e mais. Em parte alguma eu poderia reconstruir minha vida agora que o mundo da minha língua está perdido e o meu lar espiritual, a Europa, autodestruído.” Com efeito, conforme comprova Dines, Zweig amou genuinamente nosso país, ao contrário do que afirmam aqueles que consideram Brasil: país do futuro uma obra propagandística destinada a lhe garantir o conforto de um asilo político prestigioso em tempos de guerra.     O que verdadeiramente desiludiu Stefan Zweig não foi a perda de sua bela propriedade (repleta de preciosas coleções de arte, partituras e manuscritos), das inúmeras amizades que tão bem soube cultivar, ou até mesmo do prestígio que desfrutava na qualidade de um dos mais lidos e respeitados escritores em língua alemã. O que mais o desesperou foi a usurpação do idioma que dera origem a tantas obras literárias, poéticas, filosóficas e dramatúrgicas pela mais completa e (acreditava ele) irreversível barbárie. Zweig não se suicidou por estar condenado ao exílio, e sim por se acreditar condenado ao silêncio.      

Trinta anos após a primeira publicação, é possível afirmar: com Morte no Paraíso, Alberto Dines conseguiu escrever uma obra única, inigualável e indispensável, um daqueles livros que ilumina uma vida – a do biografado – e justifica outra, a do seu autor. Verdadeiro guardião do legado de Stephen Zweig, o jornalista Alberto Dines traça, nesta que é a quarta edição revista e ampliada do livro, a trajetória daquele que foi um dos autores internacionais de maior sucesso na primeira metade do século XXI, a partir de farto material bibliográfico, dados inéditos, detalhes revistos e nova iconografia. Ao mesmo tempo, faz um panorama da Viena do período, da ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra Mundial, do drama dos refugiados e do Brasil na Era Vargas. Trabalho de uma vida inteira, Morte no Paraíso começou a germinar na cabeça de Alberto Dines aos oito anos de idade ? quando Stefan Zweig visitou a Escola Popular Israelita Brasileira Scholen Aleichem em que ele estudava, em Vila Isabel ?, e só se encerrou [será mesmo?] em 2012, quando Dines já festejou seu octogésimo aniversário. Um fértil relacionamento de mais de setenta anos que apresenta uma curiosidade invulgar: ninguém conviveu com Stefan Zweig por mais tempo que Alberto Dines, nem mesmo o próprio Zweig, falecido logo após completar 60 anos de idade.Seria fácil classificar essa devoção extraordinária de “obsessiva”, mas isso seria tão simplista quanto equivocado tendo em vista o fato de que a dedicação de Dines ao seu biografado não se afasta em momento algum da objetividade. Dines não escamoteia nem atenua nenhum dos defeitos e nenhuma das limitações de Stefan Zweig, de uma forma tal que em determinado momento o leitor se sente tentado a discordar dele em relação ao talento literário de Zweig, que ele parece considerar com rigor excessivo ao lhe negar a condição de “gigante da literatura”. Mas somos levados a perdoar-lhe quando ele afirma que “escritores considerados ‘maiores’ não resistem às releituras; Zweig tido por alguns como ‘menor’, cresce com elas. Tem sempre algo de novo a dizer às novas gerações”. Dines biografou um biógrafo que até hoje figura nas listas europeias dos melhores da literatura, que marcou um estilo de escrita e de vida – usava ternos brancos, sapato de bico fino, chapéu gelô ou Panamá. Que foi amigo de Freud, Romain Rolland, James Joyce e Thomas Mann. Dines captou um pedaço da história capaz de explicar o mundo de hoje, que Zweig não esperou para ver.Morte no Paraíso não é apenas a biografia de um escritor expatriado e infeliz, e sim um retrato de um mundo em transformação, e uma biografia do próprio Brasil na Era Vargas, quando o pêndulo das preferências políticas pendia mais para o lado do fascismo que da democracia. Situação que o próprio Zweig ajudou a corrigir sem o saber, levando-o a pender para a direção oposta com seu próprio suicídio, gesto paradoxal e incompreensível de quem renega o futuro naquele que ele mesmo contribuiu para popularizar como “país do futuro”.Todo suicídio desconcerta e intriga, mas em termos do suicídio de um intelectual judeu, o de Stefan Zweig só é menos paradoxal do que o de Walter Benjamin na fronteira da França com a Espanha, que ele acreditava intransponível, mas foi cruzada sem problemas por todos os companheiros de fuga no dia seguinte ao de seu gesto extremo. Ambos morreram às vésperas da redenção e a aparente inutilidade de seus sacrifícios contribuiu para a criação da aura mística que os envolve até hoje. E pensar que foi Stefan Zweig quem declarou: “A política passa, as artes permanecem... a história prova que, em tempos intranquilos, artistas trabalham com maior concentração” [Dines, p. 240]. Contudo, ele próprio admitiu ser “demasiadamente impaciente” em seu bilhete de suicídio. Neste tocante documento, por ele burocraticamente intitulado “Declaração”, Zweig escreveu também: “A cada dia aprendi a amar este país, mais e mais. Em parte alguma eu poderia reconstruir minha vida agora que o mundo da minha língua está perdido e o meu lar espiritual, a Europa, autodestruído.” Com efeito, conforme comprova Dines, Zweig amou genuinamente nosso país, ao contrário do que afirmam aqueles que consideram Brasil: país do futuro uma obra propagandística destinada a lhe garantir o conforto de um asilo político prestigioso em tempos de guerra. O que verdadeiramente desiludiu Stefan Zweig não foi a perda de sua bela propriedade (repleta de preciosas coleções de arte, partituras e manuscritos), das inúmeras amizades que tão bem soube cultivar, ou até mesmo do prestígio que desfrutava na qualidade de um dos mais lidos e respeitados escritores em língua alemã. O que mais o desesperou foi a usurpação do idioma que dera origem a tantas obras literárias, poéticas, filosóficas e dramatúrgicas pela mais completa e (acreditava ele) irreversível barbárie. Zweig não se suicidou por estar condenado ao exílio, e sim por se acreditar condenado ao silêncio.

Trinta anos após a primeira publicação, é possível afirmar: com Morte no Paraíso, Alberto Dines conseguiu escrever uma obra única, inigualável e indispensável, um daqueles livros que ilumina uma vida – a do biografado – e justifica outra, a do seu autor. Verdadeiro guardião do legado de Stephen Zweig, o jornalista Alberto Dines traça, nesta que é a quarta edição revista e ampliada do livro, a trajetória daquele que foi um dos autores internacionais de maior sucesso na primeira metade do século XXI, a partir de farto material bibliográfico, dados inéditos, detalhes revistos e nova iconografia. Ao mesmo tempo, faz um panorama da Viena do período, da ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra Mundial, do drama dos refugiados e do Brasil na Era Vargas. Trabalho de uma vida inteira, Morte no Paraíso começou a germinar na cabeça de Alberto Dines aos oito anos de idade ? quando Stefan Zweig visitou a Escola Popular Israelita Brasileira Scholen Aleichem em que ele estudava, em Vila Isabel ?, e só se encerrou [será mesmo?] em 2012, quando Dines já festejou seu octogésimo aniversário. Um fértil relacionamento de mais de setenta anos que apresenta uma curiosidade invulgar: ninguém conviveu com Stefan Zweig por mais tempo que Alberto Dines, nem mesmo o próprio Zweig, falecido logo após completar 60 anos de idade.Seria fácil classificar essa devoção extraordinária de “obsessiva”, mas isso seria tão simplista quanto equivocado tendo em vista o fato de que a dedicação de Dines ao seu biografado não se afasta em momento algum da objetividade. Dines não escamoteia nem atenua nenhum dos defeitos e nenhuma das limitações de Stefan Zweig, de uma forma tal que em determinado momento o leitor se sente tentado a discordar dele em relação ao talento literário de Zweig, que ele parece considerar com rigor excessivo ao lhe negar a condição de “gigante da literatura”. Mas somos levados a perdoar-lhe quando ele afirma que “escritores considerados ‘maiores’ não resistem às releituras; Zweig tido por alguns como ‘menor’, cresce com elas. Tem sempre algo de novo a dizer às novas gerações”. Dines biografou um biógrafo que até hoje figura nas listas europeias dos melhores da literatura, que marcou um estilo de escrita e de vida – usava ternos brancos, sapato de bico fino, chapéu gelô ou Panamá. Que foi amigo de Freud, Romain Rolland, James Joyce e Thomas Mann. Dines captou um pedaço da história capaz de explicar o mundo de hoje, que Zweig não esperou para ver.Morte no Paraíso não é apenas a biografia de um escritor expatriado e infeliz, e sim um retrato de um mundo em transformação, e uma biografia do próprio Brasil na Era Vargas, quando o pêndulo das preferências políticas pendia mais para o lado do fascismo que da democracia. Situação que o próprio Zweig ajudou a corrigir sem o saber, levando-o a pender para a direção oposta com seu próprio suicídio, gesto paradoxal e incompreensível de quem renega o futuro naquele que ele mesmo contribuiu para popularizar como “país do futuro”.Todo suicídio desconcerta e intriga, mas em termos do suicídio de um intelectual judeu, o de Stefan Zweig só é menos paradoxal do que o de Walter Benjamin na fronteira da França com a Espanha, que ele acreditava intransponível, mas foi cruzada sem problemas por todos os companheiros de fuga no dia seguinte ao de seu gesto extremo. Ambos morreram às vésperas da redenção e a aparente inutilidade de seus sacrifícios contribuiu para a criação da aura mística que os envolve até hoje. E pensar que foi Stefan Zweig quem declarou: “A política passa, as artes permanecem... a história prova que, em tempos intranquilos, artistas trabalham com maior concentração” [Dines, p. 240]. Contudo, ele próprio admitiu ser “demasiadamente impaciente” em seu bilhete de suicídio. Neste tocante documento, por ele burocraticamente intitulado “Declaração”, Zweig escreveu também: “A cada dia aprendi a amar este país, mais e mais. Em parte alguma eu poderia reconstruir minha vida agora que o mundo da minha língua está perdido e o meu lar espiritual, a Europa, autodestruído.” Com efeito, conforme comprova Dines, Zweig amou genuinamente nosso país, ao contrário do que afirmam aqueles que consideram Brasil: país do futuro uma obra propagandística destinada a lhe garantir o conforto de um asilo político prestigioso em tempos de guerra. O que verdadeiramente desiludiu Stefan Zweig não foi a perda de sua bela propriedade (repleta de preciosas coleções de arte, partituras e manuscritos), das inúmeras amizades que tão bem soube cultivar, ou até mesmo do prestígio que desfrutava na qualidade de um dos mais lidos e respeitados escritores em língua alemã. O que mais o desesperou foi a usurpação do idioma que dera origem a tantas obras literárias, poéticas, filosóficas e dramatúrgicas pela mais completa e (acreditava ele) irreversível barbárie. Zweig não se suicidou por estar condenado ao exílio, e sim por se acreditar condenado ao silêncio.

Trinta anos após a primeira publicação, é possível afirmar: com Morte no Paraíso, Alberto Dines conseguiu escrever uma obra única, inigualável e indispensável, um daqueles livros que ilumina uma vida – a do biografado – e justifica outra, a do seu autor. Verdadeiro guardião do legado de Stephen Zweig, o jornalista Alberto Dines traça, nesta que é a quarta edição revista e ampliada do livro, a trajetória daquele que foi um dos autores internacionais de maior sucesso na primeira metade do século XXI, a partir de farto material bibliográfico, dados inéditos, detalhes revistos e nova iconografia. Ao mesmo tempo, faz um panorama da Viena do período, da ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra Mundial, do drama dos refugiados e do Brasil na Era Vargas. Trabalho de uma vida inteira, Morte no Paraíso começou a germinar na cabeça de Alberto Dines aos oito anos de idade ? quando Stefan Zweig visitou a Escola Popular Israelita Brasileira Scholen Aleichem em que ele estudava, em Vila Isabel ?, e só se encerrou [será mesmo?] em 2012, quando Dines já festejou seu octogésimo aniversário. Um fértil relacionamento de mais de setenta anos que apresenta uma curiosidade invulgar: ninguém conviveu com Stefan Zweig por mais tempo que Alberto Dines, nem mesmo o próprio Zweig, falecido logo após completar 60 anos de idade.Seria fácil classificar essa devoção extraordinária de “obsessiva”, mas isso seria tão simplista quanto equivocado tendo em vista o fato de que a dedicação de Dines ao seu biografado não se afasta em momento algum da objetividade. Dines não escamoteia nem atenua nenhum dos defeitos e nenhuma das limitações de Stefan Zweig, de uma forma tal que em determinado momento o leitor se sente tentado a discordar dele em relação ao talento literário de Zweig, que ele parece considerar com rigor excessivo ao lhe negar a condição de “gigante da literatura”. Mas somos levados a perdoar-lhe quando ele afirma que “escritores considerados ‘maiores’ não resistem às releituras; Zweig tido por alguns como ‘menor’, cresce com elas. Tem sempre algo de novo a dizer às novas gerações”. Dines biografou um biógrafo que até hoje figura nas listas europeias dos melhores da literatura, que marcou um estilo de escrita e de vida – usava ternos brancos, sapato de bico fino, chapéu gelô ou Panamá. Que foi amigo de Freud, Romain Rolland, James Joyce e Thomas Mann. Dines captou um pedaço da história capaz de explicar o mundo de hoje, que Zweig não esperou para ver.Morte no Paraíso não é apenas a biografia de um escritor expatriado e infeliz, e sim um retrato de um mundo em transformação, e uma biografia do próprio Brasil na Era Vargas, quando o pêndulo das preferências políticas pendia mais para o lado do fascismo que da democracia. Situação que o próprio Zweig ajudou a corrigir sem o saber, levando-o a pender para a direção oposta com seu próprio suicídio, gesto paradoxal e incompreensível de quem renega o futuro naquele que ele mesmo contribuiu para popularizar como “país do futuro”.Todo suicídio desconcerta e intriga, mas em termos do suicídio de um intelectual judeu, o de Stefan Zweig só é menos paradoxal do que o de Walter Benjamin na fronteira da França com a Espanha, que ele acreditava intransponível, mas foi cruzada sem problemas por todos os companheiros de fuga no dia seguinte ao de seu gesto extremo. Ambos morreram às vésperas da redenção e a aparente inutilidade de seus sacrifícios contribuiu para a criação da aura mística que os envolve até hoje. E pensar que foi Stefan Zweig quem declarou: “A política passa, as artes permanecem... a história prova que, em tempos intranquilos, artistas trabalham com maior concentração” [Dines, p. 240]. Contudo, ele próprio admitiu ser “demasiadamente impaciente” em seu bilhete de suicídio. Neste tocante documento, por ele burocraticamente intitulado “Declaração”, Zweig escreveu também: “A cada dia aprendi a amar este país, mais e mais. Em parte alguma eu poderia reconstruir minha vida agora que o mundo da minha língua está perdido e o meu lar espiritual, a Europa, autodestruído.” Com efeito, conforme comprova Dines, Zweig amou genuinamente nosso país, ao contrário do que afirmam aqueles que consideram Brasil: país do futuro uma obra propagandística destinada a lhe garantir o conforto de um asilo político prestigioso em tempos de guerra. O que verdadeiramente desiludiu Stefan Zweig não foi a perda de sua bela propriedade (repleta de preciosas coleções de arte, partituras e manuscritos), das inúmeras amizades que tão bem soube cultivar, ou até mesmo do prestígio que desfrutava na qualidade de um dos mais lidos e respeitados escritores em língua alemã. O que mais o desesperou foi a usurpação do idioma que dera origem a tantas obras literárias, poéticas, filosóficas e dramatúrgicas pela mais completa e (acreditava ele) irreversível barbárie. Zweig não se suicidou por estar condenado ao exílio, e sim por se acreditar condenado ao silêncio.

Trinta anos após a primeira publicação, é possível afirmar: com Morte no Paraíso, Alberto Dines conseguiu escrever uma obra única, inigualável e indispensável, um daqueles livros que ilumina uma vida – a do biografado – e justifica outra, a do seu autor. Verdadeiro guardião do legado de Stephen Zweig, o jornalista Alberto Dines traça, nesta que é a quarta edição revista e ampliada do livro, a trajetória daquele que foi um dos autores internacionais de maior sucesso na primeira metade do século XXI, a partir de farto material bibliográfico, dados inéditos, detalhes revistos e nova iconografia. Ao mesmo tempo, faz um panorama da Viena do período, da ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra Mundial, do drama dos refugiados e do Brasil na Era Vargas. Trabalho de uma vida inteira, Morte no Paraíso começou a germinar na cabeça de Alberto Dines aos oito anos de idade ? quando Stefan Zweig visitou a Escola Popular Israelita Brasileira Scholen Aleichem em que ele estudava, em Vila Isabel ?, e só se encerrou [será mesmo?] em 2012, quando Dines já festejou seu octogésimo aniversário. Um fértil relacionamento de mais de setenta anos que apresenta uma curiosidade invulgar: ninguém conviveu com Stefan Zweig por mais tempo que Alberto Dines, nem mesmo o próprio Zweig, falecido logo após completar 60 anos de idade.Seria fácil classificar essa devoção extraordinária de “obsessiva”, mas isso seria tão simplista quanto equivocado tendo em vista o fato de que a dedicação de Dines ao seu biografado não se afasta em momento algum da objetividade. Dines não escamoteia nem atenua nenhum dos defeitos e nenhuma das limitações de Stefan Zweig, de uma forma tal que em determinado momento o leitor se sente tentado a discordar dele em relação ao talento literário de Zweig, que ele parece considerar com rigor excessivo ao lhe negar a condição de “gigante da literatura”. Mas somos levados a perdoar-lhe quando ele afirma que “escritores considerados ‘maiores’ não resistem às releituras; Zweig tido por alguns como ‘menor’, cresce com elas. Tem sempre algo de novo a dizer às novas gerações”. Dines biografou um biógrafo que até hoje figura nas listas europeias dos melhores da literatura, que marcou um estilo de escrita e de vida – usava ternos brancos, sapato de bico fino, chapéu gelô ou Panamá. Que foi amigo de Freud, Romain Rolland, James Joyce e Thomas Mann. Dines captou um pedaço da história capaz de explicar o mundo de hoje, que Zweig não esperou para ver.Morte no Paraíso não é apenas a biografia de um escritor expatriado e infeliz, e sim um retrato de um mundo em transformação, e uma biografia do próprio Brasil na Era Vargas, quando o pêndulo das preferências políticas pendia mais para o lado do fascismo que da democracia. Situação que o próprio Zweig ajudou a corrigir sem o saber, levando-o a pender para a direção oposta com seu próprio suicídio, gesto paradoxal e incompreensível de quem renega o futuro naquele que ele mesmo contribuiu para popularizar como “país do futuro”.Todo suicídio desconcerta e intriga, mas em termos do suicídio de um intelectual judeu, o de Stefan Zweig só é menos paradoxal do que o de Walter Benjamin na fronteira da França com a Espanha, que ele acreditava intransponível, mas foi cruzada sem problemas por todos os companheiros de fuga no dia seguinte ao de seu gesto extremo. Ambos morreram às vésperas da redenção e a aparente inutilidade de seus sacrifícios contribuiu para a criação da aura mística que os envolve até hoje. E pensar que foi Stefan Zweig quem declarou: “A política passa, as artes permanecem... a história prova que, em tempos intranquilos, artistas trabalham com maior concentração” [Dines, p. 240]. Contudo, ele próprio admitiu ser “demasiadamente impaciente” em seu bilhete de suicídio. Neste tocante documento, por ele burocraticamente intitulado “Declaração”, Zweig escreveu também: “A cada dia aprendi a amar este país, mais e mais. Em parte alguma eu poderia reconstruir minha vida agora que o mundo da minha língua está perdido e o meu lar espiritual, a Europa, autodestruído.” Com efeito, conforme comprova Dines, Zweig amou genuinamente nosso país, ao contrário do que afirmam aqueles que consideram Brasil: país do futuro uma obra propagandística destinada a lhe garantir o conforto de um asilo político prestigioso em tempos de guerra. O que verdadeiramente desiludiu Stefan Zweig não foi a perda de sua bela propriedade (repleta de preciosas coleções de arte, partituras e manuscritos), das inúmeras amizades que tão bem soube cultivar, ou até mesmo do prestígio que desfrutava na qualidade de um dos mais lidos e respeitados escritores em língua alemã. O que mais o desesperou foi a usurpação do idioma que dera origem a tantas obras literárias, poéticas, filosóficas e dramatúrgicas pela mais completa e (acreditava ele) irreversível barbárie. Zweig não se suicidou por estar condenado ao exílio, e sim por se acreditar condenado ao silêncio.

Trinta anos após a primeira publicação, é possível afirmar: com Morte no Paraíso, Alberto Dines conseguiu escrever uma obra única, inigualável e indispensável, um daqueles livros que ilumina uma vida – a do biografado – e justifica outra, a do seu autor. Verdadeiro guardião do legado de Stephen Zweig, o jornalista Alberto Dines traça, nesta que é a quarta edição revista e ampliada do livro, a trajetória daquele que foi um dos autores internacionais de maior sucesso na primeira metade do século XXI, a partir de farto material bibliográfico, dados inéditos, detalhes revistos e nova iconografia. Ao mesmo tempo, faz um panorama da Viena do período, da ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra Mundial, do drama dos refugiados e do Brasil na Era Vargas. Trabalho de uma vida inteira, Morte no Paraíso começou a germinar na cabeça de Alberto Dines aos oito anos de idade ? quando Stefan Zweig visitou a Escola Popular Israelita Brasileira Scholen Aleichem em que ele estudava, em Vila Isabel ?, e só se encerrou [será mesmo?] em 2012, quando Dines já festejou seu octogésimo aniversário. Um fértil relacionamento de mais de setenta anos que apresenta uma curiosidade invulgar: ninguém conviveu com Stefan Zweig por mais tempo que Alberto Dines, nem mesmo o próprio Zweig, falecido logo após completar 60 anos de idade.Seria fácil classificar essa devoção extraordinária de “obsessiva”, mas isso seria tão simplista quanto equivocado tendo em vista o fato de que a dedicação de Dines ao seu biografado não se afasta em momento algum da objetividade. Dines não escamoteia nem atenua nenhum dos defeitos e nenhuma das limitações de Stefan Zweig, de uma forma tal que em determinado momento o leitor se sente tentado a discordar dele em relação ao talento literário de Zweig, que ele parece considerar com rigor excessivo ao lhe negar a condição de “gigante da literatura”. Mas somos levados a perdoar-lhe quando ele afirma que “escritores considerados ‘maiores’ não resistem às releituras; Zweig tido por alguns como ‘menor’, cresce com elas. Tem sempre algo de novo a dizer às novas gerações”. Dines biografou um biógrafo que até hoje figura nas listas europeias dos melhores da literatura, que marcou um estilo de escrita e de vida – usava ternos brancos, sapato de bico fino, chapéu gelô ou Panamá. Que foi amigo de Freud, Romain Rolland, James Joyce e Thomas Mann. Dines captou um pedaço da história capaz de explicar o mundo de hoje, que Zweig não esperou para ver.Morte no Paraíso não é apenas a biografia de um escritor expatriado e infeliz, e sim um retrato de um mundo em transformação, e uma biografia do próprio Brasil na Era Vargas, quando o pêndulo das preferências políticas pendia mais para o lado do fascismo que da democracia. Situação que o próprio Zweig ajudou a corrigir sem o saber, levando-o a pender para a direção oposta com seu próprio suicídio, gesto paradoxal e incompreensível de quem renega o futuro naquele que ele mesmo contribuiu para popularizar como “país do futuro”.Todo suicídio desconcerta e intriga, mas em termos do suicídio de um intelectual judeu, o de Stefan Zweig só é menos paradoxal do que o de Walter Benjamin na fronteira da França com a Espanha, que ele acreditava intransponível, mas foi cruzada sem problemas por todos os companheiros de fuga no dia seguinte ao de seu gesto extremo. Ambos morreram às vésperas da redenção e a aparente inutilidade de seus sacrifícios contribuiu para a criação da aura mística que os envolve até hoje. E pensar que foi Stefan Zweig quem declarou: “A política passa, as artes permanecem... a história prova que, em tempos intranquilos, artistas trabalham com maior concentração” [Dines, p. 240]. Contudo, ele próprio admitiu ser “demasiadamente impaciente” em seu bilhete de suicídio. Neste tocante documento, por ele burocraticamente intitulado “Declaração”, Zweig escreveu também: “A cada dia aprendi a amar este país, mais e mais. Em parte alguma eu poderia reconstruir minha vida agora que o mundo da minha língua está perdido e o meu lar espiritual, a Europa, autodestruído.” Com efeito, conforme comprova Dines, Zweig amou genuinamente nosso país, ao contrário do que afirmam aqueles que consideram Brasil: país do futuro uma obra propagandística destinada a lhe garantir o conforto de um asilo político prestigioso em tempos de guerra. O que verdadeiramente desiludiu Stefan Zweig não foi a perda de sua bela propriedade (repleta de preciosas coleções de arte, partituras e manuscritos), das inúmeras amizades que tão bem soube cultivar, ou até mesmo do prestígio que desfrutava na qualidade de um dos mais lidos e respeitados escritores em língua alemã. O que mais o desesperou foi a usurpação do idioma que dera origem a tantas obras literárias, poéticas, filosóficas e dramatúrgicas pela mais completa e (acreditava ele) irreversível barbárie. Zweig não se suicidou por estar condenado ao exílio, e sim por se acreditar condenado ao silêncio.

Livro brochura 475 pág. com pequeno defeito nas páginas 467 até 474 na parte de baixo, corte das folhas, capa e lombada preservadas, as páginas limpas e sem grifos, sem rasuras e sem anotações, leo.