Descrição Uma garotinha brincalhona, cercada de irmãos, pais amigos e atenciosos. Eis a pequena Suzy e sua família feliz. Contudo, quando seu pai é chamado para guerra numa selva distante, ela tem que lidar não só com a saudade, como também com a ansiedade, o medo, a insegurança e o iminente sentimento de perda. É assim, com delicadeza e o olhar lúdico de uma criança, que Suzanne Collins, autora da trilogia Jogos Vorazes, fenômeno da literatura jovem, narra (e recria) em Um ano na selva a experiência vivida por ela quando, aos seis anos, viu seu pai deixá-la para lutar na Guerra do Vietnã. Premiado e aclamado pela crítica internacional, com direitos de publicação vendidos para mais de dez países, o relato autobiográfico conta com os traços bem-humorados do prestigiado ilustrador infantil James Proimos, amigo a quem Collins dedicou seus “jogos vorazes”. Seus desenhos vão ao encontro da leveza com que a escritora aborda o árido e tortuoso tema da guerra, cujas marcas indeléveis podem determinar o destino de toda uma família. Na história, Suzy (ou Suzanne), sua mãe e seus irmãos precisam aprender como suportar a ausência daquele pai, tão carinhoso e companheiro, e o temor de que tal afastamento não tivesse fim. A distância é um tempo sempre longo demais. Como aguentar? Como não doer? São questões aparentemente simples, mas muito complexas para um adulto — o que dizer então para uma criança de ingenuidade e sensibilidade à flor da pele? Para quem a duração de um ano é abstrata e mede a passagem do tempo pela chegada de eventos marcantes — como o início das aulas, os “doces ou travessuras” do Halloween, o peru assado do Dia de Ação de Graças, a montagem da árvore de Natal —, as entrelinhas dos cartões-postais do pai, esparsos até o ponto de não virem mais, afligem, preocupam, apertam o peito. Para quem vive de brincadeiras, como Suzy, é difícil entender por que um ser humano machuca o outro. Fato é que a guerra amadurece as pessoas, não importa a idade. Por ser filha de um oficial da Força Aérea norte-americana e vê-lo lutar no Vietnã, Suzanne Collins não só aprendeu a questionar a necessidade de determinados conflitos e analisar seus efeitos no homem e no mundo, como também descortinou seu olhar sobre a fome, a pobreza e as consequências (e sequelas) da guerra — uma experiência que influenciou de maneira decisiva sua trilogia de sucesso protagonizada pela jovem Katniss. Com mais de 87 milhões de exemplares de seus livros vendidos em todo o mundo e uma legião fiel de fãs, Colllins lança mão, em Um ano na selva, publicado aqui pelo selo Rocco Pequenos Leitores, de sua própria história familiar como modelo para convidar o leitor a refletir sobre os impactos e transformações promovidos por uma guerra — do microcosmos do interior do indivíduo até o macro de um país inteiro. Muitas coisas mudam, é inevitável. Mas Suzy/Suzanne nos mostra que o amor e o carinho prevalecem.
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