Descrição Na segunda parte da saga de Desiderius Dolens, iniciada com O centésimo em Roma, o leitor acompanha a travessia desse anti-herói irascível e melancólico, que começa a história como um desertor e termina como um integrante da aristocracia. É a partir das impressões e vivências desse legionário que o escritor e roteirista Max Mallmann reconta as disputas entre católicos e pagãos na Roma Antiga, a luta pela sobrevivência da gente simples do povo, a ganância e as conquistas do poder, os costumes do período, suas crenças e práticas. O périplo do protagonista percorre diversas cidades. Em cada uma delas, Dolens vive uma aventura diferente. Em Óstia, ele se une aos sacerdotes castrados do templo da deusa Cibele, escondendo sua identidade, já que é perseguido por ser um desertor. Em Verona, se envolve na história de dois jovens que se matam por amor, depois de um plano de fuga frustrado. Qualquer semelhança com a história de Romeu e Julieta não é mera coincidência. Só que, nessa versão, Dolens oferece uma bebida mortal ao sacerdote que ajudou o casal, para evitar que ele fosse torturado e morto pelas famílias em busca de vingança. Dolens enfrenta inúmeros inimigos, passa fome, triunfa e conhece a derrota dezena de vezes, mas não perde o bom humor, um certo tom irônico e o gosto pela bebida e pelas mulheres. As cenas de batalhas são ricas em detalhes e os diálogos, recheados de ironia. Diante de dez adversários armados, dispostos a destroçá-lo, Dolens parece se divertir e, rindo, solta a afirmação que vira sua marca: “Veni cum papa!” Baseado em uma ampla pesquisa histórica, As mil mortes de César é um romance histórico que flerta com o gênero de ação e desconstrói as referências teóricas, ao cruzar épocas e gêneros. O romance é recheado de referências a escritores e pensadores como Edgar Allan Poe, Shakespeare, Machado de Assis, Derrida. “Segundo Mario Quintana, meu poeta de estimação, ‘a verdade é uma mentira que se esqueceu de acontecer’, e Manoel de Barros declarou: ‘Tudo que não invento é falso’. Amparado nos dois, eu diria que tudo o que escrevo aconteceu, mesmo que não tenha ocorrido. (...) Minha pátria é o impasse. A realidade não me faz fronteira”, explica o próprio autor nas notas finais de As mil mortes de César. Ao fim da trama, Max Mallmann escreve uma série de notas comentando cada um dos capítulos do livro. Os anexos incluem ainda uma lista com os personagens do romance e suas características; as cidades mencionadas, a região onde estão localizadas e o país; além de curiosidades como tabelas com as medidas romanas de massa e distância.
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