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Prosas apátridas

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Tipo: novo

Editora:

Ano: n/d

Estante: Literatura Brasileira

Peso: 189g

ISBN: 9788532530196

Idioma: Português

Cadastrado em: 26 de março de 2024

Descrição: Considerado um dos melhores contistas não só latino-americanos mas de toda a língua espanhola, na opinião de seu compatriota, o Prêmio Nobel Mario Vargas Llosa, o peruano Julio Ramón Ribeyro é também um grande pensador. Prosas apátridas, livro sofisticado e delicioso, que integra a coleção Otra Língua, é a maior prova disso. A edição da Rocco, com tradução de Gustavo Pacheco, é a definitiva, de 1982, que reúne 200 fragmentos curtos, a maioria não ocupando mais de uma página. Aproximam-se de um diário íntimo (o escritor, aliás, foi um cultor desse gênero, alimentando anotações em cadernos entre os anos de 1950 e 1978, depois reunidos sob o título geral de La tentación del fracaso). Como o autor esclarece na introdução, são “prosas apátridas” não porque ele se considerasse um escritor sem pátria. Mas sim porque enfeixa textos que não encontravam lugar em outros livros justamente por não pertencer a nenhum gênero e não se encaixar em nenhum território literário próprio. Além disso, quase a totalidade deles foi escrita em Paris, onde Ribeyro, nascido em 1929, viveu grande parte de sua vida como estudante, boêmio, jornalista, adido cultural e representante do Peru na Unesco. De alguma maneira, os textos se assemelham a breves ensaios, ou a pequenas narrativas de ficção interrompidas de súbito. Todos carregam uma enorme originalidade, e, como nota Paulo Roberto Pires no posfácio, o leitor não deve se surpreender, ao chegar ao fim do volume, de encontrá-lo com muitas linhas sublinhadas. E com vontade de voltar a ler tudo outra vez, com calma, pois a primeira leitura, de tão irresistível, é feita num fôlego só: “Na vida, na realidade, não fazemos nada além de cruzar com as pessoas. Com algumas conversamos cinco minutos, com outras andamos até a próxima estação, com outras vivemos dois ou três anos, com outras moramos juntos dez ou vinte anos. Mas, no fundo, o que fazemos é só cruzar (o tempo não interessa), cruzar e sempre por acaso. E sempre acabamos nos separando.” Como faz um cronista sem assunto, muitas das notas nascem da observação de vizinhos (estranhamente, quase todos calvos) e de viagens no metrô parisiense. Julio Ramón Ribeyro mostra, aqui e ali, uma acidez de Rubem Braga, um lirismo de Paulo Mendes Campos, uma introspecção de Clarice Lispector. A importância de Ribeyro – que, por temática e temperamento, passou ao largo da explosão do “boom” latino-americano da década de 1960, que consagrou Vargas Llosa, Julio Cortázar, Carlos Funtes e Gabriel García Márquez – só recentemente começou a ser reconhecida. Principalmente, sua maestria como contista que antes prefere a transparência clássica a experimentalismos de última hora (entre nós, está traduzida uma antologia de relatos, Só para fumantes, lançada em 2007). Estas Prosas apátridas revelam um escritor em permanente conflito com a vontade e a necessidade de criar. Aquele que escolheu um caminho único e que, antes de alcançar seu objetivo, se tortura diante do que considera um meio hostil: “A existência de um grande escritor é um milagre, o resultado de tantas convergências fortuitas como a que confluem para a eclosão de uma dessas belezas universais que fazem sonhar toda uma geração (...). Uns morreram jovens, outros mudaram de ofício, outros se dedicaram à bebida, outros ficaram loucos, outros não tiveram um ou dois dos requisitos que os grandes artistas têm que apresentar para elevar-se acima do nível da subliteratura.” Leitor de Balzac e Montaigne, fumante inveterado, apreciador do vinho francês, Julio Ramón Ribeyro morreu em 1994, dias depois de receber o Prêmio Juan Rulfo pelo conjunto da obra. Em seu túmulo, em Lima, está reproduzida a última destas “Prosas apátridas”: “A única maneira de continuar vivendo é manter serena a corda de nosso espírito, tenso o arco, apontando em direção ao futuro.” 

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