Dentes Negros
ANDRÉ DE LEONES
Tipo: novo
Editora: EDITORA ROCCO
Ano: n/d
Estante: Literatura Brasileira
Peso: 160g
ISBN: 9788532526991
Idioma: Português
Cadastrado em: 26 de maio de 2023
Descrição: Num futuro impreciso – mas que, de tão opressor, soa muito próximo –, uma doença misteriosa varre parte da população do Brasil. Em poucas horas, famílias inteiras são extintas. A Calamidade, como passa a ser chamado o fenômeno, deixa um rastro de cidades fantasmas e de cadáveres com os dentes enegrecidos, um enorme deserto que se estende por parte do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste do país.Tempos depois, numa mesa de bar de São Paulo, funcionários de uma emissora de TV confraternizam num happy hour. Um encontro banal, que desencadeia o envolvimento de dois jovens, assombrados pela angústia de suas perdas e de suas memórias. Sobreviventes de diferentes tipos de tragédia, Hugo e Renata são os personagens que abrem Dentes negros, novo romance do goiano André de Leones. A trama, porém, não se limita à dupla: num passeio de ares cinematográficos, com cortes difusos e narrativas entrecruzadas, outros sobreviventes entram em foco. Sobreviventes não apenas porque ultrapassaram a calamidade, mas, sobretudo, porque carregam a sina de um olhar para o vazio. Sobreviventes, afinal, como têm sido os personagens de Leones, cuja prosa caminha, sempre, rente aos abismos da melancolia. Ante uma desconhecida existência pós-apocalipse, os protagonistas deste romance curto e conciso são, antes de mais nada, seres enovelados a um tipo muito peculiar de solidão. Dentes negros, afinal, não narra o apocalipse, e sim algo talvez ainda mais perturbador: o que vem depois dele. Os meandros do vazio, onde tanto o passado quanto o futuro permanecem em suspensão, alegorias inatingíveis e enigmáticas. A calamidade é um cenário, um ponto de partida. Mas a matéria-prima da trama é uma angústia essencialmente contemporânea, calcada nos conflitos mais corriqueiros do dia a dia, na violência e nos afetos que brotam de onde menos se espera. Para dimensionar a tragédia, a câmera do autor persegue a banalidade sempre perversa dos dias. Neste romance, a prosa rápida que marca a obra de Leones ganha a companhia de fotografias em preto e branco assinadas por Lívia Ramirez. Flagrantes de paisagens desertas, como nesgas de lembranças desabitadas, as imagens servem de comentários visuais, inusitadas provocações. E, assim, lançam luz a essa história que cria uma tonalidade originalíssima entre a desilusão e a possibilidade de reencantamentos sempre novos. Leia um trecho +
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