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A autora do clássico Mulheres que correm com os lobos, que há 14 anos ganha reimpressões sucessivas pela Rocco, está de volta com este pequeno livro sobre a grandeza e a sabedoria da terceira idade. Em A ciranda das mulheres sábias, a psicanalista e poetisa Clarissa Pinkola Estés reverencia a maturidade feminina e faz uma comovente e profunda homenagem àquelas mulheres que souberam acumular sabedoria ao longo de suas existências. O livro tem uma linguagem metafórica, que se assemelha às antigas histórias contadas de mães para filhas, e chega às livrarias na última semana de maio. Clarissa Pinkola Estés parte de um doce convite à leitora para que se acomode ao seu lado e deguste com ela a bebida que foi reservada para "uma situação especial", a fim de que possam conversar sobre "assuntos que importam de verdade" a duas mulheres, com a garantia de que "aqui sua alma está em segurança". Seduzida por uma linguagem terna, emocionante e poderosa, a autora apresenta os encantos deste "arquétipo misterioso e irresistível da mulher sábia, do qual a avó é uma representação simbólica" e que "não chega de repente, perfeitamente formado e se amolda como uma capa sobre os ombros de uma mulher de determinada idade". O aspecto mais sedutor do livro reside, justamente, na representação simbólica contida nas avós. Das matriarcas da mitologia às avós dos contos de fadas, passando por aquelas anônimas de suas vivências profissionais, a autora chega às avós de suas tradições familiares, descrevendo de forma magnífica a chegada à América das ancestrais que passaram a fazer parte de sua vida familiar, aquelas "quatro velhas refugiadas que saltaram de enormes trens pretos para o nevoeiro noturno na plataforma onde nós as aguardávamos com grande expectativa".As páginas que descrevem a riqueza armazenada pela autora através da simples existência dessas quatro velhas da família que "abriram uma porta profunda na criança que aos poucos estava sendo forçada a se calcificar" são repletas de grande ternura e muita força. Elas representam as avós arquetípicas de todos nós, que sempre identificam os caminhos do amor e da compaixão e que sabem utilizar o poder de suas ferramentas mágicas para a transformação: a mesa da cozinha, a luz do lampião, a música, a dança, a intuição, a sopa, o chá, a história, a mão amorosa, o senso de humor malicioso e muitas outras.Merece ainda destaque neste lançamento da Rocco, o paralelo traçado entre a árvore e a mulher. Assim como aquela abriga "uma árvore oculta" em suas raízes, esta possui "uma mulher oculta que cuida do estopim dourado, aquela energia brilhante, aquela fonte profunda que nunca será extinta". Ao final, as nove preces de gratidão – por todas as idosas do mundo, pelas mulheres mais velhas matreiras, pelas avós nas cozinhas, pelas tias perspicazes, pelas filhas que estão aprendendo, por todas as filhas e velhas – representam um perfeito arremate ao prazer da leitura destas 120 páginas plenas de luz, melodia, emoção e encantamento.
Saiba maisO desaparecimento da família imperial russa foi um dos maiores e mais cultivados enigmas do século 20. O czar Nicolau e a czarina Alexandra teriam sido assassinados por tropas bolcheviques ao lado de seus cinco filhos, porém o fato jamais foi oficializado pela Rússia Soviética. Ao longo de quase cem anos, relatos confusos, truncados e repletos de contradições foram dando origem a lendas que atravessaram fronteiras e gerações. Na mais famosa delas, a jovem Anastácia teria sobrevivido ao massacre e perdido a memória – uma trama fantasiosa que inspirou romances açucarados, musicais de Hollywood e desenhos animados. A realidade, no entanto, é muito mais cruel, ainda que igualmente fascinante. Em Os Romanov: O fim da dinastia, Robert K. Massie, vencedor do Pulitzer e autor de best-sellers como Catarina, a Grande, traça o relato definitivo da execução e seus desdobramentos. Em 17 de julho de 1918, encarcerados havia quatro meses, o ex-imperador, a ex-imperatriz e os herdeiros Olga, Tatiana, Maria, Anastácia e Alexei, com idade entre 13 e 22 anos, foram conduzidos até um pequeno quarto, uma espécie de porão, onde acabaram surpreendidos por 11 homens armados com revólveres. O primeiro disparo se dirigiu a Nicolau, servindo de sinal para todo o esquadrão abrir fogo. Mãe e filha mais velha morreram imediatamente. Em meio aos projéteis que ricocheteavam pelo cômodo, as meninas mais novas se espremeram contra a parede, agachadas, até serem abatidas. Alexei se jogou no chão e foi atingido por dois tiros na orelha. Quando os corpos já estavam sendo enrolados em lençóis, uma das moças deu um grito. Sem munição, o bando terminou o serviço com golpes de baionetas e coronhadas de rifles. Terminava assim a dinastia Romanov. O destino dos corpos, no entanto, se manteve como um mistério até 1991, com o fim da União Soviética, quando nove esqueletos foram exumados de uma cova rasa em Ekaterinburg, na Sibéria – local não muito distante do infame porão. Seriam aqueles os ossos dos Romanov? Em caso positivo, onde estariam os restos dos dois caçulas? Embasado por uma pesquisa minuciosa, que descortina informações inéditas e surpreendentes, Massie percorre os 73 anos entre um evento e outro numa narrativa que não deixa nada a dever aos melhores romances policiais. A primeira dúvida que o autor esclarece se refere à culpa de Moscou e seu líder, Lênin, no que se refere ao aniquilamento dos Romanov. Em seu diário, publicado duas décadas mais tarde, o então comissário Leon Trotsky escreveu que “a decisão não era só conveniente, mas necessária. A severidade dessa justiça sumária mostrava ao mundo que continuaríamos a lutar implacavelmente, sem que nada nos detivesse. ” Depois, com drama e suspense dignos de CSI, ele acompanha as investigações, as idas e vindas dos exames de DNA e a disputa entre as equipes de cientistas russos e americanos que contribuíram para enfim solucionar o mistério. Massie também analisa delírios, mentiras, romantismos, farsas e disparates que sempre acompanharam a história – originados pela desinformação difundida pelo governo de Lênin. Entre os muitos reivindicantes ao trono da Rússia, uma se destacou das demais: Anna Anderson, que, desde seu aparecimento, em 1920, até a sua morte, em 1984, foi tida por muitos como a verdadeira Anastácia. Juntando em partes iguais o melhor das narrativas históricas, das reportagens e dos thrillers, Os Romanov: O fim da dinastia é uma obra fundamental para o entendimento do conturbado e intenso século 20.
Saiba maisLivro vencedor do National Book Award, O segredo dos Goblins é uma fantasia steampunk dirigida ao jovem leitor. Para a trama, o autor William Alexander compôs um universo rico e muito criativo, que mistura feitiços, engrenagens metálicas, goblins atores, pombos sinistros, corações que se tornam carvão, avó com pernas de galinha, marionetes humanas e a fascinante magia do teatro de máscaras. O protagonista Rownie, um órfão de dez anos, é uma das crianças que prestam pequenos serviços para a temida feiticeira Graba em troca de um teto sobre a cabeça. Sofrendo com o sumiço do irmão mais velho, o menino sonha com uma vida melhor, longe dos maus-tratos e da miséria no Lado Sul da cidade de Zombay. Certo dia, ele desobedece a uma ordem de Graba e vai assistir à apresentação de uma trupe de atores goblins. É quando experimenta a magia ao usar uma máscara de gigante, o que acabará lhe cobrando um preço muito alto. Obrigado a fugir, Rownie mergulha atrás de pistas sobre o paradeiro do irmão ao mesmo tempo em que tenta escapar dos ameaçadores soldados do Prefeito e das terríveis maldições da feiticeira, que parece ter mil olhos a vigiá-lo. Enquanto isso, o rio que divide a cidade cresce em fúria, prestes a inundá-la. O tempo do menino está se esgotando: seu irmão é o único que pode impedir a tragédia iminente. Elogiado pela crítica e por escritores consagrados como Ursula K. Le Guin e Peter S. Beagle, O segredo dos Goblins é uma história cativante sobre família, amor e identidade. Uma deliciosa aventura que nos envolve no universo mágico e misterioso do teatro.
Saiba mais“Os gêmeos Templeton, Abgail e John, tinham doze anos quando a mãe deles morreu.” Assim Ellis Weiner abre o primeiro capítulo do livro Os gêmeos Templeton têm uma ideia, e, ao fazê-lo, mais do que simplesmente começar uma história voltada para o público infantojuvenil, convida o jovem leitor a construir em conjunto com o autor-narrador cada peça desta engraçada e instigante trama. De mãos dadas com o ilustrador Jeremy Holmes, Weiner inverte o próprio processo de criação literária ao narrar as aventuras dos inteligentes irmãos gêmeos Abgail e John, que se veem nas garras de dois sequestradores, os também gêmeos Dean D. Dean e Dan D. Dean. Embora não admita, o divertido narrador é também um personagem. E mesmo reconhecendo, de forma sarcástica, que não está contente em contar esta história, desafia o leitor a seguir até o fim. “Você terá de lidar comigo, Leitor”, adverte. Brincando com o formato do livro, o autor propõe, de forma bem-humorada, uma série de perguntas no final de cada capítulo, que funciona como uma espécie de revisão do respectivo trecho da obra. As ilustrações são uma diversão à parte. Elas oferecem detalhes criativos e uma dinâmica que valoriza ainda mais a ação na história. O uso de diagramas, as mudanças de tamanho de fonte, e variações nos fundos contribuem para que o leitor não desgrude das páginas. O principal objetivo dos gêmeos depois da perda da mãe é tentar convencer seu pai, um atrapalhado inventor, a permitir que eles tenham um cãozinho. Ao mesmo tempo que o pai muda de emprego, eles têm que se adaptar à nova babá, Nan Noonan, e lidar com as ameaças de um ex-aluno do pai, Dean D. Dean, que se alia ao irmão Dan para planejar o sequestro das crianças. Algumas das questões se aprofundam ao abordar a razão do sequestro e o conflito de uma família que se verá na complicada missão de restaurar seu equilíbrio. Além do humor que percorre toda a narrativa, há uma sutil mensagem que pode ser sintetizada na fala do professor: "O que importa não são as ideias que você tem, mas o que você faz com elas."
Saiba maisR$ 29,90 novo
Ninguém nasce educado: pessoas gentis e cordiais são assim porque alguém se deu ao trabalho de ensiná-las. E esse alguém, na maior parte das vezes, são seus pais; um filho ético é obra de quem o criou. Em seu novo livro, a filósofa e educadora Tania Zagury escreve para pais e mães que se deram conta de como os desafios de criar uma criança se tornaram hoje ainda mais complexos. Os novos perigos que rondam nossos filhos mostra que formar hábitos pode ser um processo lento, repetitivo e cansativo – mas, ao mesmo tempo, delicioso e recompensador. A primeira parte, “Tablet, celular, web, redes sociais, joguinhos: modos de usar”, explica que, quanto mais jovens, mais as crianças se deixam influenciar por quem está próximo. O ponto é que muitas vezes elas passam mais tempo às voltas com as novas mídias que de fato na companhia dos adultos. Nesse cenário, a autora frisa que os pais precisam lutar por espaço: a influência externa entra cada vez mais cedo nos lares. Da tentação em postar fotos de bebês no Facebook e no Instagram ao preocupante jogo da Baleia Azul, Tania escreve que a tarefa prioritária não é apenas saber o que é certo ou errado, mas conseguir se opor a atitudes que se contrariam ao que se vê na sociedade (o que não é fácil para crianças ou adultos). Depois vem o “Dia a dia com filhos” – e as questões cotidianas também não são tão simples quanto podem parecer. É sempre bom checar o carro antes de trancar (um estudo recente relata que, nos EUA, 11% dos pais já esqueceram um filho lá dentro), mas ainda não existe resposta pronta para uma pergunta das mais antigas: babá ou creche? Castigos, gritos (são a nova palmada?), brincadeiras, brigas, bons modos (ainda estão na moda?), uso de remédios, insegurança, mentira, mimos, sexo, autoestima e consumismo são outros temas que a autora aborda sob um olhar prático e atual. As sempre estressantes decisões envolvendo o estudo também não ficam de lado. Na parte três, “Você, seu filho, escola e estudo”, Tania deixa claro que, desde que tenha sua mente aguçada e seu interesse pelo saber respeitado, uma criança pode ficar bem em qualquer modelo de ensino. Mas o que é responsabilidade da escola e o que é responsabilidade da família? O que faz um colégio ser “moderno”? Os professores devem ouvir os pais o tempo todo – e vice-versa? Como ajudar na recuperação? É possível prevenir o bullying? E como a compra do material escolar pode se transformar numa aula prática de economia doméstica? O último segmento gira em torno daquela pergunta inevitável: o que fazer quando chega a adolescência? Entre diversos temas, da tatuagem e as drogas ao primeiro namoro e as temíveis “más companhias”, se destacam a arte de conversar, o poder do diálogo (onde não deve haver vencedores ou vencidos) e a importância do sono. Por fim, Tania Zagury ressalta que, em tempos de crise, o papel da família se torna mais importante que nunca. Os novos perigos que rondam nossos filhos é uma leitura fundamental em um mundo aparentemente caótico, pois ensinar limites é treinar as novas gerações a conviver com frustrações e a falta de ética sem que se deixem levar por dúvidas sobre a forma moralmente correta de agir.
Saiba maisUm alferes, um capitão, um contrabandista de livros e um tenente: quatro jovens que desbravam a região de fronteira no sul do Brasil durante os anos finais da guerra entre portugueses, índios e jesuítas. São estes os Quatro soldados mencionados no título do romance de estreia de Samir Machado de Machado, que se envolvem em combates de capa e espada, aventuras em labirintos e florestas, batalhas históricas e encontros com seres fantásticos. Publicado originalmente em 2013, o livro ganha nova edição pela Rocco, revista e ampliada pelo autor. Samir conquistou o público e ganhou projeção nacional com Homens elegantes, romance histórico e reflexivo que abraça o entretenimento sem qualquer constrangimento. O flerte com a cultura pop, contudo, não implica qualquer desleixo estético. Pelo contrário: o estilo literário de Samir, que pode ser enquadrado na recente tradição pós-moderna, é marcado pelo apuro estético e pela linguagem cuidadosamente trabalhada, que confere fluência ao texto sem jamais subestimar o leitor. Essa proposta literária já era evidente em Quatro soldados, romance de aventura que levou oito anos para ser concluído. Considerado pelo escritor Daniel Galera “uma preciosidade da escrita imaginativa”, o livro reúne um diversificado repertório de influências que inclui Umberto Eco, J.K. Rowling, artistas visuais como Walmor Corrêa e o historiador Tau Golin, combinando elementos da literatura fantástica ao rigor das referências históricas. Para esta edição, o autor incluiu informações coletadas em leituras posteriores à publicação do livro, além de ter corrigido imprecisões e acrescentado novas passagens. Também é nítida a influência de Thomas Pynchon na estrutura do romance. Como nos livros do norte-americano, o narrador de Samir mistura fatos verídicos e esdrúxulos a eventos banais, mas fictícios, criando uma confusão entre real e fantástico. Isso é apontado de forma explícita já na primeira página: “estabeleço o compromisso de que te narrarei somente aquilo que vi; e o que não vi, ouvi; e o que não vi nem ouvi, li. Já aquilo que não vi, ouvi ou li, inventei, pois, se as passagens mais cheias de assombros e maravilhas são todas verídicas, coube às mais banais e cotidianas o fardo de serem todas fictícias, do contrário, como se sabe, a narrativa não anda, e é preciso dar verossimilhança aos fatos”. Cabe apontar que a extensa pesquisa de Samir transcende a narrativa, refletindo-se também no projeto gráfico do livro. A fonte empregada, por exemplo, é a Isidora – uma reconstrução da mesma utilizada no primeiro livro publicado no Brasil, em 1747. A presença em algumas passagens do “S longo”, letra empregada em documentos portugueses do século XVIII (período em que o romance se desenrola), também ajuda a criar a ambientação de época. Tudo isso contribui para fazer de Quatro soldados um romance fundamental para aqueles que desejam conhecer a obra de um dos escritores brasileiros mais inventivos da atualidade – tarefa mais divertida do que o leitor pode imaginar.
Saiba maisR$ 24,90 novo
“O poeta, a palavra pega./Preparar, apontar, fogo!/ Nos versos descarrega.” Com estes versos simples e carregados de força simbólica, a carioca Sandra Lopes abre o belo e intenso Poesia é fogo, é terra, é água, é ar!, uma viagem poética pelos quatro elementos que marca a estreia da autora, que é escritora, poetisa e mediadora de leitura com vários livros publicados, no selo Rocco Jovens Leitores. Evocando a beleza, a força ou, por vezes, a violência da natureza, Sandra Lopes constrói belas imagens em pequenos poemas de três versos, seguindo a tradição do mestre japonês Bashô. Em Fogo, primeiro bloco de poemas, a autora reúne os haicais que revelam o fascínio do homem pelo fogo, suas múltiplas utilidades e seus perigos, como o singelo “A moça,/para iluminar a solidão,/acende o lampião.” ou “Gemidos./Árvores doloridas/pelo fogo retorcidas.”, em tom de alerta contra as queimadas que se espalham pelas florestas brasileiras. Terra reúne os poemas que falam do solo, da necessidade humana de fincar raízes, do planeta que nos abriga, da Terra Mãe de todos nós. Com graça e leveza, a autora reverencia “Da terra/ o bendito trigo/e o abrigo.”, mas também utiliza uma certa ironia ao apontar as mazelas que o homem impôs à sua própria casa, como em “Ex-árvore procura/vaso para morar/Alguém quer ajudar?”. A água do mar, da chuva e dos rios e lagos inspira os poemas reunidos em Água, terceira parte do livro, que reúne versos cheios de lirismo como “Nas marés/com meias de renda/a espuma calça meus pés.” ou “A chuva convida./Sobre a cama/gotas de preguiça”. No último bloco de poemas, a autora evoca tudo o que lembra a existência – fundamental e por vezes despercebida – do ar: o vento que desenha nuvens no céu e movimenta as folhas das árvores, que faz girar as pás dos moinhos e voar a pipa do menino, que espalha as bolhas de sabão e que leva a menina a balançar... “Balanço quer brincar./Vem menina,/vem voar.” Com um olhar sensível e atento, Sandra Lopes convida o leitor a se reencontrar com a essência da vida e mostra que a poesia está em todas as coisas e em todos os lugares. As delicadas ilustrações de Janaina Tokitaka dialogam à perfeição com os versos da autora, intensificando a experiência da leitura. Poesia para jovens de todas as idades!
Saiba maisEm tempos de busca pelo “segredo”, o rabino Nilton Bonder oferece ao leitor uma percepção sobre aquilo que deve, ou deveria, ser o motivo da procura pelos homens: o sagrado. Autor do bestseller A alma imoral, que virou monólogo de sucesso nos palcos cariocas com a adaptação e atuação premiada de Clarice Niskier, Bonder reflete, em O sagrado, sobre a crença, popularizada pelos livros de autoajuda, de que o homem possui a chave para desvendar o mistério da vida e alcançar a plenitude, aqui e agora. No livro, o autor mostra por que o sagrado é antídoto para o consumismo desenfreado e o individualismo que imperam na atualidade. A ideia de escrever a obra surgiu do espanto do autor diante do sucesso de livros que oferecem um segredo capaz de mudar a vida das pessoas. Para Bonder, a busca incessante pela plena satisfação do desejo leva ao que ele chama de ‘religião dos indivíduos’, tão em voga na atualidade. Em nome da autorrealização, o homem se coloca no centro de um universo no qual ele é um sujeito especial, que merece consumir indiscriminadamente e acumular dádivas por suas conquistas. Para os que creem na soberania do indivíduo, Bonder adverte: o homem é frágil e vulnerável. O verdadeiro segredo, camuflado pelos livros de autoajuda, é ter consciência dessas limitações; é questionar o desejo como fonte absoluta de bem-estar, ao invés de simplesmente tentar preenchê-lo. “Pensar que somos o centro do universo só nos fez intolerantes e ignorantes no passado”, afirma. “Esse é um engano trágico que mais cedo ou mais tarde levará à frustração e à descrença”, completa ele. Em seu livro, ele mostra que o verdadeiro segredo é o “oculto do oculto”, ou o sagrado, justamente aquilo que a obviedade não permite enxergar e que não pode ser adquirido como um simples produto, disponível numa prateleira de supermercado. Ao contrário, para alcançá-lo, o homem precisa se libertar do que ele chama de ‘tirania do ego’, do culto ao indivíduo, abrindo espaço para o outro – a família, os amigos, a comunidade – em suas vidas. Distante do racionalismo que quer entender e do esoterismo que quer evocar, o sagrado acolhe a incerteza, fortalecendo as escolhas, abarca o vazio, permitindo a sabedoria, resgata a nobreza que há no simples e potencializa a verdadeira riqueza. “Não somos um fim, somos um meio pelo qual se dá um projeto muito além de nossa biografia individual. E essa não é uma má notícia. Ser parte e não a integralidade nos aproxima da realidade e possibilita a experiência do sagrado – de ser especial não como algo isolado, independente, mas inserido na Árvore da Vida”, conclui.
Saiba maisDrogas, violência, sexo e um toque malicioso de humor temperam a coletânea de contos Requentando repolhos, de Irvine Welsh. Em oito histórias, o autor passeia por temas como amizade, escatologia, vergonha, alterações mentais e aspectos perturbadores da natureza humana, descritos com a energia que lhe é característica. Somente o conto Eu sou Miami é inédito, os demais já apareceram em diversas publicações no decorrer dos anos.Falta em cima da linha abre o livro mostrando um casal com um relacionamento problemático, cuja decisão de fazer um programa em família acaba mudando completamente o que seria apenas mais uma tarde de domingo. Na sequência, Culpa católica (Você sabe que adora isso) apresenta o homofóbico Joe Hutchinson, prestes a vivenciar experiências jamais imaginadas em seus piores pesadelos.O namorado de Elspeth é centrado no almoço de Natal na casa da mãe de Frank. Antes mesmo de conhecer Greg, namorado de Elspeth, sua irmã caçula, Frank já implicava com ele. O dia em família só contribui para deixar a situação ainda mais tensa. Já Beijando e fazendo as pazestraz os pensamentos de um misógino sem nome, que reflete sobre um relacionamento desfeito enquanto vai a uma boate de strippers.O incidente de Rosewell gira em torno de jovens renegados tanto da Terra quanto de um planeta chamado Cyrastor. E os extraterrestres planejam dominar a Terra, com a ajuda de alguns humanos. No conto seguinte, A festa, os amigos Crooky e Calum encontram em um bar um velho conhecido de Calum, Boaby Preston, e os três decidem ir juntos a uma festa. Enquanto os dois primeiros tomam ecstasy para se animar, Boaby usa heroína.Em Disputada, Sarah se vê no centro da disputa entre Gavin, com quem acabou de fazer sexo, e Victor, um ex-namorado. Mas sua maior preocupação no momento é ficar livre de uma terrível dor de dente. Eu sou Miami encerra o livro contando a história de Albert Black, um professor aposentado que vai morar com o filho, a nora e o neto depois de ficar viúvo. O reencontro com dois ex-alunos, Carl Ewart – que se tornou um famoso DJ – e Terry Lawson, vai mexer com sua rotina.
Saiba maisDepois de Maldosas e Impecáveis, é a vez dos leitores brasileiros seguirem a pista da misteriosa “A” no lançamento Perfeitas, terceiro título da bem-sucedida série Pretty Little Liars a chegar às prateleiras do país. Sucesso absoluto nos Estados Unidos, a série adiciona ao universo tipicamente adolescente das protagonistas uma trama de suspense e mistério. Assinada por Sara Shepard, os oito livros da série mantiveram-se por 25 semanas na prestigiada lista dos mais vendidos do The New York Times, e deram origem ao seriado homônimo da TV americana, que estreia agora no país pelo canal Boomerang. Em Perfeitas, nada será como antes para as quatro ex-melhores amigas, Spencer Hastings, Emily Fields, Hanna Marin e Aria Montgomery. “A”, que elas chegaram a desconfiar ser Alison DiLaurentis, a quinta integrante do grupo de garotas populares que elas formavam na sétima série e cujo corpo foi encontrado três anos após seu desaparecimento, volta a atormentar cada uma das meninas. E, dessa vez, a misteriosa figura cumpre o que promete: “A” vai pressionando as jovens e divulgando o que elas queriam esconder de pais, amigos e outros alunos da exclusiva Rosewood Day, a escola particular onde estudam. A certinha nadadora Emily é a primeira vítima da vingança de “A”. Sentindo-se culpada pela morte de Toby Cavanaugh – o adolescente que se suicidou por achar que a menina denunciaria o que ele tinha feito com a própria irmã, Jenna –, ela resolve contar à polícia tudo sobre Ali e as intimidações de “A”. O troco vem rápido: logo todos ficam sabendo que Emily mantém uma relação secreta com a linda Maya, e os pais da nadadora forçam a adolescente a entrar em um programa de reabilitação para homossexuais, o Tree Tops. Já Aria sofre porque sua mãe não suporta o fato da filha ter escondido que sabia do caso do pai com uma das alunas dele e se muda para a casa do namorado, Sean, o ex de Hanna. Quando Aria retoma o relacionamento proibido com seu professor de inglês, Ezra, “A” não perde tempo e manda fotos comprometedoras do casal para Sean. Magoado com a traição, ele chama as autoridades e faz com que Ezra seja preso. As coisas também não são fáceis para Spencer e Hanna. A primeira é indicada ao Orquídea Dourada, um prestigioso prêmio para trabalhos escolares do ensino médio, mas, na verdade, o texto que entregou é um plágio de algo que sua irmã, Melissa, escreveu anos atrás. Além do medo de ser descoberta, a garota ainda lida com sessões de terapia e desconcertantes flashbacks, nos quais relembra uma discussão violenta que teve com Ali na noite em que ela sumiu. Hanna, por sua vez, conhece o inferno social. Suas prisões e crises de bulimia passam a ser conhecidas por toda a escola e “A” arma um desentendimento entre a jovem e sua melhor amiga, Mona. Quando parece que sua popularidade não pode despencar mais, Hanna é humilhada publicamente na luxuosa festa de aniversário de Mona, sendo confortada por um antigo flerte do sétimo ano, Lucas. Apesar da necessidade de se unirem para tentar desmascarar “A”, as meninas continuam incapazes de reatar os antigos laços de amizade. Enfrentando sozinhas seus problemas pessoais e sem confiar uma nas outras, as garotas são forçadas a enfrentar o fato de que “A”, quem quer seja, não só as odeia como realmente está mais perto do que imaginam, podendo ser, até mesmo, uma delas. Mas é somente quando Hanna parecer ter descoberto a identidade de “A” que elas se dão conta de tudo que a sinistra personagem é capaz de fazer para proteger o seu próprio segredo... Leia um trecho +
Saiba mais“Eu leria qualquer coisa que Emma Straub escreve. Eu passei a me importar profundamente com cada personagem deste romance e fui incapaz de dormir à noite até ter a certeza de que todos aterrissaram em segurança. E esta família permanecerá comigo por um bom tempo.” – Elizabeth Gilbert, autora de Comer, rezar e amar “Eu amei Os veranistas. É engraçado, comovente e belamente escrito.” – Jojo Moyes, autora de Como eu era antes de você “Para aqueles que não podem fugir para uma ilha espanhola nessas férias, Os veranistas pode ser o melhor paliativo. Ao virar a última página, me senti como se um período de férias chegasse ao fim: feliz pela viagem e triste por ter acabado.” – The New York Times Book Review Uma quinzena de férias com hospedagem numa casa confortável, com piscina, em local ensolarado, repleto de praias belíssimas, na companhia da família e de amigos íntimos nem sempre corresponde a momentos agradáveis e de lazer. Em Os veranistas, a escritora Emma Straub analisa as contraditórias relações de afeto na contemporaneidade, deslocando para Palma de Maiorca, na Espanha, um grupo de sofisticados nova-iorquinos que estão vivendo uma fase de transição de suas vidas, enquanto superam traições amorosas. O resultado é um romance encantador sobre a vida em família, a amizade e o amor.Até a adolescente Sylvia, que se entusiasma com aquela última viagem em família, antes de mudar-se da casa dos pais para um alojamento universitário, já sofreu a desilusão da traição de uma amiga que lhe tomou um namorado. Os pais, a escritora especializada em gastronomia Franny, e o jornalista Jim, pensam em separar-se depois do breve envolvimento sexual – já encerrado – com uma estagiária, que resultou em sua demissão da revista onde era editor há 40 anos. O filho Bobby, que mora na Flórida com a namorada Carmem, uma personal trainer dez anos mais velha, preocupada com saúde e boa forma, sente os efeitos negativos da crise econômica, enquanto o casal de amigos gays, Lawrence e Charles, esperam sua vez na fila de adoção de crianças recém-nascidas. Apesar de não conviverem diariamente, todos os integrantes do grupo mantêm o equilíbrio pessoal contando com o apoio da estrutura que os demais montam. Bobby se acomoda na segurança pessoal e profissional de Carmem, e na garantia de ajuda financeira dos pais. Franny comanda a família com pulso firme, e precisa do melhor amigo, Charles, para entender se o ressentimento que experimenta por Jim é causado pela relação adúltera do marido ou pelo desgaste do casamento. Já Charles, artista de meia-idade, está satisfeito com o cargo de tio afetivo dos filhos de Jim e Franny, acumulando Sylvia e Bobby de presentes e carinhos ao longo da infância, e reluta em atender ao sonho de paternidade de Lawrence. Enquanto lutam com seus temores de deixar rotinas há muito estabelecidas, os veranistas, com exceção da jovem Sylvia, pressentem que a temporada de descanso será mais estressante e traumática, apesar das atrações que a região oferece. O contraponto entre os mais maduros e os que ainda têm boa parte da vida pela frente é frequente: Franny já passou pela menopausa, Sylvia escreve na agenda que um dos objetivos daquele ano é perder a virgindade. Carmem espera casar-se com Bobby, que ainda gosta de flertar com outras mulheres. Jim é tomado pela inquietação com a perspectiva de aposentadoria, já que não espera conseguir reempregar-se aos 60 anos, lamentando ter se permitido cair em tentação ao sentir o avanço da idade. Montando cenas incômodas, em que eclodem as pequenas rusgas permitidas pela intimidade entre pessoas que se conhecem profundamente, Emma Straub entrega os personagens ao leitor, que os recebe como membros de sua própria família. Os hábitos de cada um, que irritam ou encantam os demais, compõem essa extensa e intensa reunião de figuras notáveis, mas que são tão familiares quanto as que encontramos no dia a dia. Uma narrativa que hipnotiza o leitor por sua aparente simplicidade e, principalmente, pela profundidade do que discute: a dificuldade das escolhas numa sociedade em que todas as ligações podem ser facilmente desfeitas.
Saiba maisFrei Betto tem longa carreira literária. São 61 livros nascidos ao longo de 45 anos, incluindo Ofício de escrever, uma coletânea de artigos que refletem sua paixão pela escrita e pela literatura. Ainda assim, ele abre suas crônicas com uma pergunta que o persegue desde sempre: “Por que escrevo?” e para a qual, mesmo com tanto tempo nesta seara, não tem uma resposta. Ao longo da leitura desta nova obra, Frei Betto nos leva a uma viagem pela literatura e sua força como linguagem e instrumento de resistência. “Escrevo para constituir a minha própria identidade”, “Escrevo para lapidar esteticamente as estranhas forças que emanam do meu inconsciente”, “Nada me dá mais prazer na vida do que escrever”, “Escrevo para ser feliz.” Essas são apenas algumas respostas que explicam sua fértil criatividade. Ele compara o processo de elaboração de um livro a um parto: por meio da escrita traz à luz suas ideias e intuições. A partir dali, uma vez publicado, o texto já não lhe pertence. São os leitores que tomam posse da obra e também do autor. É a sua criação oferecida ao mundo. Criação que é fruto da babel que o povoa. Assim, o leitor, ao se apossar de seu texto, torna-se um terapeuta tentando ler e entender a criação do autor. Frei Betto não se limita a discorrer sobre seus próprios hábitos e segredos de escritor. Ele destaca também a técnica de autores fundadores, como Shakespeare e Cervantes, e singulares como Tomasi di Lampedusa, Saint-Exupéry e T.S. Eliot. Merece destaque o carinho com que aborda a obra de dois grandes escritores – mineiros, como ele – Bartolomeu Campos de Queirós e Adélia Prado. Esta última, capaz de arrebatamentos místicos comparáveis aos de Santa Teresa de Ávila ou Soror Juana Inés de la Cruz. Muito mais do que um ofício, a escrita é destacada aqui como a mais sagrada das artes, uma espécie de missão. Por isso mesmo, representa um instrumento de resistência. Para Frei Betto, uma das forças da literatura sob ditaduras é traduzir o sofrimento das vítimas e dialogar com elas. Dar voz a quem foi silenciado, como muitos escritores vítimas de repressão, como o apóstolo Paulo, Dante, Galileu e Dostoievski. “A literatura, como toda obra de arte, é uma forma de resistência, de denúncia e de anúncio. Ela pode estar contida em um livro, manifesto ou mesmo em simples grafite gravado no muro de rua. Ali as palavras quebram o silêncio que nos é imposto, expressam nossa dor e nossa esperança, desmascaram e ridicularizam o tirano e a tirania.”, reflete o autor.
Saiba maisE se você tivesse a chance de confrontar um algoz do seu passado? Escolheria o perdão ou a vingança? Esse é o dilema de Rachel Rabinowitz, protagonista de Órfã #8, sensível estreia literária da norte-americana Kim van Alkemade sobre as inesperadas escolhas que acabam por determinar os caminhos de nossas vidas. No romance ambientado na Nova York de 1950, a jovem enfermeira do Lar Hebraico de Idosos é surpreendida pela chegada de sua mais nova paciente: Dra. Mildred Solomon, responsável por conduzir décadas antes uma série de experimentos de métodos questionáveis com as crianças do Lar Infantil Hebraico, para onde Rachel foi levada após uma tragédia abater sua família quando tinha apenas quatro anos de idade. A excitação de trazer o passado para o presente logo se transforma em angústia, medo, ódio. Se quando mais jovem acreditava que o veneno dos raios X que a deixaram se sentindo feia, danificada, impossível de ser amada, fora o preço a pagar em troca de sustento, agora, diante de uma série de novas evidências e do caroço que identifica em um de seus seios, Rachel percebe que o total final talvez seja alto demais para ser pago. De repente a enfermeira vê sua vida ser inundada por lembranças – algumas até então obscurecidas, outras nem tanto – do tempo que passou no orfanato: os sinais para acordar, se lavar, comer, dormir; os berços tão inadequados para crianças de sua idade e tamanho; a mesa do laboratório, a chapa, o tubo de Coolidge; o número 8 bordado na gola de seu uniforme (afinal, de que outra forma um pesquisador pode manter a objetividade, especialmente trabalhando com crianças?). As amizades, as inimizades, o bullying, a descoberta do amor e da sexualidade (sua amiga Naomi, alertavam as outras meninas, não era normal, mas como podia ser errado algo que parecia a coisa mais natural do mundo?). A separação e o reencontro com o seu irmão, Sam, e as próprias mãos, que juntava e apertava, para fugir da solidão. Tomada por uma onda de ansiedade e obcecada por fazer a Dra. Solomon reconhecer todo o mal causado, Rachel se depara com as complexidades de sua natureza e descobre que nem sempre é tão claro o que separa aqueles que machucam daqueles que curam. Inspirado em fatos reais, Órfã #8 nasceu das pesquisas de van Alkemade sobre o passado de sua família. Assim como o menino Vic da obra, seu avô, Victor, cresceu em um orfanato de Manhattan onde a mãe – bisavó da autora –, Fannie Berger, trabalhava. Lendo sobre o orfanato, van Alkemade descobriu estudos científicos conduzidos em outros abrigos para crianças, e se perguntou o que aconteceria se uma das cobaias tivesse a chance de confrontar seus médicos quando adulta. Oito anos e muita pesquisa depois, surgiu a obra que rendeu comparações a nomes já consagrados da ficção histórica, como Sarah Waters, por sua sensibilidade e riqueza em detalhes.
Saiba maisPássaro louco, o novo livro de Rosiska Darcy de Oliveira, é uma antologia que reúne as melhores crônicas da autora, escritas ao longo dos últimos vinte anos. Elas reconstituem o pensamento de uma cronista celebrada pela crítica literária pela originalidade de seus textos, em que a erudição da ensaística se exprime na forma leve da crônica. Pássaro louco é o registro dos itinerários dessa mulher que diz ter vivido três séculos em uma vida. Em “Infância não tem cura”, primeiro capítulo do livro, emerge a descoberta do mundo, a difícil travessia de tudo que é ainda misterioso. “Viver é um susto que começa na infância. Porque, pense bem, como é possível de repente descobrir-se vivo, dar nome às coisas desconhecidas, decorar quem é quem nesse lugar que, supostamente, é a sua casa?” No universo de um só quarteirão dá-se a travessia de tudo que é ainda misterioso, os amores silenciosos, o padre que tem seis filhos que esconde na escola paroquial, a convivência com as vizinhas turcas que ensinam o diferente, a intuição do perigo no velhinho inofensivo, o balão que sobe e em sua beleza leva o risco da destruição e ensina que “glória, gênio e inferno são feitos do mesmo fogo”. O mistério do terreno baldio onde, quando cai a noite, se esconde uma mulher. A alegria dos verões e dos carnavais. Nada disso tem cura e vai virar literatura. Em “Arlequins e Purpurina” é o carnaval, uma das paixões da autora, que vai se revelar como “uma festa virtuosa” que sabe que “ninguém é autêntico quando fala em primeira pessoa, mas que, ao escolher sua máscara, vai se revelar”. “Há tanta sabedoria no carnaval e um silêncio estridente que ninguém ouve em meio ao burburinho das escolas que desfilam hipermodernas, dos blocos que insistem em reviver um amor que se acabou, em meio à melancolia de foliões que ainda vagam sozinhos pelas calçadas, as asas quebradas pelo cansaço, depois de um voo cego pela avenida. Ninguém ouve o silêncio do carnaval”. “Pássaro louco”, o capítulo que dá título ao livro, fala do amor, “esse pássaro louco que ninguém sabe onde vai pousar”. Paixão, ciúme, fidelidades e infidelidades, os amores proibidos, o pássaro louco alça seu voo arriscado e pousa onde menos se espera. “A paixão reconstrói a virgindade, tem uma pureza juvenil. Paradoxalmente, é selvagem. Há nela uma força animal, um descontrole dos sentidos que passa longe da civilização e seus bons modos. É um mundo de bichos enfurecidos que rondam uns aos outros uivando para a lua.” Com “Uma roupa de silêncio” a autora atravessa o mundo das sombras, do medo, da insônia, dos acasos incontroláveis. Estabelece então um diálogo com “O interlocutor mudo”. Rosiska não acredita em Deus e acha que “é por orgulho que aceito a aridez desse não lugar”. “Mas não me iludo, dia virá em que talvez mais velha, mais fraca ou conciliatória, ou conformada, possa me abandonar a um sentimento oceânico, a um desejo de pertencimento mais forte do que eu, uma espécie de música infinita que me ocupe inteiramente. Talvez feche os olhos. Não recusarei essa música. Nem a morfina.” “Inventário das perdas” reconstrói os principais eventos da política internacional no século XXI, da queda das Torres Gêmeas até a crise dos refugiados, evocada na crônica Senhor Deus dos desgraçados. A indignação face aos dramas do mundo, que atravessa toda a obra de Rosiska, encontra nesse capítulo algumas de suas expressões mais pungentes. Assim também as crises e as alegrias do Brasil e de sua cidade natal, o Rio de Janeiro, se espalham nas páginas dos capítulos “Pindorama” e “As cavalariças da política”, essa uma menção às cavalariças mitológicas do rei Augias para metaforizar a corrupção que grassa no país, exigindo um esforço hercúleo para ser superada. “As coisas que não existem” – “o que seria de nós sem as coisas que não existem” – e “Família secreta” são um mergulho no universo que lhe é mais familiar, a literatura. Dessa família secreta fazem parte personagens como Emília, a Marquesa de Rabicó, de Monteiro Lobato e os grandes escritores como Marguerite Yourcenar, Clarice Lispector e García Márquez. Leitora voraz, Rosiska perdeu uma biblioteca jogada no mar por quem quis protegê-la da polícia. Celebra os livros que, “verdade das mentiras, são, admite, perigosíssimos”. “Todos os tiranos temem o imaginário porque, se conseguem pela dor e pela tortura controlar os corpos dos inimigos, a imaginação, essa transita soberana e intocável pelos territórios livres do sonho e do pensamento. A imaginação é um território liberado.” “Pandora à solta” se insere na ponta do contemporâneo, no que ciência e tecnologia vêm produzindo de mais instigante, transformando as sociedades e as pessoas. Convencida de que “o destino não é mais o que era antes”, graças às biociências, Rosiska atravessa o “tempo dos selfies”, “a incorpórea população que habita o ciberespaço”, a medicina que faz seu caminho “de Hipócrates à hipocrisia”, as senhas que nos aprisionam, a escravidão das grifes e toda essa espantosa Utopia Virtual. Pássaro louco “habita uma zona de fronteira onde se encontram e se entendem a narrativa ficcional, o poema em prosa e a astúcia ensaística”, escreve o acadêmico Eduardo Portella em seu prefácio ao livro.
Saiba maisR$ 42,90 novo
Um verão. Uma menina. Um plano. 65 maneiras de fazer a diferença. Neste livro romântico e cativante, Michele Weber Hurwitz, elogiada autora de livros juvenis, conta a história de Nina Ross, uma menina de 13 anos que, um pouco entediada e solitária durante as férias, resolve dar um gostinho diferente aos seus dias com um plano inusitado: fazer uma boa ação por dia, anonimamente, a alguém de sua vizinhança. A cada um dos 65 dias em que põe seu plano em prática, Nina descobre algo novo sobre seus vizinhos e sua família capaz de surpreendê-la. E aprende que as coisas podem não acontecer sempre do jeito que esperamos, mas podem ser ainda melhores. Como o verão inesquecível em que ela salvou o mundo – ou pelo menos fez uma pequena diferença nele – e as próprias férias.Nina tinha apenas um curso de desenho artístico previsto para as férias, mas enquanto as aulas não começam observa a movimentação da vizinhança deitada na rede do quintal. Na casa ao lado, a Sra. Chung mira concentrada duas bandejas de plástico repletas de mudas de cravos. Apoiada em muletas, a vizinha resmunga alguma coisa com frustração. Como irá plantar as flores com a perna engessada?Ao ver a cena, os pensamentos de Nina a levam de volta a uma aula com o Sr. Pontello: “Quase sempre são as coisas comuns, as que passam despercebidas, que acabam fazendo alguma diferença.” A lembrança a fez pensar na avó, que sempre tinha alguma “Simples Verdade” sobre todas as situações. De repente, Nina percebe o que deve fazer. Vai plantar os cravos para a Sra. Chung. Pela primeira vez na vida não irá esperar que alguém tome uma atitude. Ela mesma fará isso. Foi assim que tudo começou. E se alguém pudesse mesmo influenciar os acontecimentos ao redor? Ou até mesmo alterá-los para melhor? Nina estava decidida, realizaria 65 boas ações até o primeiro dia das aulas do ensino médio. Isso iria mantê-la ocupada, pois, afinal, além do curso de verão, só tinha que ler dois livros para a futura aula de literatura. Decidira, porém, que todas as boas ações em sua vizinhança seriam praticadas de forma anônima. Assim, à medida que os dias passam, Nina vai aumentando sua lista: brinquedos organizados no quintal da Sra. Cantaloni, biscoitos para o Sr. Dembrowski, conserto na capa do pequeno Thomas, um elogio sincero à roupa da mãe de Jorie... Mas será que tudo isso fará realmente alguma diferença no mundo? Como encarar e aceitar as reações das pessoas? Podem boas ações provocar situações equivocadas? Como Nina atesta, a vida pode mesmo ser cheia de surpresas.
Saiba maisChamar o relacionamento de Anna e Bennet de “um romance a distância” é simplificar demais. Anna vive em Chicago, no ano de 1995, enquanto Bennet é da São Francisco de 2012. Os dois nunca deveriam ter se conhecido, mas Bennet tem a incrível habilidade de viajar no tempo. O tempo não para é a tão aguardada continuação do sucesso O tempo entre nós, de Tamara Ireland Stone. Será que o amor de Anna e Bennet pode sobreviver às dificuldades de uma relação a distância no tempo e no espaço? A jovem autora norte-americana mantém o ritmo do primeiro livro e mostra que sucesso não foi por acaso. Bennet está de volta a Chicago, para surpresa de Anna. Desta vez os jovens tem um plano e vão fazer de tudo para o romance dar certo. Tudo parece que está funcionando. Porém, Bennet usa seu dom para alterar um futuro possível, e as regras mudam quando Bennet tem um vislumbre de um futuro que não deveria ver. As decisões tomadas até aquele ponto podem levar o casal para o futuro que o jovem não deseja? Ao mesmo tempo que enfrenta problemas com seu poder, Bennet tem que decidir entre seu coração e o futuro de Anna. Em O tempo não para, Tamara Stone coloca o leitor dentro da cabeça de Bennet e mostra um pouco mais sobre a história do jovem e sua habilidade. Repleto de referências musicais, usadas para marcar cada época, o romance é uma obra sob medida para leitores em busca de uma bela história de amor e uma prova de que o sentimento pode superar todas as barreiras. Leia um trecho +
Saiba maisDez anos atrás, em um julgamento que parou a América, a jovem celebridade Janie Jenkins foi condenada pelo assassinato de sua mãe. Agora, ela foi libertada devido a um problema com as provas. E está disposta a provar sua inocência e desvendar o mistério que envolve as últimas palavras da vítima. Mas primeiro precisa driblar a mídia, que promete não deixá-la em paz. Querida filha é o livro de estreia de Elizabeth Little. Um thriller sensacional sobre uma heroína improvável que talvez tenha matado a própria mãe. Bem-nascida, educada, criada na Europa e recém-saída da prisão. Janie Jenkins foi presa no auge da fama, acusada de ter matado a mãe, uma socialite famosa pelas obras de caridade e a capacidade de arrumar maridos ricos. Liberada pela justiça, Janie tem apenas uma pista do que pode ter ocorrido há dez anos, um nome: Adeline. Mas primeiro precisa despistar a imprensa e o interesse mórbido do público. Com o apoio relutante de seu último advogado, Janie consegue “sumir” e parte para Dakota do Sul, em busca de redenção. Lá, encontra muito mais do que esperava. São muitas perguntas e poucas respostas, mas que podem esclarecer bem mais que o assassinato de sua mãe. Pistas que podem mudar toda a sua vida. A cada descoberta, e a cada virada da trama, a protagonista é levada a um novo mistério e parece chegar um pouco mais perto da absolvição. Ou não? Elizabeth Little mostra um grande talento em sua estreia e cria uma trama eletrizante e engenhosa, onde o leitor é apresentado (e aprende a amar) Janie Jenkins, uma personagem cínica e sedutora que busca a verdade a qualquer custo. Querida filha é o terceiro título da Luz Negra, coleção que reúne a revelação do novo suspense. Mais do que descobrir o assassino ou focar na investigação de uma cena do crime, os títulos da Luz Negra enfatizam o aspecto psicológico e a ambiguidade de seus personagens. Fazem parte da coleção livros Uma garota de muita sorte, de Jessica Knoll, e Em um bosque muito escuro, de Ruth Ware.
Saiba maisO gênio singular e o humor mordaz de Oscar Wilde encontram a sensibilidade e perspicácia de Clarice Lispector neste clássico do escritor irlandês adaptado pela mais importante autora brasileira. O retrato de Dorian Gray é mais um volume da coleção Os Favoritos, que reúne histórias universais adaptadas por Clarice Lispector, como O chamado selvagem, de Jack London, Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, A ilha misteriosa, de Julio Verne, e O talismã, de Walter Scott, pelo selo Rocco Jovens Leitores. Em seu texto de introdução à obra, Clarice alerta o leitor, depois de uma rápida contextualização acerca da origem do romance, publicado em 1891: “O livro é ficção. Mas as pessoas e muitos dos conceitos que o povoam são realidade. Daquele tempo. De hoje. Porque há verdade neles. E a verdade é de sempre.” Clarice sendo Clarice ao falar da importância e da atemporalidade de Wilde (que, aliás, se mantém, passados mais de 40 anos desde que a escritora traduziu a obra e escreveu o texto). Na trama, tecida por Wilde em prosa elegante, repleta de diálogos espirituosos, questionamentos filosóficos e elementos fantásticos, Dorian Gray é um jovem belo e virtuoso que tem seu retrato pintado por Basil Hallward, um artista sensível que procura imortalizar na tela toda a beleza, pureza e inocência de seu modelo. Ao ser apresentado a Henry Wotton, no entanto, Dorian é seduzido pelo estilo de vida hedonista e um tanto cínico do lorde, mergulhando numa vida de vícios e busca pelo prazer sem limites, sob a aparente fisionomia da bondade e da virtude. Mas a beleza que tanto atrai Basil, Wotton e todos os que convivem com Dorian torna-se também a fonte da ruína do rapaz. Sua vaidade e seus pecados refletem-se, não em sua aparência real, que se mantém sempre jovem, mas no retrato, que vai revelando o envelhecimento e a corrupção de sua alma, numa espécie de maldição assustadora. Vivendo uma vida dupla, acossado pelos próprios erros e culpas, Dorian não tarda a perceber, como lhe dissera Henry certa vez: “Há uma fatalidade contra as boas resoluções. São tomadas demasiado tarde.” Os dilemas morais do homem, a hipocrisia reinante nas relações sociais e o papel da arte na tradicional sociedade britânica do fim do século XIX são alguns dos temas brilhantemente tratados por Oscar Wilde em O retrato de Dorian Gray. Nunca é tarde para ler (ou reler) este clássico da literatura universal adaptado pela maior escritora brasileira.
Saiba maisR$ 59,90 novo
No último livro da trilogia Redenção, Nana Pauvolih prova que o tempo não é capaz de amenizar uma paixão e que o verdadeiro amor supera qualquer obstáculo. Em Redenção pelo amor, o protagonista é Antônio Saragoça, jovem bem-sucedido, líder exímio, orgulho da família. O destino do jovem está traçado desde a maternidade: muito desejado após anos de tentativas para engravidar, seus pais nunca tiveram dúvidas de que ele seria o herdeiro natural para assumir a Corpórea, empresa da família. Melhor ainda casado com Ludmila, filha de Walmor Venere, sócio de Arnaldo. Vivendo um relacionamento de aparências, movido por interesses, Ludmila jamais pensou em abrir mão do casamento, mesmo sem o menor resquício de amor, carinho e companheirismo. Fria, calculista, orgulhosa e disposta a permanecer ao lado de Antônio a qualquer custo, ela aceita a indiferença do marido em troca de conforto, status e um cartão de crédito sem limites à disposição. E assim se passaram nove anos. A rotina sem graça, no “automático”, de Antônio é interrompida quando ele reencontra Cecília Blanc, seu grande amor do passado. As lembranças, a química entre os dois, tudo volta à tona de forma intensa e visceral. O resultado é um turbilhão de emoções, aliado à certeza de que o tempo não foi capaz de amenizar os sentimentos e o desejo físico entre os dois. Não há mais dúvidas: tudo seria diferente a partir daquele momento. Reviver o passado terá um preço alto que, ainda assim, Antônio está disposto a pagar. Arriscar tudo em nome da felicidade e deixar para trás anos de apatia, rancor e falsas aparências. Render-se definitivamente ao verdadeiro amor passa a ser então sua meta de vida. Custe o que custar.
Saiba maisA verdadeira família de Chloe Richards sempre foi composta por amigos, apenas. Desde muito cedo, ela conviveu com os maus-tratos da mãe, Andrea, com quem nunca teve uma relação pacífica. Desequilibrada e dependente química, ela costumava despejar suas frustrações em cima de Chloe. E assim foi por toda a vida. Chloe criou um verdadeiro pânico de reencontrar a mãe. Mas o destino acaba pregando peças quando menos se espera. Segundo livro da série Torn, Recomeços integra a coleção
Saiba maisO fim do mundo tem data marcada. Então por que continuar investigando assassinatos e outros crimes? O detetive Hank Palace tem que encarar esta questão quando o asteroide 2011GV1 aparece nos radares terrestres. Não existe mais chance, esperanças, apenas seis meses o separam da data do impacto. Ganhador dos mais importantes prêmios literários – o Edgar dedicado à literatura policial e o Philip K. Dick voltado para ficção científica –, O último policial é o primeiro de uma surpreendente trilogia apocalíptica. Os astrônomos terrestres descobrem que um gigantesco asteroide está em rota de colisão com o planeta. Em apenas seis meses a Terra será devastada. E esta descoberta deixa o mundo em frenesi. No caos que se instala, o recém-promovido detetive Hank Palace é chamado para investigar um suicídio (fato corriqueiro neste novo mundo perto do fim), mas alguns elementos estranhos na cena do crime e no passado do morto levam o detetive a questionar o veredito. À sombra do asteroide 2011GV1, “carinhosamente” apelidado de Maia, Palace tenta juntar as peças e desvendar o estranho quebra-cabeça que envolve a morte de Peter Zell. Ao mesmo tempo que tem que equilibrar a conturbada condição da força policial de Concord, o detetive tenta arrumar sua vida pessoal nesses meses restantes – uma irmã problemática e a paixão fulminante por uma das suspeitas do crime. O último policial é um fascinante retrato de um Estados Unidos pré-apocalipse, um lugar onde a economia foi para o espaço, colheitas apodrecem nos campos e igrejas, sinagogas e mesquitas estão lotadas. Pessoas estão abandonando famílias, empregos e partindo em jornadas de descobertas ou apenas partindo. Apenas Hank parece lutar contra o caos e manter sua posição, o último policial que ainda se importa.
Saiba maisR$ 29,50 novo
O regresso, de Lúcia Bettencourt, é o encontro da ficção com a poesia. O romance trata do retorno do poeta Arthur Rimbaud (1854-1891) à França, em seus últimos meses de vida, depois do longo e misterioso período em que passou na África, trabalhando como comerciante de café, traficante de armas e mercador de escravos, entre outras ocupações. A narrativa revela a trajetória repleta de angústia e rebeldia de um artista atípico, um gênio precoce que escreveu toda a sua obra na adolescência (o “Barco ébrio” e outros poemas fundamentais) e antes dos 20 anos já havia abandonado a escrita. Mesmo assim, influenciou a literatura moderna e também a contemporânea, influência que perdura até os dias de hoje. A escolha de personagem tão fascinante e contraditório confirma a sensibilidade e ousadia do projeto romanesco da autora, que mistura a primeira e a segunda pessoa num texto de prosa nervosa e, em seus pontos mais altos, poética. É um Rimbaud virado ao avesso, em sua busca particular pela liberdade e pela verdade, aquele que surge das páginas do livro. O romance inicia com a frase “Não há partida”. Cabe lembrar que Rimbaud foi um andarilho famoso, tendo percorrido boa parte da Europa a pé – Inglaterra, Áustria, Alemanha, Itália, Suécia: “Desde cedo fui especialista em partir. Ensaios a que me levaram minhas longas pernas camponesas, habituadas aos terrenos mais ásperos, e minha eterna inquietude. Começava a andar e era como se o mundo, do qual apenas conhecia a versão por escrito, me chamasse. E, mesmo quando imóvel, viajava.” Lúcia Bettencourt também abre espaço para abordar o relacionamento de Arthur Rimbaud com Paul Verlaine (1844-1896). O encontro dos dois poetas na Paris dos cafés e do clima cultural que atraía exilados de todas as nacionalidades foi além da simples troca de versos e impressões. Rimbaud e Verlaine formaram um dos casais mais famosos da literatura, retratado com delicadeza no livro: “Dizem que o encontro com Paul foi sua perdição. Dizem que o encontro com Paul foi sua salvação. Ao chegar em casa, o poeta feio encontrou um jovem de longos cabelos dourados e sujos, olhos muito azuis, mal vestido, e muito magro. Sua voz oscilava entre graves e agudos, e ele corava sempre que os sons se aflautavam demais.” Na epígrafe do livro, uma citação – “Silêncio, exílio e engenho” – que traduz a concepção do romance, sua engenharia em dois blocos, uma dupla exposição que é perfeita para retratar um personagem tão ambíguo. Tudo nos é lembrado e contado por um homem no limiar da loucura, sofrendo as dores de um câncer ósseo na perna. Em outro plano, um leitor apaixonado folheia os versos do poeta, como quem os reescrevesse, e refaz a sua biografia. Conjugando de maneira notável História e ficção, Lúcia Bettencourt convida o leitor a um privilégio que só a literatura é capaz de proporcionar: viajar no tempo e penetrar a intimidade de um artista genial. Leia um trecho +
Saiba maisCom Rastros na neblina, a série protagonizada pelo patologista Garret Quirke atinge seu auge. Na sequência de O pecado de Christine e O Cisne de Prata, ambos publicados pela Rocco, o novo livro alia uma trama perfeita de segredos, mentiras e descobertas terríveis a um ambiente noir por excelência. Combinação que fez de Benjamin Black – pseudônimo do premiado escritor irlandês John Banville – uma das grifes mais emblemáticas da atual literatura de mistério. O rastro de April Latimer parece ter sumido na névoa de Dublin. Quando Phoebe Griffin, filha de Quirke, não consegue saber notícias da amiga, pede ajuda ao patologista para descobrir o que aconteceu. A influente e tradicional família de April não dá a mínina para o desaparecimento dela, talvez motivada pelo temor de um escândalo: a jovem médica sempre teve fama de rebelde e morava sozinha num apartamento frequentado por muitos homens. Com o auxílio profissional do inspetor Hacket, presença habitual na série, a dupla de detetives amadores começa uma investigação quase sem evidências, mas cujo desenrolar terá uma conclusão trágica e chocante. Desde as primeiras linhas do romance é como se o leitor – guiado por Quirke e Phoebe, que alternadamente assumem o foco narrativo – se visse envolto na densa neblina que toma conta de tudo: “Era o pior do inverno e April Latimer estava desaparecida. No silêncio abafado, a cidade parecia aturdida, como um homem cuja visão subitamente lhe falta. As pessoas vagam como inválidos que andam às apalpadelas no escuro, mantendo-se próximas das fachadas e das grades, parando hesitantes nas esquinas para sentir com o pé cauteloso a beira da calçada.” Como nas obras anteriores de Benjamin Black, a Dublin da década de 1950, magistral e obsessivamente reconstruída, é mais que um cenário; é uma personagem com vida própria. De propósito, a ação decorre no mais rígido inverno, como metáfora meteorológica da paisagem asfixiante em que estão mergulhados os habitantes da cidade. Para ficar em exemplos do romance policial clássico, é a mesma estratégia de sedução por um lugar adotada por Conan Doyle com respeito à Londres vitoriana; ou por Dashiell Hammett e Raymond Chandler em relação a San Francisco e Los Angeles, respectivamente. Não por acaso, Benjamin Black/John Banville foi o responsável pela recriação de Philip Marlowe, o mitológico detetive de Chandler, no livro A loura de olhos negros, publicado pela Rocco em 2014. Garret Quirke continua às voltas com fantasmas do passado. Mais uma vez, tenta refazer sua vida, depois de uma temporada de desintoxicação alcoólica numa clínica. Mas, diante do novo caso, não consegue parar totalmente de beber. Resolve comprar um carro – modelo raro, um Alvis Super Coupé – e, para desespero dos dublinenses, aprende a dirigir em um só dia: “Era como levar uma pantera para casa.” A obra apresenta um novo núcleo de personagens: os amigos boêmios de Phoebe, que se autodenominam o “pequeno bando”. Jimmy Minor é o jornalista criminal de corpo mirrado, ruivo, sardento, sempre com um cigarro nos dedos e atrás de um furo de reportagem. Isabel Galloway, bela atriz que patina em sua carreira nos palcos, mulher moderna, sem papas na língua, que acaba por se envolver sentimentalmente com Quirke. O mais fascinante deles – impossível de não ser notado, sobretudo em Dublin – é o nigeriano Patrick Ojukwu, apelidado de o Príncipe: estudante de medicina, negro, “com peito grande de barril e uma cabeça redonda e bonita”, que todos outros desconfiam ter sido amante de April Latimer. Rastros na neblina mostra um Black/Banville no ápice de sua linguagem descritiva e artesanato narrativo, fazendo rodar macio – como o carro novo de Quirke – as engrenagens do drama policial que discute conceitos morais e religiosos, relações afetivas e distúrbios de comportamento, sem jamais tirar o prazer da leitura.
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Por que acreditamos que o futuro será melhor do que o presente? Para a premiada neurologista cognitiva Tali Sharot, este comportamento é resultado da inclinação natural do cérebro humano para o otimismo. A questão, que ganhou a capa da revista Time, é explorada neste lançamento da Rocco, que marca a estreia da Origem, coleção de ciências que reunirá títulos em busca de respostas avançadas para perguntas fundamentais. Chamada de ‘Oliver Sacks de saia’ e palestrante assídua no circuito TED, Sharot investiga como expectativas e fatores sociais influenciam emoções, motivações, decisões e até memórias. E atesta: o otimismo é crucial para a existência humana. Ela dá como exemplo um jovem estudante do ensino médio, que sonha ser um médico respeitado, quem sabe o descobridor da cura do câncer. Esse mesmo jovem também se pega imaginando como é difícil estudar medicina, os tempos de lazer tomados, os custos altos e o sacrifício da família para manutenção dos estudos, as condições insalubres e falta de estrutura dos hospitais e, por fim, a quantidade de vidas que vão se esvair em suas mãos. São muitas as questões reais que ele terá que enfrentar no dia a dia, mas, sem a habilidade que todo ser humano tem de agir de forma otimista e projetar um futuro melhor, esse jovem terá enorme chance de jamais tornar-se médico. E o mundo pode perder a chance de jamais conhecer o descobridor do câncer. O viés do otimismo é definido por Sharot como a tendência do ser humano de superestimar a probabilidade de acontecimentos positivos e subestimar a probabilidade dos negativos. Esse bem protege o ser humano de ter suas ações impedidas e desestimuladas pelas tribulações inevitáveis da vida cotidiana ou de perceber que as opções são, de alguma forma, limitadas. Por isso mesmo, ajuda o ser humano a relaxar, melhorar a saúde e a agir. Mais do que isso, uma boa dose de otimismo pode levar a “profecias autorrealizáveis”, caso de um time de basquete americano cujo técnico assegurou em entrevista que sua equipe ganharia o campeonato da temporada seguinte. A determinação do técnico levou o time a treinar com afinco no intuito de garantir o que seu líder prometera evitando a humilhação. “A ciência nos mostrou que a mente humana tende a pensar em dias de sol. Embora sejamos otimistas, nossas expectativas não costumam beirar a insanidade. O viés do otimismo significa apenas que, na maior parte das vezes, nossas expectativas são ligeiramente melhores do que o futuro nos reserva”, afirma a neurocientista. Mesmo quando as condições são adversas, a tendência é que o processo do otimismo transforme reveses em oportunidades. Episódios negativos podem apenas estar preparando o terreno para algo muito melhor, que ainda não consta do futuro possível imaginado. A tendência a fazer previsões positivas para criar resultados positivos está enraizada em regras fundamentais que governam a maneira como a mente percebe, interpreta e altera o mundo que encontra. Ela também explica o que acontece quando há “falhas” nesse processo cerebral que podem levar à reversão extrema do otimismo, caso da depressão, e as diferenças fundamentais entre pessoas otimistas e pessimistas. O viés otimista – Por que somos programados para ver o mundo pelo lado positivo está longe de ser uma publicação voltada para a comunidade científica: o objetivo da autora foi justamente escrever para um público leigo, sem abrir mão do conteúdo.
Saiba maisAs sonhadas férias no Havaí acabaram se tornando um verdadeiro pesadelo para Stephanie Plum, a atrapalhada caçadora de recompensas criada por Janet Evanovich. Não bastasse ter abandonado às pressas dois homens furiosos na ilha, tão logo pisou de volta em Trenton, passou a ser perseguida por pessoas que nunca tinha visto na vida, e sem ao menos saber por quê. Para completar a má fase, estava sem dinheiro e precisava voltar logo à ativa para colocar alguma coisa na geladeira de casa. Voltar ao trabalho significava ir até o ônibus que seu primo Vinnie havia comprado para instalar a empresa Agentes de Fiança e Captura Vincent Plum, onde Stephanie trabalha em busca de criminosos que não retornaram à polícia para renovar a fiança. O escritório foi instalado no ônibus depois que o antigo endereço foi destruído por um incêndio suspeito. A primeira surpresa desagradável surgiu ao chegar em casa, depois de um malsucedido primeiro dia de trabalho. À sua espera, dois supostos agentes do FBI, Lance Lancer e Sly Slasher. Eles estão interessados em uma fotografia. Stephanie lembrou-se vagamente de ter encontrado um envelope com uma foto mais cedo ao esvaziar a bolsa na casa da mãe. Envelope, fotografia, tudo foi parar no lixo. Foi o que ela informou aos dois tipos esquisitos parados na sua porta. Nem bem Stephanie se recuperou da visita de Lance e Sly, surgiram outros dois homens, também do FBI, atrás do mesmo envelope. Ela ficou então sabendo que o dono da fotografia estava sentado ao seu lado no avião que vinha do Havaí. Ela também foi informada que o vizinho de assento havia descido em Los Angeles e seu corpo foi encontrado em uma lata de lixo. Stephanie não podia acreditar que além de todos os problemas, ainda teria de lidar com mais este. Mesmo a contragosto, Stephanie foi obrigada a pedir ajuda a Morelli, um dos homens que havia deixado para trás no Havaí. Antes da viagem, Morelli havia assumido o status de namorado, mas agora Stephanie não sabia mais em que pé estava essa situação – especialmente depois de ter encontrado Ranger na viagem. Tudo ficou muito complicado e o melhor era deixar essa história para pensar mais tarde. Importante agora é descobrir por que todas essas pessoas estavam tão interessadas no envelope que havia ido parar em sua bolsa, sabe-se lá como.
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Desde Michael Pollan não surgiu um escritor tão poderoso em busca de uma revolução no sistema alimentar. — The Washington Post Dan Barber escreve com a mesma exuberância contida com que cozinha. Um manifesto provocador, que consegue equilibrar uma originalidade corajosa com pesquisa meticulosa. — ANDREW SOLOMON, autor de Longe da árvore e O demônio do meio-dia Combinar a excelência do sabor com a qualidade nutritiva do alimento é a principal tarefa de um bom cozinheiro. Segundo Dan Barber, um chef reconhecido pela militância em prol da agricultura orgânica, essa combinação pode ser menos lucrativa para produtores, mas garantirá a saúde de todos. Sua pesquisa de dez anos sobre as formas de cultivo agrícola e criação de animais para abate está em O terceiro prato – Notas de campo sobre o futuro da comida, que chega às livrarias pelo Bicicleta Amarela, o selo de bem-estar da Editora Rocco. Partindo de uma reflexão sobre o que seria o alimento básico dos norte-americanos na metade do século XXI, Barber faz um levantamento do cultivo em seu país e na Europa. O primeiro prato corresponderia ao jantar típico nos Estados Unidos a partir dos anos 1950: um suculento bife, cuja carne seria de um boi criado em cativeiro e alimentado com milho, acompanhado por uma pequena porção de cenouras. O segundo prato seria o que se consome atualmente – um bife pequeno, com carne de boi criado em pasto aberto, alimentado naturalmente, mais cenouras orgânicas em quantidade razoável. O terceiro prato, a ser servido daqui a 35 anos, imagina o chef, teria uma cenoura em forma de bife, com molho de carne. Um dos adeptos do movimento “farm-to-table”, Dan Barber questiona o quanto esse modelo de cultura orgânica incentiva uma alimentação cara e insustentável, desperdiçando partes dos produtos (talos de verduras e espinhas de peixe, por exemplo). Enquanto faz a defesa intransigente da agricultura natural, ele prega o aproveitamento do que é tradicionalmente desprezado na cozinha. A culinária requintada só tem a ganhar em sabor, diz Barber, descrevendo o prazer ao provar um prato do chef espanhol Ángel Leon, que engrossa molhos de pescado usando, em vez de manteiga, um purê de globo ocular de peixe. A criação de animais em vastos espaços, com liberdade de circulação e alimentando-se naturalmente, é também essencial para a boa alimentação, diz Barber, que preconiza que todos os restaurantes devem “saber o nome do produtor” que fornece os alimentos. Informações sobre a história da alimentação e da agricultura nos Estados Unidos e no mundo estão em todo o texto, que descreve o preparo do solo e de alimentos, além de apresentar figuras pitorescas entre criadores e biólogos que cuidam de animais. Um deles, o espanhol Eduardo Souza, cria gansos para a produção de foie gras, sem submetê-los à alimentação forçada para aumentarem a gordura do fígado. Apaixonado pelas aves, ele cuida até que o abate delas seja o menos doloroso possível. Os relatos sobre encontros com agricultores, criadores, biólogos e com outros chefs de cozinha e donos de restaurante são pincelados por doses de observações filosóficas e anotações sobre a prática predatória da indústria de alimentação. Segundo Barber, os paradoxos do cultivo industrial estão em todos os aspectos dos processos de produção. A maior ameaça às aves, diz, hoje não é a caça, mas a agricultura intensiva com agrotóxicos. Desde 1980, as populações aviárias nas fazendas europeias diminuíram cerca de 50%. Mais do que falar sobre gastronomia, O terceiro prato pretende advertir para o mundo que deixaremos aos nossos netos, recomendando a conservação e a proteção de espécies ameaçadas pela indústria da comida, como o atum vermelho. Leia um trecho +
Saiba mais“A memória encontra aquilo que busca.” A literatura é o espaço onde a sensibilidade é aliada da memória. Palavras cruzadas, novo romance de Guiomar de Grammont, é delicado e corajoso não só porque toca no delicado vazio da impossibilidade de registro da vida – e da morte – de muitos desaparecidos políticos da ditadura no Brasil. É ficção que, mais do que se espelhar na realidade, esbarra na sensibilidade de uma vida que precisou lidar com a perda de um familiar nesse período político. Com mistério, suspense, e revelações apresentadas progressivamente, o livro trata da angústia de uma família que jamais pôde enterrar um de seus filhos. Em uma leitura contemporânea do drama de Antígona, a jornalista Sofia busca o irmão, Leonardo, desaparecido na Guerrilha do Araguaia. Ela faz entrevistas e investigações e viaja a Cuba e ao local onde a guerrilha ocorreu, tentando preencher vazios para descobrir o que teria acontecido com o irmão. A narrativa fluida é tecida principalmente através dos relatos de desaparecidos políticos que Sofia vai tendo em mãos. A personagem se confronta com a cruel realidade dos guerrilheiros e seu dia a dia de fome, lutas, medos, anseios, fuga e tortura. Memórias e fantasmas que a todo instante despertam a sombra de tudo o que o irmão pode ter vivido: “Parece um sonho agora, o mato cresce nas picadas abertas. As feridas tornaram-se cicatrizes, irão desaparecer. Como os nomes. Vão sendo esquecidos, pouco a pouco, com o que não queremos lembrar.” E a triste falta de resposta sobre um corpo desaparecido: “As árvores choram e morrem, mas seus corpos permanecem.” Palavras cruzadas oferece uma narrativa lúcida, histórica, baseada em documentos sobre a Guerrilha do Araguaia e também sensível, literária. Fascina a descrição do desafio da sobrevivência na floresta amazônica em condições limite, sem poder fazer fogo para cozinhar alimentos. É angustiante, mas também impossível não continuar seguindo, como Sofia, os relatos dos guerrilheiros e as próprias divagações da personagem, pois a vida parece ter parado após a morte do irmão, mas nunca para. Sofia e Guiomar alcançam o que suas memórias buscam. E o leitor tem mais um Brasil para desbravar: o da guerrilha rural, tema pouco abordado na literatura brasileira.
Saiba maisQuando os pais de Rose Smith e Joshua Johnson desapareceram, ela foi morar com Anna, sua avó materna, e ele com Stuart, irmão de seu pai. Depois de cinco anos afastados, os irmãos de criação voltaram a se encontrar e tiveram uma surpresa: descobriram que Kathy, mãe de Rose, e Brendan, pai de Josh, não estavam mortos. Em O túmulo da borboleta, terceiro livro da série The Murder Notebooks, a britânica Anne Cassidy traz mais um eletrizante capítulo da saga dos adolescentes, que continuam tentando decifrar os cadernos criptografados nos quais pode estar a pista para o mistério que envolve o sumiço de Kathy e Brendan. Ao receber a notícia de que Stuart caiu de um penhasco enquanto passeava com a cadela de estimação, Joshua decide passar o Natal cuidando do tio e convida Rose para ir com ele. Os dois vão de carona com Skeggsie, melhor amigo de Josh e auxiliar da dupla na investigação sobre o paradeiro de Kathy e Brendan. Pouco depois que eles pegam a estrada, Josh tem certeza de que estão sendo seguidos e se pergunta se isso teria a ver com o desaparecimento de seu pai e da madrasta. Após se instalarem na casa de Stuart, Rose percebe que uma mulher em um carro prateado fica sempre por perto. Enquanto Josh está preocupado em investigar se a queda do tio foi mesmo um acidente, Skeggsie começa a procurar informações sobre o veículo que estaria seguindo o trio. A partir daí, os adolescentes esbarram em um antigo crime e descobrem que Kathy, Brendan e Stu podem estar ligados ao caso. Paralelamente, surgem outros elementos que tornam ainda mais importante desvendar o código dos cadernos criptografados. Em uma sequência de acontecimentos de tirar o fôlego, Anne Cassidy mostra que, ao mesmo tempo em que parecem estar cada vez mais perto de encontrar Kathy e Brendan, Rose e Josh arriscam a vida ao lidar com alguém que realmente não quer que eles vejam os pais outra vez. Mergulhe em The Murder Notebooks e descubra quem é essa pessoa disposta a tudo e seus motivos.
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Um jornalista infeliz que perde o emprego e decide se tornar escritor é o protagonista de Que tipo de homem escreve uma história de amor?, de Luciana Pessanha. Narrado em primeira pessoa, o livro é centrado em Daniel Teixeira, que, aos 34 anos, tenta dar um novo rumo para a sua vida, embora não saiba muito bem como fazer isso. Com uma linguagem simples e direta, que inclui pitadas de humor ácido, a autora mergulha no universo masculino para traçar o perfil de um homem em crise. Apesar de um salário relativamente bom, o jornalista Daniel Teixeira não estava nem um pouco satisfeito com seu emprego em uma emissora de televisão. Após um semestre movimentado em termos de notícias, Daniel perde a paciência ao apresentar um resultado de futebol, solta um palavrão diante dos telespectadores e é demitido por justa causa. Para completar, a namorada decide terminar o relacionamento. Sozinho e sem trabalho, ele resolve investir em um sonho até então adiado: escrever um livro. Ao fazer as contas, entretanto, Daniel percebe que a carreira de escritor sem remuneração não combina com o estilo de vida que levava. Quando Ana, amiga de longa data que estava fora do Rio de Janeiro, lhe oferece para morar no apartamento dela, pagando apenas o condomínio e as contas, o jornalista aceita de imediato. Mas, aparentemente, a sorte dele acabou ali: diante do computador, nenhuma ideia, nada do livro tomar forma. Sem perspectivas no mundo real, o protagonista decide buscar inspiração na internet. Para isso, usa um pseudônimo feminino em salas de bate-papo voltadas para o sexo. A intenção de Daniel é colher material para desenvolver uma trama de ficção, mas ele acaba se envolvendo com a misteriosa Lolla22, que garante não ter orgasmos. Em um dado momento, Daniel encontra os diários da dona da casa em uma gaveta. Movido pela curiosidade, temperada com a atração que sente por ela há anos, decide lê-los e, quem sabe, usar os textos como material do livro ainda sem trama. Aos poucos, ele percebe o que seu coração sempre soube: a única mulher que permanece em sua vida é Ana, mesmo que eles nunca tenham sido um casal e se limitem a raras ocasiões de sexo sem compromisso. Como agir diante dessa constatação? Embarque na viagem emocional criada por Luciana Pessanha e descubra se o amor de Ana e Daniel é verdade ou ficção. Leia um trecho +
Saiba maisAnna e Bennet nunca deveriam ter se conhecido. Ela vive em Illinois em 1995 e Bennet em São Francisco em 2012. Mas Bennet tem a incrível habilidade de viajar no tempo e espaço. Com isto e uma pequena ajuda do destino é capaz de entrar na vida de Anna e mostrar um novo futuro para uma jovem apaixonada. O tempo entre nós é uma emocionante história de amor protagonizada por dois jovens que vivem em cidades e épocas distintas. Com uma trama romântica embalada a muito rock n’roll, o romance marca a estreia da jovem escritora norte-americana Tamara Ireland Stone e já foi traduzido para mais de 10 idiomas. Anna leva uma vida pacata, treino, escola e trabalho na livraria do pai. Estudiosa e comportada, nunca imaginou a grande aventura que embarcaria quando um misterioso jovem aparece de madrugada nas arquibancadas do estádio onde treinava. Na hora da aula, descobre que o jovem se chamava Bennet Cooper e estava na sua turma de espanhol. Com a desastrada ajuda de sua inseparável amiga Emma, Anna começa uma amizade que logo se torna algo mais profundo. Bennet, no entanto, esconde um incrível segredo que pode acabar com seu amor. O jovem possui a estranha habilidade de viajar no tempo e no espaço e enfrenta o terrível dilema de contar para Anna e correr o risco de perder tudo ou ficar em silencio e nunca mais ver seu grande amor. Enquanto o relacionamento de Anna e Bennet vai se aprofundando, os jovens tem que encarar a possibilidade de que Bennet pode ser jogado de volta ao seu verdadeiro tempo a qualquer momento. Além disto, uma decisão controversa e os poderes de Bennet desencadeiam uma série de eventos que podem alterar a vida de muitos outros. Lutando contra o tempo, Anna e Bennet questionam-se até quando podem ir contra o destino e quais as consequências que terão de enfrentar para terminarem juntos. Será que o amor resiste ao teste do tempo? Publicado em mais de 20 países, com críticas positivas ao redor do mundo todo, O tempo entre nós chega ao Brasil com grandes expectativas. Excitante e romântico, o livro traz novos ares às tramas sobre viagens no tempo e mostra que o amor não resiste a distância ou tempo. Leia um trecho +
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