Descrição Estas são meditações que escrevi em anos de cativeiro, quando a esperança se parecia com um pôr de sol: infinitamente bela em suas cores, infinitamente triste no seu adeus. Tudo anunciava uma longa noite. A vontade de dormir era muito grande. Abandonar-se ao sono... Às vezes a tranquilidade chega quando a esperança vai. Fernando Pessoa se refere à luxúria de perder toda a esperança. É o que acontece com os doentes terminais. Enquanto dura a esperança, é aquela luta sem fim. Mas, quando ela se vai, entregam-se mansamente ao sabor das águas, até não serem mais vistos. Perder a esperança é isto: compreender a inutilidade de todos os gestos. Mas alguma coisa dizia que era preciso resistir: questão de salvação pessoal, manter-se inteiro. Somos o contorno de nossas nostalgias.
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