Descrição Os Leitores Que Conhecem Cecilia Meireles Apenas Como Poeta, Nao Sabem O Que Perdem Ignorando As Suas Cronicas. Insinuante, Persuasiva, Lirica, Suave, Feminina, Sempre E Sempre Poeta, De Uma Leveza De Pena Dancando No Ar, Por Vezes Indignada Com O Desconcerto Do Mundo Ou As Travessuras Dos Humanos, A Cronista E Um Caso De Amor A Primeira Leitura. Como Em Toda Relacao Amorosa Autentica, Sobretudo Em Sua Fase Inicial, A Cronista Esta Sempre Surpreendendo, Com Uma Frase Feliz, Uma Colocacao Inusitada, Um Piscar Brejeiro De Olhos. No Fundo Desse Mundo Amavel, Porem, Ha Um Certo Desencanto Diante Da Vida, Quando Entao Se Impoe A Sua Tendencia Para O Recolhimento Espiritual, Com Leve Toque De Melancolia Ou Desencanto, Para Nao Dizer De Renuncia E Adeus , Como Observa Leodegario A. De Azevedo No Prefacio. O Deslumbramento Diante Do Espetaculo Do Mundo, Porem, Predomina Nessas Cronicas, Divididas Em Tres Partes: Cronicas Em Geral, De Viagem E De Educacao. Que Cada Um Escolha A Sua Praia, De Acordo Com As Suas Tendencias, Para Iniciar A Viagem. Ha De Tudo Para Todos Os Gostos: Acontecimentos, Impressoes - Por Vezes Aproximando-Se Do Conto -, Lembrancas Da Infancia, Reflexoes Sobre Sentimentos, Como A Colera Ou A Bomba Atomica. As Cronicas De Viagem Contam Fatos Vistos, Vividos Ou Sentidos Em Varias Partes Do Mundo (Cecilia Foi Uma Grande Viajante), Quando Nao Tocam Na Propria Alma De Uma Cidade Ou Pais. Vejam-Se As Admiraveis Evocacao Lirica De Lisboa E Holanda Em Flor. Nas Cronicas Sobre Educacao Cecilia Da Expansao A Educadora Que Havia Dentro De Si (Foi Professora A Vida Toda), Consciente, Sem Jamais Perder A Ternura Ou Aborrecer O Leitor, Tracando Pequenos Quadros Palpitantes De Vida. Quadros Talvez Nao. Sao Mais Aquarelas, De Tons Suaves, Tracos Finos. Resistir Quem Ha-De?
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