Livro Ribamar
José Castello
Em agosto chega às livrarias o mais recente livro de José Castello: Ribamar. Autor de João Cabral de Melo Neto: O Homem sem Alma, ensaio biográfico sobre o poeta pernambucano, Castello experimenta, dessa vez, um caminho híbrido, que mistura vários gêneros literários. Transita, assim, entre vários estilos – sem deixar, contudo, que as fronteiras entre eles se tornem nítidas. O leitor nunca saberá ao certo onde está pisando – se em uma biografia, ou um ensaio, ou um relato de viagens, ou se em uma ficção. O livro parece ser uma biografia do pai do autor – José Ribamar (1906-1982) –, mas não chega a ser, pois alterna algumas histórias reais com ... Ler mais Fechar
Tipo do livro
- (25)
- (54)
Preço
- Até R$ 12 (17)
- Até R$ 30 (52)
- Até R$ 100 (78)
- Acima de R$ 100 (1)
Ano de publicação
- 2020 - hoje (7)
- 2019 - hoje (7)
- 2018 - hoje (7)
- 2017 - hoje (7)
- 2016 - hoje (7)
- 2015 - hoje (7)
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A ilustração da capa varia de acordo com o ano da edição e o estado de conservação do livro. Observe cuidadosamente a descrição da obra nos resultados abaixo. Em caso de dúvidas, entre em contato com o vendedor.
Ribamar
CASTELLO, JOSE | 0R$ 54,90 novo
BOM .......................................................................................................................................... O livro apresenta boa aparência, está alinhado e sem avarias. As páginas estão limpas e livres de marcas ou anotações. O miolo, dorso e lombada estão firmes, mas os cortes e folha guarda estão levemente amarelados. (E.DUDU.2) ...................................................................................................................................... OBS: Os resultados do exame físico do livro podem ser influenciados por critérios subjetivos, o que pode causar diferenças na percepção do cliente. Garantimos que todos os nossos livros são higienizados e embalados com plástico para garantir a integridade durante o transporte.
Saiba maisEsse Menino Sofre Dos Nervos , É Um Sampaku, Alguém Incapaz De Ter Uma Reação Adequada Ao Perigo , Os Seus Olhos Estão Desviados, Apontam Para Cima; Tem Olhos, O Menino José, De Peixe Morto, Mas O Médico Dos Olhos Diz Que Está Tudo Bem E, Sim, Está Tudo Bem E Tudo Mal; A Semelhança Com Os Olhos Do Pai É Isso: A Única Maldição Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldiçoamos.O Hipnotizador Não Endireita Os Olhos Do Menino, Não Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos; A Lâmina Não Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Não Resulta Com A Faca --- Mas Há Isto: A Sensação De Que O Nariz Não Está Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posição No Mundo Não É A Correta --- Está A Tímida Peça De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca; Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte É Isto: Trata-Se De Ver Se Os Traços Que O Nosso Rastejar Deixou Atrás Conseguem Ser Decifráveis, Se Foram Transformados Ou Não Num Livro Ou Se São, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegíveis Do Velho Demente De Ribamar, Que É Cego E Por Isso Não Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avançar; Rastejar Não É Afinal Assim Tão Mau: É O Avanço De Alguém Que Caiu E Não Quer, Ou Não Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer É Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes Só Recuperamos Muitas Décadas Depois.E Ainda A Visita À Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chão Sim; Sim Que É, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Não Tenha Destinatário Ou Assunto, Mesmo Que Não Haja Questão Prévia. E É Isso Mesmo: À Distância, Do Sítio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chão É Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Também Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De Tomar Posse De Meu Pai , Como Se O Pai Fosse Um Cargo Público Ou Um Pedaço De Terra . Não Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir As Ruínas Que Ferem Mas Não Assustam , Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Não É De Obediência, Um Sim Que Não Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino José Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Não O Vissem --- Esse Sentar Era Também Já Um Modo De Dizer Sim.Ler É Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capítulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar É Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Então A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Está A Entrar Na Nossa Intimidade; Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Também Se Avança, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Também Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funâmbulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentação Do Quero Descer; Funâmbulo Que Avança, Tranquilo, Sabendo Onde Está E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Máximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Mínimo De Apoios No Solo (O Avançar Do Funâmbulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Não Basta Fazer, É Necessário Salvar O Que Se Fez --- Alguém Escreveu. E, De Certa Maneira, É Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossível, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Gonçalo Tavares
Saiba maisEsse Menino Sofre Dos Nervos , É Um Sampaku, Alguém Incapaz De Ter Uma Reação Adequada Ao Perigo , Os Seus Olhos Estão Desviados, Apontam Para Cima; Tem Olhos, O Menino José, De Peixe Morto, Mas O Médico Dos Olhos Diz Que Está Tudo Bem E, Sim, Está Tudo Bem E Tudo Mal; A Semelhança Com Os Olhos Do Pai É Isso: A Única Maldição Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldiçoamos.O Hipnotizador Não Endireita Os Olhos Do Menino, Não Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos; A Lâmina Não Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Não Resulta Com A Faca --- Mas Há Isto: A Sensação De Que O Nariz Não Está Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posição No Mundo Não É A Correta --- Está A Tímida Peça De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca; Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte É Isto: Trata-Se De Ver Se Os Traços Que O Nosso Rastejar Deixou Atrás Conseguem Ser Decifráveis, Se Foram Transformados Ou Não Num Livro Ou Se São, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegíveis Do Velho Demente De Ribamar, Que É Cego E Por Isso Não Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avançar; Rastejar Não É Afinal Assim Tão Mau: É O Avanço De Alguém Que Caiu E Não Quer, Ou Não Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer É Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes Só Recuperamos Muitas Décadas Depois.E Ainda A Visita À Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chão Sim; Sim Que É, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Não Tenha Destinatário Ou Assunto, Mesmo Que Não Haja Questão Prévia. E É Isso Mesmo: À Distância, Do Sítio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chão É Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Também Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De Tomar Posse De Meu Pai , Como Se O Pai Fosse Um Cargo Público Ou Um Pedaço De Terra . Não Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir As Ruínas Que Ferem Mas Não Assustam , Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Não É De Obediência, Um Sim Que Não Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino José Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Não O Vissem --- Esse Sentar Era Também Já Um Modo De Dizer Sim.Ler É Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capítulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar É Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Então A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Está A Entrar Na Nossa Intimidade; Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Também Se Avança, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Também Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funâmbulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentação Do Quero Descer; Funâmbulo Que Avança, Tranquilo, Sabendo Onde Está E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Máximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Mínimo De Apoios No Solo (O Avançar Do Funâmbulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Não Basta Fazer, É Necessário Salvar O Que Se Fez --- Alguém Escreveu. E, De Certa Maneira, É Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossível, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Gonçalo Tavares
Saiba maisEsse Menino Sofre Dos Nervos , É Um Sampaku, Alguém Incapaz De Ter Uma Reação Adequada Ao Perigo , Os Seus Olhos Estão Desviados, Apontam Para Cima; Tem Olhos, O Menino José, De Peixe Morto, Mas O Médico Dos Olhos Diz Que Está Tudo Bem E, Sim, Está Tudo Bem E Tudo Mal; A Semelhança Com Os Olhos Do Pai É Isso: A Única Maldição Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldiçoamos.O Hipnotizador Não Endireita Os Olhos Do Menino, Não Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos; A Lâmina Não Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Não Resulta Com A Faca --- Mas Há Isto: A Sensação De Que O Nariz Não Está Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posição No Mundo Não É A Correta --- Está A Tímida Peça De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca; Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte É Isto: Trata-Se De Ver Se Os Traços Que O Nosso Rastejar Deixou Atrás Conseguem Ser Decifráveis, Se Foram Transformados Ou Não Num Livro Ou Se São, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegíveis Do Velho Demente De Ribamar, Que É Cego E Por Isso Não Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avançar; Rastejar Não É Afinal Assim Tão Mau: É O Avanço De Alguém Que Caiu E Não Quer, Ou Não Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer É Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes Só Recuperamos Muitas Décadas Depois.E Ainda A Visita À Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chão Sim; Sim Que É, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Não Tenha Destinatário Ou Assunto, Mesmo Que Não Haja Questão Prévia. E É Isso Mesmo: À Distância, Do Sítio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chão É Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Também Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De Tomar Posse De Meu Pai , Como Se O Pai Fosse Um Cargo Público Ou Um Pedaço De Terra . Não Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir As Ruínas Que Ferem Mas Não Assustam , Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Não É De Obediência, Um Sim Que Não Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino José Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Não O Vissem --- Esse Sentar Era Também Já Um Modo De Dizer Sim.Ler É Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capítulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar É Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Então A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Está A Entrar Na Nossa Intimidade; Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Também Se Avança, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Também Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funâmbulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentação Do Quero Descer; Funâmbulo Que Avança, Tranquilo, Sabendo Onde Está E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Máximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Mínimo De Apoios No Solo (O Avançar Do Funâmbulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Não Basta Fazer, É Necessário Salvar O Que Se Fez --- Alguém Escreveu. E, De Certa Maneira, É Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossível, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Gonçalo Tavares
Saiba maisEsse Menino Sofre Dos Nervos , É Um Sampaku, Alguém Incapaz De Ter Uma Reação Adequada Ao Perigo , Os Seus Olhos Estão Desviados, Apontam Para Cima; Tem Olhos, O Menino José, De Peixe Morto, Mas O Médico Dos Olhos Diz Que Está Tudo Bem E, Sim, Está Tudo Bem E Tudo Mal; A Semelhança Com Os Olhos Do Pai É Isso: A Única Maldição Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldiçoamos.O Hipnotizador Não Endireita Os Olhos Do Menino, Não Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos; A Lâmina Não Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Não Resulta Com A Faca --- Mas Há Isto: A Sensação De Que O Nariz Não Está Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posição No Mundo Não É A Correta --- Está A Tímida Peça De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca; Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte É Isto: Trata-Se De Ver Se Os Traços Que O Nosso Rastejar Deixou Atrás Conseguem Ser Decifráveis, Se Foram Transformados Ou Não Num Livro Ou Se São, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegíveis Do Velho Demente De Ribamar, Que É Cego E Por Isso Não Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avançar; Rastejar Não É Afinal Assim Tão Mau: É O Avanço De Alguém Que Caiu E Não Quer, Ou Não Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer É Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes Só Recuperamos Muitas Décadas Depois.E Ainda A Visita À Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chão Sim; Sim Que É, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Não Tenha Destinatário Ou Assunto, Mesmo Que Não Haja Questão Prévia. E É Isso Mesmo: À Distância, Do Sítio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chão É Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Também Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De Tomar Posse De Meu Pai , Como Se O Pai Fosse Um Cargo Público Ou Um Pedaço De Terra . Não Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir As Ruínas Que Ferem Mas Não Assustam , Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Não É De Obediência, Um Sim Que Não Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino José Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Não O Vissem --- Esse Sentar Era Também Já Um Modo De Dizer Sim.Ler É Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capítulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar É Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Então A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Está A Entrar Na Nossa Intimidade; Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Também Se Avança, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Também Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funâmbulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentação Do Quero Descer; Funâmbulo Que Avança, Tranquilo, Sabendo Onde Está E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Máximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Mínimo De Apoios No Solo (O Avançar Do Funâmbulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Não Basta Fazer, É Necessário Salvar O Que Se Fez --- Alguém Escreveu. E, De Certa Maneira, É Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossível, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Gonçalo Tavares
Saiba maisEsse Menino Sofre Dos Nervos , É Um Sampaku, Alguém Incapaz De Ter Uma Reação Adequada Ao Perigo , Os Seus Olhos Estão Desviados, Apontam Para Cima; Tem Olhos, O Menino José, De Peixe Morto, Mas O Médico Dos Olhos Diz Que Está Tudo Bem E, Sim, Está Tudo Bem E Tudo Mal; A Semelhança Com Os Olhos Do Pai É Isso: A Única Maldição Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldiçoamos.O Hipnotizador Não Endireita Os Olhos Do Menino, Não Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos; A Lâmina Não Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Não Resulta Com A Faca --- Mas Há Isto: A Sensação De Que O Nariz Não Está Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posição No Mundo Não É A Correta --- Está A Tímida Peça De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca; Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte É Isto: Trata-Se De Ver Se Os Traços Que O Nosso Rastejar Deixou Atrás Conseguem Ser Decifráveis, Se Foram Transformados Ou Não Num Livro Ou Se São, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegíveis Do Velho Demente De Ribamar, Que É Cego E Por Isso Não Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avançar; Rastejar Não É Afinal Assim Tão Mau: É O Avanço De Alguém Que Caiu E Não Quer, Ou Não Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer É Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes Só Recuperamos Muitas Décadas Depois.E Ainda A Visita À Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chão Sim; Sim Que É, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Não Tenha Destinatário Ou Assunto, Mesmo Que Não Haja Questão Prévia. E É Isso Mesmo: À Distância, Do Sítio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chão É Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Também Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De Tomar Posse De Meu Pai , Como Se O Pai Fosse Um Cargo Público Ou Um Pedaço De Terra . Não Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir As Ruínas Que Ferem Mas Não Assustam , Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Não É De Obediência, Um Sim Que Não Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino José Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Não O Vissem --- Esse Sentar Era Também Já Um Modo De Dizer Sim.Ler É Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capítulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar É Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Então A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Está A Entrar Na Nossa Intimidade; Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Também Se Avança, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Também Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funâmbulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentação Do Quero Descer; Funâmbulo Que Avança, Tranquilo, Sabendo Onde Está E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Máximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Mínimo De Apoios No Solo (O Avançar Do Funâmbulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Não Basta Fazer, É Necessário Salvar O Que Se Fez --- Alguém Escreveu. E, De Certa Maneira, É Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossível, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Gonçalo Tavares
Saiba maisA ilustração da capa varia de acordo com o ano da edição e o estado de conservação do livro. Observe cuidadosamente a descrição da obra nos resultados abaixo. Em caso de dúvidas, entre em contato com o vendedor.
Ribamar
José Castello | 2010R$ 43,49 usado
Brochura. Bom estado de leitura e conservação. Páginas sem grifos e estrutura firme. Sinais de manuseio leves.
Saiba maisEsse menino sofre dos nervos, é um Sampaku, alguém incapaz de ter uma reação adequada ao perigo, os seus olhos estão desviados, apontam para cima; tem olhos, o menino José, de peixe morto, mas o médico dos olhos diz que está tudo bem e, sim, está tudo bem e tudo mal; a semelhança com os olhos do pai é isso a única maldição que desejamos, o desejo que mais amaldiçoamos.O hipnotizador não endireita os olhos do menino, não lhe tira o sofrimento dos nervos; a lâmina não torna o nariz mais discreto, a coisa não resulta com a faca mas há isto a sensação de que o nariz não está bem, de que os olhos erram, de que a posição no mundo não é a correta está a tímida peça de xadrez perdida no tabuleiro de um outro jogo.Carta ao pai que acompanha a carta ao pai de Kafka. Kafka, o escritor minhoca; escreve como se rasteja e poderemos pensar que em parte é isto trata se de ver se os traços que o nosso rastejar deixou atrás conseguem ser decifráveis, se foram transformados ou não num livro ou se são, afinal, como os gatafunhos ilegíveis do velho demente de Ribamar, que é cego e por isso não precisa de escrever nada que se entenda.Em Ribamar aproveita se uma queda para avançar; rastejar não é afinal assim tão mau é o avanço de alguém que caiu e não quer, ou não consegue, levantar se. O golpe que o derrubou foi demasiado forte e nascer é um pouco isto um golpe de que por vezes só recuperamos muitas décadas depois.E ainda a visita à tia louca que imita as galinhas e talvez escreva no chão sim; sim que é, apesar de tudo, uma das mais belas palavras, mesmo que não tenha destinatário ou assunto, mesmo que não haja questão prévia. E é isso mesmo à distância, do sítio de onde conseguimos ver, o que parece que Castello escreve no chão é um sim, e este sim talvez seja dirigido ao pai, um sim que também aparece depois de pergunta nenhuma. Trata se em Ribamar, escreve Castello, de tomar posse de meu pai, como se o pai fosse um cargo público ou um pedaço de terra. Não se trata de entender, de retomar ou reconstruir as ruínas que ferem mas não assustam, trata se apenas de dizer um sim, que não é de obediência, um sim que não vem de lado nenhum mas ali fica. Quando o menino José se sentava entre as plantas, para que não o vissem esse sentar era também já um modo de dizer sim.Ler é expor se como se escreve nos capítulos Kafkas mesmo na leitura mais privada. Ribamar é pois uma coisa que nos interpreta. Este livro, que insiste em nos querer ler, altera.
Saiba maisA ilustração da capa varia de acordo com o ano da edição e o estado de conservação do livro. Observe cuidadosamente a descrição da obra nos resultados abaixo. Em caso de dúvidas, entre em contato com o vendedor.
RIBAMAR
CASTELLO, JOSE | 0R$ 46,67 novo
livro novo. Nunca manuseado "Esse menino sofre dos nervos", é um Sampaku, "alguém incapaz de ter uma reação adequada ao perigo", os seus olhos estão desviados, apontam para cima; tem olhos, o menino José, de peixe morto, mas o médico dos olhos diz que está tudo bem e, sim, está tudo bem e tudo mal; a semelhança com os olhos do pai é isso: a única maldição que desejamos, o desejo que mais amaldiçoamos.O hipnotizador não endireita os olhos do menino, não lhe tira o sofrimento dos nervos; a lâmina não torna o nariz mais discreto, a coisa não resulta com a faca --- mas há isto: a sensação de que o nariz não está bem, de que os olhos erram, de que a posição no mundo não é a correta --- está a tímida peça de xadrez perdida no tabuleiro de um outro jogo.Carta ao pai que acompanha a carta ao pai de Kafka. Kafka, o escritor minhoca; escreve como se rasteja e poderemos pensar que em parte é isto: trata-se de ver se os traços que o nosso rastejar deixou atrás conseguem ser decifráveis, se foram transformados ou não num livro ou se são, afinal, como os gatafunhos ilegíveis do velho demente de Ribamar, que é cego e por isso não precisa de escrever nada que se entenda.Em Ribamar aproveita-se uma queda para avançar; rastejar não é afinal assim tão mau: é o avanço de alguém que caiu e não quer, ou não consegue, levantar-se. O golpe que o derrubou foi demasiado forte --- e nascer é um pouco isto: um golpe de que por vezes só recuperamos muitas décadas depois.E ainda a visita à tia louca que imita as galinhas e talvez escreva no chão sim; sim que é, apesar de tudo, uma das mais belas palavras, mesmo que não tenha destinatário ou assunto, mesmo que não haja questão prévia. E é isso mesmo: à distância, do sítio de onde conseguimos ver, o que parece que Castello escreve no chão é um sim, e este sim talvez seja dirigido ao pai, um sim que também aparece depois de pergunta nenhuma. Trata-se em Ribamar, escreve Castello, de "tomar posse de meu pai", como se o pai fosse "um cargo público ou um pedaço de terra". Não se trata de entender, de retomar ou reconstruir "as ruínas que ferem mas não assustam", trata-se apenas de dizer um sim, que não é de obediência, um sim que não vem de lado nenhum mas ali fica. Quando o menino José se sentava entre as plantas, para que não o vissem --- esse sentar era também já um modo de dizer sim.Ler é expor-se --- como se escreve nos capítulos Kafkas --- mesmo na leitura mais privada. Ribamar é pois uma coisa que nos interpreta. Este livro, que insiste em nos querer ler, altera então a ordem natural das coisas. Quem escreve está a entrar na nossa intimidade; como sabe ele tanto dos nossos? E talvez por isso nos emocionemos.E sim, rasteja-se, mas em Ribamar também se avança, passo a passo, muitos metros acima do solo. Também isto, portanto: serenidade na caminhada. Como um funâmbulo que tivesse a certeza de que vai chegar ao fim, e fosse capaz de suportar a tentação do quero descer; funâmbulo que avança, tranquilo, sabendo onde está e quanto falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, portanto: o máximo de pontos sobre o solo (rastejar) e o mínimo de apoios no solo (o avançar do funâmbulo). Entre os dois momentos, antes ou depois --- a queda, sempre.Não basta fazer, é necessário salvar o que se fez --- alguém escreveu. E, de certa maneira, é isto que todos os que fomos lidos por este livro exigimos --- o impossível, claro: que quem nos fez nos salve. Gonçalo Tavares
Saiba maisA ilustração da capa varia de acordo com o ano da edição e o estado de conservação do livro. Observe cuidadosamente a descrição da obra nos resultados abaixo. Em caso de dúvidas, entre em contato com o vendedor.
RIBAMAR
CASTELLO, JOSE | 0R$ 46,67 novo
livro novo. Nunca manuseado "Esse menino sofre dos nervos", é um Sampaku, "alguém incapaz de ter uma reação adequada ao perigo", os seus olhos estão desviados, apontam para cima; tem olhos, o menino José, de peixe morto, mas o médico dos olhos diz que está tudo bem e, sim, está tudo bem e tudo mal; a semelhança com os olhos do pai é isso: a única maldição que desejamos, o desejo que mais amaldiçoamos.O hipnotizador não endireita os olhos do menino, não lhe tira o sofrimento dos nervos; a lâmina não torna o nariz mais discreto, a coisa não resulta com a faca --- mas há isto: a sensação de que o nariz não está bem, de que os olhos erram, de que a posição no mundo não é a correta --- está a tímida peça de xadrez perdida no tabuleiro de um outro jogo.Carta ao pai que acompanha a carta ao pai de Kafka. Kafka, o escritor minhoca; escreve como se rasteja e poderemos pensar que em parte é isto: trata-se de ver se os traços que o nosso rastejar deixou atrás conseguem ser decifráveis, se foram transformados ou não num livro ou se são, afinal, como os gatafunhos ilegíveis do velho demente de Ribamar, que é cego e por isso não precisa de escrever nada que se entenda.Em Ribamar aproveita-se uma queda para avançar; rastejar não é afinal assim tão mau: é o avanço de alguém que caiu e não quer, ou não consegue, levantar-se. O golpe que o derrubou foi demasiado forte --- e nascer é um pouco isto: um golpe de que por vezes só recuperamos muitas décadas depois.E ainda a visita à tia louca que imita as galinhas e talvez escreva no chão sim; sim que é, apesar de tudo, uma das mais belas palavras, mesmo que não tenha destinatário ou assunto, mesmo que não haja questão prévia. E é isso mesmo: à distância, do sítio de onde conseguimos ver, o que parece que Castello escreve no chão é um sim, e este sim talvez seja dirigido ao pai, um sim que também aparece depois de pergunta nenhuma. Trata-se em Ribamar, escreve Castello, de "tomar posse de meu pai", como se o pai fosse "um cargo público ou um pedaço de terra". Não se trata de entender, de retomar ou reconstruir "as ruínas que ferem mas não assustam", trata-se apenas de dizer um sim, que não é de obediência, um sim que não vem de lado nenhum mas ali fica. Quando o menino José se sentava entre as plantas, para que não o vissem --- esse sentar era também já um modo de dizer sim.Ler é expor-se --- como se escreve nos capítulos Kafkas --- mesmo na leitura mais privada. Ribamar é pois uma coisa que nos interpreta. Este livro, que insiste em nos querer ler, altera então a ordem natural das coisas. Quem escreve está a entrar na nossa intimidade; como sabe ele tanto dos nossos? E talvez por isso nos emocionemos.E sim, rasteja-se, mas em Ribamar também se avança, passo a passo, muitos metros acima do solo. Também isto, portanto: serenidade na caminhada. Como um funâmbulo que tivesse a certeza de que vai chegar ao fim, e fosse capaz de suportar a tentação do quero descer; funâmbulo que avança, tranquilo, sabendo onde está e quanto falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, portanto: o máximo de pontos sobre o solo (rastejar) e o mínimo de apoios no solo (o avançar do funâmbulo). Entre os dois momentos, antes ou depois --- a queda, sempre.Não basta fazer, é necessário salvar o que se fez --- alguém escreveu. E, de certa maneira, é isto que todos os que fomos lidos por este livro exigimos --- o impossível, claro: que quem nos fez nos salve. Gonçalo Tavares
Saiba mais?Esse Menino Sofre Dos Nervos?, E Um Sampaku, ?Alguem Incapaz De Ter Uma Reacao Adequada Ao Perigo?, Os Seus Olhos Estao Desviados, Apontam Para Cima, Tem Olhos, O Menino Jose, De Peixe Morto, Mas O Medico Dos Olhos Diz Que Esta Tudo Bem E, Sim, Esta Tudo Bem E Tudo Mal, A Semelhanca Com Os Olhos Do Pai E Isso: A Unica Maldicao Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldicoamos.O Hipnotizador Nao Endireita Os Olhos Do Menino, Nao Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos, A Lamina Nao Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Nao Resulta Com A Faca --- Mas Ha Isto: A Sensacao De Que O Nariz Nao Esta Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posicao No Mundo Nao E A Correta --- Esta A Timida Peca De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca, Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte E Isto: Trata-Se De Ver Se Os Tracos Que O Nosso Rastejar Deixou Atras Conseguem Ser Decifraveis, Se Foram Transformados Ou Nao Num Livro Ou Se Sao, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegiveis Do Velho Demente De Ribamar, Que E Cego E Por Isso Nao Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avancar, Rastejar Nao E Afinal Assim Tao Mau: E O Avanco De Alguem Que Caiu E Nao Quer, Ou Nao Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer E Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes So Recuperamos Muitas Decadas Depois.E Ainda A Visita A Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chao Sim, Sim Que E, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Nao Tenha Destinatario Ou Assunto, Mesmo Que Nao Haja Questao Previa. E E Isso Mesmo: A Distancia, Do Sitio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chao E Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Tambem Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De ?Tomar Posse De Meu Pai?, Como Se O Pai Fosse ?Um Cargo Publico Ou Um Pedaco De Terra?. Nao Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir ?As Ruinas Que Ferem Mas Nao Assustam?, Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Nao E De Obediencia, Um Sim Que Nao Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino Jose Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Nao O Vissem --- Esse Sentar Era Tambem Ja Um Modo De Dizer Sim.Ler E Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capitulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar E Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Entao A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Esta A Entrar Na Nossa Intimidade, Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos? E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Tambem Se Avanca, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Tambem Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funambulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentacao Do Quero Descer, Funambulo Que Avanca, Tranquilo, Sabendo Onde Esta E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Maximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Minimo De Apoios No Solo (O Avancar Do Funambulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Nao Basta Fazer, E Necessario Salvar O Que Se Fez --- Alguem Escreveu. E, De Certa Maneira, E Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossivel, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Goncalo Tavares
Saiba mais?Esse Menino Sofre Dos Nervos?, E Um Sampaku, ?Alguem Incapaz De Ter Uma Reacao Adequada Ao Perigo?, Os Seus Olhos Estao Desviados, Apontam Para Cima, Tem Olhos, O Menino Jose, De Peixe Morto, Mas O Medico Dos Olhos Diz Que Esta Tudo Bem E, Sim, Esta Tudo Bem E Tudo Mal, A Semelhanca Com Os Olhos Do Pai E Isso: A Unica Maldicao Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldicoamos.O Hipnotizador Nao Endireita Os Olhos Do Menino, Nao Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos, A Lamina Nao Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Nao Resulta Com A Faca --- Mas Ha Isto: A Sensacao De Que O Nariz Nao Esta Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posicao No Mundo Nao E A Correta --- Esta A Timida Peca De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca, Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte E Isto: Trata-Se De Ver Se Os Tracos Que O Nosso Rastejar Deixou Atras Conseguem Ser Decifraveis, Se Foram Transformados Ou Nao Num Livro Ou Se Sao, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegiveis Do Velho Demente De Ribamar, Que E Cego E Por Isso Nao Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avancar, Rastejar Nao E Afinal Assim Tao Mau: E O Avanco De Alguem Que Caiu E Nao Quer, Ou Nao Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer E Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes So Recuperamos Muitas Decadas Depois.E Ainda A Visita A Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chao Sim, Sim Que E, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Nao Tenha Destinatario Ou Assunto, Mesmo Que Nao Haja Questao Previa. E E Isso Mesmo: A Distancia, Do Sitio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chao E Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Tambem Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De ?Tomar Posse De Meu Pai?, Como Se O Pai Fosse ?Um Cargo Publico Ou Um Pedaco De Terra?. Nao Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir ?As Ruinas Que Ferem Mas Nao Assustam?, Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Nao E De Obediencia, Um Sim Que Nao Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino Jose Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Nao O Vissem --- Esse Sentar Era Tambem Ja Um Modo De Dizer Sim.Ler E Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capitulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar E Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Entao A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Esta A Entrar Na Nossa Intimidade, Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos? E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Tambem Se Avanca, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Tambem Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funambulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentacao Do Quero Descer, Funambulo Que Avanca, Tranquilo, Sabendo Onde Esta E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Maximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Minimo De Apoios No Solo (O Avancar Do Funambulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Nao Basta Fazer, E Necessario Salvar O Que Se Fez --- Alguem Escreveu. E, De Certa Maneira, E Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossivel, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Goncalo Tavares
Saiba mais?Esse Menino Sofre Dos Nervos?, E Um Sampaku, ?Alguem Incapaz De Ter Uma Reacao Adequada Ao Perigo?, Os Seus Olhos Estao Desviados, Apontam Para Cima, Tem Olhos, O Menino Jose, De Peixe Morto, Mas O Medico Dos Olhos Diz Que Esta Tudo Bem E, Sim, Esta Tudo Bem E Tudo Mal, A Semelhanca Com Os Olhos Do Pai E Isso: A Unica Maldicao Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldicoamos.O Hipnotizador Nao Endireita Os Olhos Do Menino, Nao Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos, A Lamina Nao Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Nao Resulta Com A Faca --- Mas Ha Isto: A Sensacao De Que O Nariz Nao Esta Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posicao No Mundo Nao E A Correta --- Esta A Timida Peca De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca, Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte E Isto: Trata-Se De Ver Se Os Tracos Que O Nosso Rastejar Deixou Atras Conseguem Ser Decifraveis, Se Foram Transformados Ou Nao Num Livro Ou Se Sao, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegiveis Do Velho Demente De Ribamar, Que E Cego E Por Isso Nao Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avancar, Rastejar Nao E Afinal Assim Tao Mau: E O Avanco De Alguem Que Caiu E Nao Quer, Ou Nao Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer E Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes So Recuperamos Muitas Decadas Depois.E Ainda A Visita A Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chao Sim, Sim Que E, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Nao Tenha Destinatario Ou Assunto, Mesmo Que Nao Haja Questao Previa. E E Isso Mesmo: A Distancia, Do Sitio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chao E Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Tambem Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De ?Tomar Posse De Meu Pai?, Como Se O Pai Fosse ?Um Cargo Publico Ou Um Pedaco De Terra?. Nao Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir ?As Ruinas Que Ferem Mas Nao Assustam?, Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Nao E De Obediencia, Um Sim Que Nao Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino Jose Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Nao O Vissem --- Esse Sentar Era Tambem Ja Um Modo De Dizer Sim.Ler E Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capitulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar E Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Entao A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Esta A Entrar Na Nossa Intimidade, Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos? E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Tambem Se Avanca, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Tambem Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funambulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentacao Do Quero Descer, Funambulo Que Avanca, Tranquilo, Sabendo Onde Esta E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Maximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Minimo De Apoios No Solo (O Avancar Do Funambulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Nao Basta Fazer, E Necessario Salvar O Que Se Fez --- Alguem Escreveu. E, De Certa Maneira, E Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossivel, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Goncalo Tavares
Saiba mais?Esse Menino Sofre Dos Nervos?, E Um Sampaku, ?Alguem Incapaz De Ter Uma Reacao Adequada Ao Perigo?, Os Seus Olhos Estao Desviados, Apontam Para Cima, Tem Olhos, O Menino Jose, De Peixe Morto, Mas O Medico Dos Olhos Diz Que Esta Tudo Bem E, Sim, Esta Tudo Bem E Tudo Mal, A Semelhanca Com Os Olhos Do Pai E Isso: A Unica Maldicao Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldicoamos.O Hipnotizador Nao Endireita Os Olhos Do Menino, Nao Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos, A Lamina Nao Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Nao Resulta Com A Faca --- Mas Ha Isto: A Sensacao De Que O Nariz Nao Esta Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posicao No Mundo Nao E A Correta --- Esta A Timida Peca De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca, Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte E Isto: Trata-Se De Ver Se Os Tracos Que O Nosso Rastejar Deixou Atras Conseguem Ser Decifraveis, Se Foram Transformados Ou Nao Num Livro Ou Se Sao, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegiveis Do Velho Demente De Ribamar, Que E Cego E Por Isso Nao Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avancar, Rastejar Nao E Afinal Assim Tao Mau: E O Avanco De Alguem Que Caiu E Nao Quer, Ou Nao Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer E Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes So Recuperamos Muitas Decadas Depois.E Ainda A Visita A Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chao Sim, Sim Que E, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Nao Tenha Destinatario Ou Assunto, Mesmo Que Nao Haja Questao Previa. E E Isso Mesmo: A Distancia, Do Sitio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chao E Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Tambem Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De ?Tomar Posse De Meu Pai?, Como Se O Pai Fosse ?Um Cargo Publico Ou Um Pedaco De Terra?. Nao Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir ?As Ruinas Que Ferem Mas Nao Assustam?, Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Nao E De Obediencia, Um Sim Que Nao Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino Jose Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Nao O Vissem --- Esse Sentar Era Tambem Ja Um Modo De Dizer Sim.Ler E Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capitulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar E Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Entao A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Esta A Entrar Na Nossa Intimidade, Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos? E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Tambem Se Avanca, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Tambem Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funambulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentacao Do Quero Descer, Funambulo Que Avanca, Tranquilo, Sabendo Onde Esta E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Maximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Minimo De Apoios No Solo (O Avancar Do Funambulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Nao Basta Fazer, E Necessario Salvar O Que Se Fez --- Alguem Escreveu. E, De Certa Maneira, E Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossivel, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Goncalo Tavares
Saiba mais?Esse Menino Sofre Dos Nervos?, E Um Sampaku, ?Alguem Incapaz De Ter Uma Reacao Adequada Ao Perigo?, Os Seus Olhos Estao Desviados, Apontam Para Cima, Tem Olhos, O Menino Jose, De Peixe Morto, Mas O Medico Dos Olhos Diz Que Esta Tudo Bem E, Sim, Esta Tudo Bem E Tudo Mal, A Semelhanca Com Os Olhos Do Pai E Isso: A Unica Maldicao Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldicoamos.O Hipnotizador Nao Endireita Os Olhos Do Menino, Nao Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos, A Lamina Nao Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Nao Resulta Com A Faca --- Mas Ha Isto: A Sensacao De Que O Nariz Nao Esta Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posicao No Mundo Nao E A Correta --- Esta A Timida Peca De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca, Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte E Isto: Trata-Se De Ver Se Os Tracos Que O Nosso Rastejar Deixou Atras Conseguem Ser Decifraveis, Se Foram Transformados Ou Nao Num Livro Ou Se Sao, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegiveis Do Velho Demente De Ribamar, Que E Cego E Por Isso Nao Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avancar, Rastejar Nao E Afinal Assim Tao Mau: E O Avanco De Alguem Que Caiu E Nao Quer, Ou Nao Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer E Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes So Recuperamos Muitas Decadas Depois.E Ainda A Visita A Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chao Sim, Sim Que E, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Nao Tenha Destinatario Ou Assunto, Mesmo Que Nao Haja Questao Previa. E E Isso Mesmo: A Distancia, Do Sitio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chao E Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Tambem Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De ?Tomar Posse De Meu Pai?, Como Se O Pai Fosse ?Um Cargo Publico Ou Um Pedaco De Terra?. Nao Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir ?As Ruinas Que Ferem Mas Nao Assustam?, Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Nao E De Obediencia, Um Sim Que Nao Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino Jose Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Nao O Vissem --- Esse Sentar Era Tambem Ja Um Modo De Dizer Sim.Ler E Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capitulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar E Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Entao A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Esta A Entrar Na Nossa Intimidade, Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos? E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Tambem Se Avanca, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Tambem Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funambulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentacao Do Quero Descer, Funambulo Que Avanca, Tranquilo, Sabendo Onde Esta E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Maximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Minimo De Apoios No Solo (O Avancar Do Funambulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Nao Basta Fazer, E Necessario Salvar O Que Se Fez --- Alguem Escreveu. E, De Certa Maneira, E Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossivel, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Goncalo Tavares
Saiba mais?Esse Menino Sofre Dos Nervos?, E Um Sampaku, ?Alguem Incapaz De Ter Uma Reacao Adequada Ao Perigo?, Os Seus Olhos Estao Desviados, Apontam Para Cima, Tem Olhos, O Menino Jose, De Peixe Morto, Mas O Medico Dos Olhos Diz Que Esta Tudo Bem E, Sim, Esta Tudo Bem E Tudo Mal, A Semelhanca Com Os Olhos Do Pai E Isso: A Unica Maldicao Que Desejamos, O Desejo Que Mais Amaldicoamos.O Hipnotizador Nao Endireita Os Olhos Do Menino, Nao Lhe Tira O Sofrimento Dos Nervos, A Lamina Nao Torna O Nariz Mais Discreto, A Coisa Nao Resulta Com A Faca --- Mas Ha Isto: A Sensacao De Que O Nariz Nao Esta Bem, De Que Os Olhos Erram, De Que A Posicao No Mundo Nao E A Correta --- Esta A Timida Peca De Xadrez Perdida No Tabuleiro De Um Outro Jogo.Carta Ao Pai Que Acompanha A Carta Ao Pai De Kafka. Kafka, O Escritor Minhoca, Escreve Como Se Rasteja E Poderemos Pensar Que Em Parte E Isto: Trata-Se De Ver Se Os Tracos Que O Nosso Rastejar Deixou Atras Conseguem Ser Decifraveis, Se Foram Transformados Ou Nao Num Livro Ou Se Sao, Afinal, Como Os Gatafunhos Ilegiveis Do Velho Demente De Ribamar, Que E Cego E Por Isso Nao Precisa De Escrever Nada Que Se Entenda.Em Ribamar Aproveita-Se Uma Queda Para Avancar, Rastejar Nao E Afinal Assim Tao Mau: E O Avanco De Alguem Que Caiu E Nao Quer, Ou Nao Consegue, Levantar-Se. O Golpe Que O Derrubou Foi Demasiado Forte --- E Nascer E Um Pouco Isto: Um Golpe De Que Por Vezes So Recuperamos Muitas Decadas Depois.E Ainda A Visita A Tia Louca Que Imita As Galinhas E Talvez Escreva No Chao Sim, Sim Que E, Apesar De Tudo, Uma Das Mais Belas Palavras, Mesmo Que Nao Tenha Destinatario Ou Assunto, Mesmo Que Nao Haja Questao Previa. E E Isso Mesmo: A Distancia, Do Sitio De Onde Conseguimos Ver, O Que Parece Que Castello Escreve No Chao E Um Sim, E Este Sim Talvez Seja Dirigido Ao Pai, Um Sim Que Tambem Aparece Depois De Pergunta Nenhuma. Trata-Se Em Ribamar, Escreve Castello, De ?Tomar Posse De Meu Pai?, Como Se O Pai Fosse ?Um Cargo Publico Ou Um Pedaco De Terra?. Nao Se Trata De Entender, De Retomar Ou Reconstruir ?As Ruinas Que Ferem Mas Nao Assustam?, Trata-Se Apenas De Dizer Um Sim, Que Nao E De Obediencia, Um Sim Que Nao Vem De Lado Nenhum Mas Ali Fica. Quando O Menino Jose Se Sentava Entre As Plantas, Para Que Nao O Vissem --- Esse Sentar Era Tambem Ja Um Modo De Dizer Sim.Ler E Expor-Se --- Como Se Escreve Nos Capitulos Kafkas --- Mesmo Na Leitura Mais Privada. Ribamar E Pois Uma Coisa Que Nos Interpreta. Este Livro, Que Insiste Em Nos Querer Ler, Altera Entao A Ordem Natural Das Coisas. Quem Escreve Esta A Entrar Na Nossa Intimidade, Como Sabe Ele Tanto Dos Nossos? E Talvez Por Isso Nos Emocionemos.E Sim, Rasteja-Se, Mas Em Ribamar Tambem Se Avanca, Passo A Passo, Muitos Metros Acima Do Solo. Tambem Isto, Portanto: Serenidade Na Caminhada. Como Um Funambulo Que Tivesse A Certeza De Que Vai Chegar Ao Fim, E Fosse Capaz De Suportar A Tentacao Do Quero Descer, Funambulo Que Avanca, Tranquilo, Sabendo Onde Esta E Quanto Falta (12/18, 13/18, 14/18).Isto, Portanto: O Maximo De Pontos Sobre O Solo (Rastejar) E O Minimo De Apoios No Solo (O Avancar Do Funambulo). Entre Os Dois Momentos, Antes Ou Depois --- A Queda, Sempre.Nao Basta Fazer, E Necessario Salvar O Que Se Fez --- Alguem Escreveu. E, De Certa Maneira, E Isto Que Todos Os Que Fomos Lidos Por Este Livro Exigimos --- O Impossivel, Claro: Que Quem Nos Fez Nos Salve. Goncalo Tavares
Saiba maisA ilustração da capa varia de acordo com o ano da edição e o estado de conservação do livro. Observe cuidadosamente a descrição da obra nos resultados abaixo. Em caso de dúvidas, entre em contato com o vendedor.
Ribamar
José Castello | 2010R$ 129,90 usado
Livro em muito bom estado. 278 páginas. Miolo branco Marcas poeira no corte inferior. "Pai e filho se esquivam da luta. Do amor, entre eles, tudo o que resta é uma delicada canção". O autor é carioca e entre outros livros escreveu "Vinícius de Moraes: O Poeta da Paixão"., que recebeu o "Premio Jabuti".
Saiba maisA ilustração da capa varia de acordo com o ano da edição e o estado de conservação do livro. Observe cuidadosamente a descrição da obra nos resultados abaixo. Em caso de dúvidas, entre em contato com o vendedor.
RIBAMAR
JOSE CASTELLO | 0R$ 32,94 usado