Descrição ‘A mochila do mascate’ (fragmentos do diário de bordo de um anônimo do século XX), vem em edição revista de sua publicação original, nos anos 90, pela Bem-Te-Vi Produções Literárias. Às memórias de Gianni Ratto, junta-se uma seleção preciosa de fotos de algumas de suas montagens. O mascate do título não é à toa: aos 80 anos de idade, vê-se como um vendedor de ilusões, ou melhor, reflexões, como só o exercício das artes cênicas pode proporcionar.
De todos os encenadores que decidiram, a partir da Segunda Guerra, atuar no Brasil, Gianni Ratto foi quem mais se identificou com o país. Ao deixar a Itália, em 1954, quando já era considerado um dos maiores cenógrafos internacionais – foi um dos criadores do Piccolo Teatro de Milão, dirigiu a diva da ópera Maria Callas no Teatro ala Scalla de Milão e trabalhou com outros grandes nomes da cultura italiana como o cineasta Lucchino Visconti –, seu objetivo passou a ser o de integrar-se profundamente no nosso teatro, tornando-se uma das forças vivas de sua afirmação. Sua autobiografia não segue ordem cronológica, pois não é essa o caminho da memória. Cada fragmento que ilumina se intercala com outros formando uma personalidade singular, que dedicou seus talentos e capacidades à serviço da cultura brasileira.
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