Acervo Tião Nunes

A contracapa esclarece: “Ao longo do século XX a relação entre política e filosofia foi alvo da análise crítica e da enorme capacidade intelectual de Hannah Arendt. Esta contribuição ao pensamento contemporâneo foi fundamental, considerando a inventiva da autora ao analisar o anti-semitismo, o imperialismo e o totalitarismo e ao comparar as ideologias stalinista e nazista. Pois André Duarte beira o perfeccionismo ao se debruçar sobre a obra de Hannah Arendt e ao revelar os caminhos da reflexão da autora. Através desta obra é possível compreender melhor o processo de criação arendtiano, reinventando definições, buscando o passado, observando o presente e vislumbrando possibilidades no futuro”. Imperdível. Exemplar seminovo. 322 páginas.

Um livro de dar água na boca. Autores multinacionais da maior importância dizem o que pensam da vida, da literatura e explicam seus métodos, técnicas e – por que não? – manias. Para atiçar mais sua vontade, eis alguns dos entrevistados neste volume: Marianne Moore, Vladimir Nabokov, Henry Miller, Ernest Hemingway, Blaise Cendras, Anthony Burgess, Jean Cocteau, Bernard Malamud, Jack Kerouac, Kurt Vonnegut Jr., Gabriel García Marques, Philip Roth... Gostou da amostra? Todas as entrevistas são longas, profundas, engraçadas ou sérias ou ambas as coisas, mas sempre estimulantes. Imperdível, para leitores, jornalistas e escritores. Exemplar em boas condições, tendo apenas sofrido com o tempo desde esta edição. Capa e lombada levemente desgastadas nas margens. Dobrar amareladas. 366 páginas.

Explica a contracapa: “Joseph Goebbels que, a seu modo, em chave abjeta, não deixou de ser um teórico da cultura, dizia lançar mão do revólver toda vez que ouvia a palavra cultura. Em artigo recente sobre a lógica do capitalismo multinacional, Slavoj Zizek relembra duas outras saídas a essa questão. Uma é a de um cínico produtor de cinema em ‘Mépris’ de Godard: quando ouço falar em cultura, tiro o talão de cheques. A outra é a réplica iluminista de direita: quando ouço a palavra revólver, lanço mão da cultura. Contra essas duas atitudes, o esclarecimento crítico opta por uma luta que é, ela própria, conhecimento reflexivo”. Exemplar em boas condições, com grifos ou rasuras, apenas com manchas devidas ao tempo desde a impressão. 222 páginas.

Na orelha, há uma entusiasmada citação da Publisher’s Weeky: “Fascinante... Uma irresistível abordagem sobre as armadilhas da mente na hora de optar”. A orelha diz mais: “A escolha é uma ferramenta poderosa que nos define e molda nossas vidas – mas o que sabemos sobre os desejos, motivações, preconceitos e influências que ajudam ou atrapalham nossos esforços?”. Neste livro, a autora, uma das maiores especialistas em escolha, professora da Universidade de Colúmbia, “optou pela tarefa de hercúlea de nos ajudar a fazer as melhores opções. (...) Em última análise, oferece respostas inesperadas e profundas, provenientes de sua premiada e abrangente pesquisa”. Vencedor do Axiom Business Book Awards 2011. Exemplar em ótimas condições. 534 páginas.

“Explica a contracapa: A intepretação do significado dos textos é a atividade central das humanidades e das ciências sociais. Haverá limites ao significado que se pode dar a um texto? As intenções do autor serão relevantes para estabelecer tais limites? Algumas leituras deverão ser recusadas como superinterpretações? (...) Este livro, acessível e muitas vezes divertido, representa contribuição de peso para o debate sobre o sentido textual e é leitura obrigatória para todos os interessados em teoria literária e em questões mais abrangentes levantadas pela questão da interpretação. Exemplar em boas condições de leitura. A referir, três sub-índices da ex-possuidora nas páginas de rosto, 52 e 78, além de várias marcações a tinta azul que facilitam em vez de dificultar a leitura. 183 páginas.

Na contracapa, Frei Betto escreveu, entre outras coisas: “O pobre sabe, mas nem sempre sabe que sabe. E quando aprende é capaz de expressões como esta, que ouvi da boca de um senhor alfabetizado aos 60 anos: ‘Agora sei quanta coisa não sei’. O senhor (aqui ele se refere a Paulo Freire) fez os pobres conquistarem auto-estima. Graças ao seu método de alfabetização, eles aprenderam que ‘Ivo viu a uva’ e que a uva que Ivo viu e não comprou é cara porque o país não dispõe de política agrícola adequada e nem permite que todos tenham acesso à alimentação básica”. Exemplar em ótimas condições, apenas com pequeno grifo a lápis no frontispício. 148 páginas.

Logo na folha de rosto, um carimbo grande avisa: “Cortesia do editor. Venda proibida.” Ganhei este exemplar de um amigo jornalista. Mas não tenho espaço para ele em minha casa. Que fazer? Doar? Mas existe o grande risco de que fique parado em outra estante, sem leitor. Então decidi vendê-lo, a preço razoável, para que encontre um bom leitor. Alguns motivos: “Um livro decisivo como raramente se vê.” Edgar Morin. “Seu livro está em total consonância com a realidade, é impressionante em todos os detalhes que mostram como Hitler se baseou na tradição, nas ciências e nas ideias do chamado mundo ocidental desenvolvido.” Sputnik France. Exemplar em ótimas condições, sem rabiscos ou rasuras. Capa e lombada levemente desgastadas nas bordas. 363 páginas.

A contracapa é extremamente pessimista: “Os Estados Unidos (...) estão perdendo toda a autoridade moral. (...) A União Europeia está desmoronando. O mundo árabe-muçulmano mergulha numa crise profunda, agravada por um islamismo cada vez mais radical. (...) Sem mencionar as graves ameaças que, intensificadas pela aventura ultraliberalista, pesam sobre o planeta (devastação do meio ambiente, abismo social, pandemias)”. Nesta obra abrangente e poderosa, Maalouf atua como espectador e escritor comprometido, às vezes recontando eventos históricos dos quais foi uma das raras testemunhas oculares”. Um livro devastador, que nos avisa para mantermos os olhos bem abertos. Exemplar novo. 253 páginas.

Escreveu o próprio Nicolas na orelha; “Brasília como musa inspiradora. Ou Braxília como sonho? A utopia dentro da utopia. ‘Poesília’ – poesia pau-brasília – é um livro que reúne todos os poemas em que a cidade aparece, camuflada ou não, garimpados em seus 20 livrinhos, publicados de 1977 a 2001. (...) Dissociar Brasília da noção de cidade-poder, revelando uma outra cidade (que o poeta chama de Braxília), humana, criativa, anárquica, inquieta, rebelde, roqueira. Esse foi o objetivo (alcançado?) dessa geração da qual Nicolas Behr faz parte. ‘Poesília’ é a ponta visível desse iceberg poético que é a vida pulsante da Brasília não-capital, da Brasília não-poder”. Exemplar seminovo em ótimas condições, apenas com leves marcas de manuseio. Higienizado e embalado em plástico. 88 páginas.

O título é mais uma gozação do Otávio em relação à literatura, ao tamanho do livro, à ideia de “obras completas” e, em resumo, ao leitor e ao mundo. No miolo deste exemplar de formato pequeno (15x15 cm), uma parafernália tremenda de textos, colagens, intervenções e apropriações (indébitas ou não). Livro deliciosíssimo, cada página arrancando um suspiro, uma risada ou até mesmo uma gargalhada do incauto leitor. Um daqueles livros de que se pode dizer, sem pudor ou medo de errar: uma obra-prima. Pena que, como tantos outros, tenha passado batido pela grande imprensa, como aliás e sempre. Exemplar em boas condições, com manchas aqui e ali espalhadas pelo miolo. Capa e lombada desgastadas levemente nas extremidades. Corte amarelados. Higienizado e embalado em plástico. 82 páginas.

Otávio é um cara desabusado. Gozando a si mesmo, escreveu na contracapa vários comentários sobre este livro, segundo ele da imprensa estrangeira: “Um livro para ler e depois dormir sonhar – The New York Times”. Ou este: “Um mistério... Uma obra-prima, uma história visionária do despertar sexual, do bem e do mal, uma viagem ao sub-mundo – L’Osservatore Romano”. Ou ainda este: “Uma exploração perturbadora, como um pesadelo, da face oculta da alma. Um livro que vai causar sensação – Le Figaro”. E para não deixar por menos, “Um livro total, uma das premonições românticas do século 21 – The Guardian”. Exemplar em boas condições, com dedicatória. Últimas páginas levemente manchadas. Capa e lombada desgastadas de leve nas extremidades. Higienizado e embalado em plástico. 110 páginas.

Uilcon Pereira faz parte da relativamente pequena lista dos grandes escritores brasileiros incompreendidos. É da estirpe de Valêncio Xavier (um pouco mais iluminado pelos holofotes), e Qorpo Santo (a pedra fundamental dos citados e mal lidos ou divulgados). Este pequeno opúsculo é um exemplo básico. Básico e radical. Ou como escreveu logo de cara o próprio Uilcon, “este é um trabalho em curso, ainda no canteiro de obras. Publico re-lances para sondar um pouco as reações dos leitores. São inter/in/venções a partir de material já encontrado-escrito. Saqueio os textos alheios de maneira consciente, declarada e explícita”. Exemplar em boas condições, com dedicatória no frontispício. Nota manuscrita do autor na página dezessete. Capas manchadas. Higienizado e embalado em plástico. 31 páginas.

Este notável livro, que faz ampla leitura textual e fotográfica (a cores) dos movimentos juvenis de contestação ao capitalismo, é aberto com uma entrevista oportuníssima com Herbert Marcuse. Considerado o pai desses movimentos, ele não se furta de julgá-lo e discutir seus limites, interesses e conquistas. Este exemplar pertenceu à Biblioteca Comunitária Etelvininha Lima, do Instituto Dona Peninha, que é ligado à Mazza Edições. Da Biblioteca, traz no frontispício carimbo com endereço em cima e grifos. Exemplar em boas condições a despeito do tempo. Pequenas manchas ao longo do miolo. Capa e lombada desgastadas de leve interna e externamente nas extremidades. Pequeno rasgão no alto da capa. Higienizado e embalado em plástico. 142 páginas.

Embora não desfrutasse da fama e do prestígio do irmão Cyro, Waldemar Versiani dos Anjos foi um escritor fascinante. Sua filha Ivana, ao escrever a introdução deste livro, disse dele: “Médico, laboratorista, biólogo, professor de Zoologia, só aos 58 anos publicou seu primeiro romance, ‘Jornal da Serra Verde’, a que se seguiram ‘Simplício’ e ‘Barca de Aposentado’.” Neste volume póstumo, seus filhos reuniram-lhe a obra poética, que merece ser lida. Como brinde, e em separata, um “Soneto impublicável”, deliciosa amostra, pois naquele tempo poesia fescenina não se publicava, exceto como brincadeira entre amigos. Exemplar em boas condições, com manchas nas últimas páginas, além de manchas e desgastes na capa e na lombada. Cortes amarelados. Higienizado e embalado em plástico. 130 páginas.

Informa a contracapa que em 4 de maio de 1915, Kafka escreveu em seu diário: “Sinto-me melhor depois de ler Strindberg. (...) Estou sentado em seu braço esquerdo como um homem numa estátua. Por dez vezes corro o perigo de cair, mas nas décima primeira tentativa consigo manter o equilíbrio. Sinto-me seguro e tenho diante de mim uma grande perspectiva”. Se Kafka gostava tanto de Strindberg, por que você não haverá de gostar? Exemplar em bom estado, apesar dos 40 anos decorridos desta edição. De notável, dedicatória de duas páginas, em tinta arroxeada. Primeiras e últimas páginas manchadas. Capa e lombada desgastadas nas extremidades. Lombada com pequeno rasgão no alto. Capa com dobra de alto a baixo no centro, só perceptível no manuseio. Higienizado e embalado em plástico. 178 páginas.

O subtítulo é “Papers on books – Their history and art”. São seis livros raríssimos, destinados apenas a colecionadores exigentes. A edição está perto de completar 125 anos, mas em excelentes condições, devido à excepcional qualidade de impressão, papel e acabamento. Constituí uma série de ensaios, abrangendo várias épocas e países, incluindo, por exemplo, “English Illuminated Manuscripts” e “The Sforza Books of Hours”, entre muitos outros. Contém muitas capitulares e ilustrações em P&B, mas também diversas ilustrações a cores, separadas do miolo por papel de seda. Capas imitando couro e seda, com aplicações douradas. Formato grande: 31x21 cm. Primeiras e últimas páginas manchadas. Leves desgastes nas capas. Cortes manchados. Em inglês. Higienizado e embalado em plástico. 2.294 páginas.

Uma das mais importantes publicações mundiais sobre artes gráficas. Durante décadas, a Graphis foi uma espécie de bíblia para publicitários, pintores, desenhistas e artistas gráficos de todo o mundo. Sendo anual, era aguardada com ansiedade, e figurar em suas páginas garantia a glória e o sucesso. Até hoje continua ativa e sendo publicada. Exemplar em boas condições, a cores e em P&B. O antigo proprietário, para preservá-lo, cobriu com durex transparente as bordas das capas, sem nada prejudicar. Interior das capas, primeiras e últimas páginas manchadas. Pequeno grifo no alto do frontispício. Dobra interna da última capa com marcas de cupins. Capa e lombada manchadas e desgastadas. Trilíngue: inglês, alemão e francês. Higienizado e embalado em plástico. 229 páginas.

Na primavera de 1995, o poeta Pascoal Motta escreveu o seguinte sobre este livro: “Acabo a leitura, agora em conjunto, de suas resenhas literárias. Saio de uma aventura da inteligência e da sensibilidade, que floresce de seu conhecimento e acuidade crítica. Melhor dizendo: saio rejuvenescido, como se tivesse mandado proceder a uma maquiagem em minhas rugas intelectuais e emotivas”. Este exemplar pertenceu à Biblioteca Comunitária Laís Corrêa de Araújo, fechada em 2015 por falta de recursos, da qual conserva bolsa, ficha de leitor e carimbo. Exemplar em boas condições, a despeito do tempo. Manchas embaixo, provavelmente de goteira, na capa, contracapa e lombada. Pequeno grifo a lápis no frontispício, embaixo. Higienizado e embalado em plástico. 219 páginas.

Artigos de Eduardo Lourenço, Ofélia Paiva Monteiro, Maria Lúcia Lepecki, J.A. Osório Mateus, José-Augusto França e Irwin Stern. Inquérito sobre o ano literário de 1975, por Ana Hatherly, Jorge Listopad, Luís de Miranda Rocha e Maria Alzira Seixo. Conto de Miguel Torga. O “Discurso da difamação do poeta”, poema longo de Affonso Ávila. Notas e comentários por Flávio Loureiro Chaves. Exemplar em boas condições, apesar dos mais de 50 anos decorridos de sua edição. Capa descolada da lombada, porém firmemente presa. Dedicatória de Affonso Ávila. Pequenos furos de traça muito embaixo no miolo, sem prejudicar nada. Capa e lombada com manchas brancas e desgastadas nas extremidades. Pequeno rasgão no alto da lombada. Primeira página manchada. Higienizado e embalado em plástico. 104 páginas.

Este livro faz parte da famosa coleção “Arte para criança”, que conta com oito obras, sendo esta a oitava da série, reunindo dois grandes nomes da cultura brasileira: o pintor gaúcho Carlos Scliar e o escritor mineiro Fernando Sabino. Conta com uma história ilustrada por 29 pinturas coloridas ocupando outras 29 páginas, sem contar a capa, também colorida, e duas fotos em P&B dos autores. Com dedicatória de Scliar para Sebastião Nunes, datada de 26-04-97. Excelente livro de arte, reunindo dois grandes artistas. Para ser dado como presente ou para deleite do comprador. Capa dura com guardas azul. Exemplar em boas condições, exceto por manchas nas guardas, nas primeiras e últimas páginas. Higienizado e embalado em plástico. 56 páginas.

Este volume já inclui contribuições míticas africanas, o que o torna mais valioso. Como esclarece a contracapa, “obra pioneira em língua portuguesa, recenseia – num vasto rol de verbetes concisos, recheados de informações essenciais – heróis, lendas, divindades e aspectos litúrgicos não apenas das miologias das Américas, como igualmente da África Negra, de onde recebemos rica bagagem cultural”. Exemplar em boas condições, apesar de decorridos 50 anos desta primeira edição. Carimbo e manchas no frontispício. Primeiras e últimas páginas manchadas. Pequeno rasgão no alto da lombada. Cola aparente sem causar danos entre capa e miolo. Pequeno grifo a lápis na última página. Capa e lombada desgastadas nas extremidades. Cortes sujos e amarelados. Higienizado e embalado em plástico. 272 páginas.

Além de ampla seleção de poemas, este volume conta com notas, estudos biográfico, histórico e crítico, e exercícios para os alunos. Conforme explica a contracapa, “Triste, sim, foi João da Cruz e Sousa, introdutor do Simbolismo na literatura brasileira. Mas foi também luminoso, musical, introspectivo, social. Nasceu filho de escravos, em Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis. Criado pelos senhores da casa onde nasceu, teve educação refinada”. Em boas condições, apesar de decorridos mais de 40 anos desta edição. Folha de rosto com assinatura, grifos e selo de livraria. Folha de rosto amarelada e corroída nas extremidades, como as primeiras páginas. Cola aparente no princípio e no fim. Capa e lombada desgastadas nas extremidades. Higienizado e embalado em plástico. 112 páginas.

Este é um daqueles livros que poderia ser chamado “de causos”, essa nova categoria literária que tomou conta do Brasil de uns tempos pra cá. Começa assim: “Fui intimado pelo Julinho Nesce, o Glauber Rocha de Raul Soares (...) a escrever um livro contando fatos relativos ao povo fantástico e generoso de minha cidade. Eu quero é agradar, se porventura alguém se sentir melindrado, peço antecipadamente perdão de joelhos”. Não sei quantos são os causos, pois o livro não tem índice, mas garanto que são deliciosos. Juro que vale a pena, especialmente para conhecer a vida das cidades médias do interior brasileiro. Exemplar em ótimos condições, seminovo, exceto pela dedicatória manuscrita entre outras impressas. Higienizado e embalado em plástico. 117 páginas.

Veja você, ilustre visitante: o assunto aqui não é livro de poemas, de texto em prosa ou álbum de retratos, mas belo catálogo para comemorar os 100 anos de nascimento do grande poeta Murilo Mendes, nascido em Juiz de Fora, criado no Rio e professor universitário na Itália. Este catálogo acompanhou a exposição dedicada ao poeta e se apresenta como verdadeiro balaio de gatos: poemas, cartas, entrevistas, ensaios críticos, textos do próprio Murilo etc. Está bom o catálogo? Eu seria mentiroso se dissesse que sim. Produzido com o máximo cuidado, impresso em ótimo papel, tem, no entanto, grupos inteiros de folhas soltas, pois a cola foi a pior que a gráfica poderia encontrar. Miolo em ótimas condições. O diabo são essas tantas folhas soltas!!! Higienizado e embalado em plástico. 166 páginas.

A contracapa deste livro revela grande (e justificado) otimismo: “Infelizmente, ler poesia não é habito dos mais difundidos, inclusive entre pessoas que costumam ler. Ler livro sobre a obra de um poeta, então, nem se fala... No entanto, em ambos os casos, este livro é uma exceção”. De fato, Carlos Drummond de Andrade é o maior poeta brasileiro. Affonso é “avis rara” entre nós: à sua profissão de professor, teórico e crítico de literatura junta-se sua condição de poeta. Livro indispensável para se conhecer melhor a poesia de Drummond. Exemplar em boas condições. Várias páginas com grifos leves a lápis. Assinatura no frontispício. Cortes manchados e amarelados. Últimas páginas manchadas. Capa e lombada desgastadas nas extremidades. Higienizado e embalado em plástico. 269 páginas.

Quando este livro foi publicado, Nelson Leite havia completado 87 anos, uma proeza em qualquer sentido. Quando me enviou este exemplar já ultrapassara os 90, fato revelado pela dedicatória, trêmula, indecisa, alcançando inclusive a primeira orelha e a contracapa. Doze pessoas deixaram seu depoimento nas orelhas, entre elas os escritores Márcio Almeida e Otto Lara Resende. O próprio Nelson (desconfio) escreveu na contracapa que “chega ao Canto do Cisne com plena experiência de vida existencial, literária, etílica”. Ex-deputado, dele informa Luciano Soares: “Cronista, escritor, poeta, filósofo, é uma das mentes mais brilhantes que esta cidade (Oliveira) já concebeu”. Exemplar em ótimas condições, exceto pela caótica e deliciosa dedicatória. Higienizado e embalado em plástico. 240 páginas.

Este livro tem uma característica muito especial: mostra como é possível fazer com que as comunidades, à base de esforço e boa-vontade, nasçam, cresçam, se fortaleçam e formem novas lideranças. Assim explica José Jamir Chaves sua ideia: “Em março de 2006, enviei uma carta a algumas pessoas que eu havia conhecido nas Comunidades Rurais de Formiga, pedindo que me contassem a história de suas Comunidades, como elas haviam nascido e prosperado”. As cartas foram enviadas a 51 pessoas, e de suas respostas nasceu esta publicação. Não é um livro perfeito. A maioria das fotos é de baixa qualidade, mas o resultado é fantástico. Exemplar em boas condições, apenas com alguns leves grifos a lápis, além de capa e lombada desgastadas nas extremidades. Higienizado e embalado em plástico. 186 páginas.

Relata Jorge Luis Borges na contracapa desta joia: “No começo do século XIII, partiram da Alemanha e da França duas expedições de crianças. Acreditavam poder atravessar os mares de pés enxutos. Esperançosas, ignorantes, felizes, encaminharam-se para os portos do sul. O previsto milagre não aconteceu”. Reza a lenda que 30 mil crianças participaram. As francesas foram vendidas como escravas no Egito. Das alemãs, nada se sabe. Exemplar quadrado, com capa azul e vermelha, em bom estado, com miolo ótimo, sem rasuras ou grifos. Contracapa interna e última página com pequenas manchas espelhadas. Capa e lombada desgastadas das extremidades para o centro, atingindo o título, mas sem prejudicar a leitura do mesmo. Higienizado e embalado em plástico. Bilíngue: francês/português. 109 páginas.

Um clássico definitivo e insuperável. Como se não bastasse a pesquisa exaustiva, esta edição, a sexta, foi revista e ampliada pelo autor com novos documentos da Vanguarda Europeia, constituindo uma das mais notáveis e amplas apresentações críticas dos principais movimentos vanguardistas. Pena que este exemplar esteja bem ruinzinho, mas mesmo assim merece ser lido, ainda mais que o preço está baixísssimo. Capa colada com fita adesiva marrom e presa ao miolo com bastante firmeza, mas deixando ver parte desse miolo na primeira e na última página. Grifos a caneta azul e vermelha no frontispício. Grifos leves a lápis em algumas páginas. Cortes amarelados e um pouco sujos. Lombada coberta pela fita adesiva. Capa desgastada nas extremidades. Higienizado e embalado em plástico. 446 páginas.

Você certamente viveu os trágicos anos da Covid-19. Tente, então, comparar o que você passou com a tragédia que se abateu sobre a Europa e especialmente sobre Londres em 1665. Este livro é, por isso mesmo, um documento fantástico, sombrio e terrivelmente revelador sobre aqueles anos tenebrosos. Pense na Covid multiplicada por dez e tente imaginar o terror dos londrinos trancados em suas casas insalubres. Este exemplar pertenceu à Biblioteca Comunitária Laís Corrêa de Araújo, desativada em 2015 por falta de recursos, conservando dela bolsa, ficha de leitor e carimbo. Cola aparente entre capa e primeira página. Muitos grifos a tinta vermelha no miolo e a lápis na última página. Cortes manchados. Capa e lombada desgastadas nas extremidades. Higienizado e embalado em plástico. 216 páginas.