Sem Palavras
Abreu, Marcio
Tipo: novo
Editora: Cobogó
Ano: 2023
Estante: Literatura Estrangeira
Peso: 100g
ISBN: 9786556910987
Idioma: Português
Cadastrado em: 19 de abril de 2024
Descrição: Sem Palavras flagra os deslocamentos e travessias que ocorrem durante um dia ao redor de um apartamento. Vindos de um país em ruínas, oito pessoas de diferentes corpos, imagens sociais, referências, histórias de vida e mundos imaginados passam por ali. A terra treme, o dentro e o fora se invadem e as gramáticas se reformulam. Uma cadela que late, uma travesti que ama e um homem que conta regressivamente são alguns dos fragmentos de existências que irão se desdobrar no palco, borbulhando em palavras. Para quem nunca teve direito à fala ou à escuta, as palavras transbordam. A partir do esgotamento e insuficiência das velhas formas para as questões do nosso tempo, Sem palavras, peça do diretor e dramaturgo Marcio Abreu, propõe uma reinvenção da linguagem através de histórias de corpos e lugares sociais diversos, que misturam teatro, dança, música e performance. Reivindicando a dimensão política e poética das palavras, ao reverberar não como lugar de poder, mas como corpo íntegro e permeável na sociedade, o texto compõe a imagem de uma multidão por vir, na qual cada singularidade vibra e ilumina possibilidades de vida. Sem Palavras encerra a trilogia iniciada por Marcio Abreu com Projeto bRASIL e PRETO (escrito com Grace Passô e Nadja Naira), também publicadas pela Coleção Dramaturgia da Cobogó. Trechos: Uma cadela late, indócil, como se estivesse excitada ou em perigo, como se estivesse diante de uma grade prestes a ser aberta e pudesse escapar, late como se estivesse diante de uma porta fechada, detrás da qual supõe estar sua dona ou amiga, viva ou morta, late olhando para o escuro, como se percebesse algo que só ela vê, e que é indizível. Ambos sabemos que isso é uma desculpa, nossas vidas não dependem disso, poderíamos viver sem inventar, sem buscar, sem dizer, como tantos zumbis que andam por aí proclamando sua estupidez orgulhosa e assassina. Poderíamos estar relegados a essa espécie de não-vida em massa que assola esse planeta. Mas, ambos sabemos, preferi
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