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LAMBER A LÍNGUA

R$ 54,90 + R$ 12,31 envio*

Tipo: novo

Editora:

Ano: 2023

Estante: Música

Peso: 280g

ISBN: 9786580672530

Idioma: Português

Cadastrado em: 25 de março de 2024

Descrição: Este livro reúne as conferências apresentadas no simpósio Lamber a língua: Caetano 80 anos, realizado no Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em 8 de agosto de 2022 – um dia após Caetano Veloso completar seu octogésimo aniversário. No evento, celebravam-se não só a vida e a obra de Caetano, como também o retorno aos encontros acadêmicos presenciais (para muitos, o primeiro desde o início da pandemia). As marcas do tempo presente despontam em algumas dos textos: isolamento, lives, desgoverno. Aniversário é momento de celebração de um “eu”. É o dia em que cada um é o Sol, festejando seu brilho de gente. Para Caetano Veloso, essa encarnação solar não se limita ao dia de seus anos. De sua vida e obra emanam muitas luzes e reflexos, sons e palavras a serem mirados. Em uma das mais célebres homenagens ao artista, sua figura é evocada no ícone dos caracóis de seus cabelos, imagem cravada por Roberto Carlos. As voltas entrecruzadas dos caracóis caetânicos podem ser associadas aos movimentos deste livro: espirais em que diferentes perspectivas lançam olhares singulares, que se entrecruzam, provocando reverberações entre si. Os artigos estão organizados sem hierarquia, apresentados pela ordem alfabética dos nomes de seus autores. Mas o acaso, como no kaos de Mautner, costuma propor as mais interessantes harmonizações. Todo disco começa pela capa, apreensão visual que costuma anteceder a audição e segue impregnada à nossa relação com a obra. E é sobre as capas de Caetano que versa o primeiro artigo, de Aïcha Barat. As multifaces das imagens sinalizam para as muitas faces do camaleão inquieto. O elemento visual provoca o sonoro, e o som de Caetano talvez só exista porque um dia ele conheceu Gilberto Gil. A celebração de um “eu” não se faz sem aqueles com quem canta: eis o mote para o artigo de Chris Fuscaldo, que aborda as singularidades da amizade entre Caetano e Gil, enriquecida por trechos de entrevista de Caetano à autora. No terceiro texto, o tempo volta, enquanto avança, no estudo de Ênio Bernardes de Andrade sobre a educação sentimental de Caetano Veloso, em sua formação lírica e auditiva, construída na infância em Santo Amaro, entre o rádio, os discos e as vozes da casa. O melhor o tempo esconde. O Caetano formado nos sons vocais e midiatizados de sua terra desdobra-se, em artigo de Júlio Diniz, no papel de intérprete do Brasil, inserido em um contexto social do pensamento brasileiro que aproxima o olhar crítico de Caetano ao de sociólogos e historiadores, como Sérgio Buarque e Gilberto Freire. No próximo salto, o Caetano compositor e ouvinte de canções se converte em musa, cantada em letras de diferentes compositores e intérpretes desde o final da década de 1960, no levantamento crítico proposto por Leonardo Davino de Oliveira. Márcia Cristina Fráguas, por sua vez, aproxima o Caetano do exílio ao Caetano dos anos 2020: voltas do passado no presente que focalizam os ires e vires dos caracóis, inclusive em suas adversidades. Esse movimento é iluminado por trecho de entrevista inédita concedida por Caetano à autora. O exílio segue como farol em texto de Mateus Baldi sobre o álbum Transa, navegado como um disco-mapa. As vozes e direções não são unívocas, mas partem de um mesmo Sol, ou um mesmo Sul, a partir do conceito de sulear, contraposição à hegemonia do hemisfério Norte. Outro disco serve como ponto de luz no artigo de Rafael Barbosa Julião: é a vez Bicho abrir os sentidos para o rebolado do desbunde, pelo qual a canção invade a cidade, entre animais e gentes, tambores e discoteca. Por fim, Roberto José Bozzetti Navarro e Edson Pereira Silva retomam o pensamento de Caetano Veloso sobre o Brasil, discutindo a compreensão do Tropicalismo como projétil na discussão “modernização-nacionalismo-cultura-música popular brasileira”, iniciada na década de 1930 entre Villa-Lobos e Mário de Andrade, e interrompida pela ditadura militar nos anos 1960. Os textos se enroscam no movimento dos caracóis: falando-se de capas, passa-se pela infância; voltando-se à infância, irrompe o exílio; de Caetano como musa, desponta a frátria de amigos como Gil; pensando-se em Bicho ou Transa, imagens voam em capas; cantando-se em inglês, evoca-se o exílio e a prisão; dos mundos lançados no mundo, interpreta-se e projeta-se o Brasil. Caetano é muito, ou muitos. Sua obra, longa e vasta, compõe a vida de incontáveis pessoas que o ouvem e cantam há décadas. It’s a long way. Ouvir e propor leituras sobre Caetano é reconhecer o profundo de seu legado, vivo muito vivo, em movimentos que nos levam a diferentes pontos, ou ao mesmo, sob outras luzes. Os caracóis se cruzam como línguas que se roçam. Vamos lamber a língua. Toma essa canção como um beijo.

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