A Educação dos Cinco Sentidos
Editora:iluminuras
Tipo:usado
Ano:2013
R$ 50,00
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Editora:iluminuras
Tipo:usado
Ano:2013
R$ 50,00
Trinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos. Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro: textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo. Edição de 2013, 157 páginas, capa, contra capa e lombada estão ok, poucos desgaste, cortes do miolo e miolo com o papel amarelado, texto íntegro, acompanha um CD.
Trinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos. Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro; textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo. Como bônus, acompanha o volume uma gravação inédita com leituras de poemas por Christophe ... Ler mais Fechar
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Trinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos. Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro: textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo. Edição de 2013, 157 páginas, capa, contra capa e lombada estão ok, poucos desgaste, cortes do miolo e miolo com o papel amarelado, texto íntegro, acompanha um CD.
Saiba maisTrinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos.Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro: textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo.Arrepiando poros e neurôniosno curto-circuito entre concisão e exuberância,erudição e sabedoria,razão e sensibilidade (sentimento + sensação), eisreeditado (depois de quase três décadasdesde sua única publicação)A educação dos cinco sentidos;livro medular da poesia de Haroldo de Campos,com suas redes de eletrodosplugados nos agoras de cada tempo -afinando simultaneamentea síntese dos poemas da fase concretae o transbordamento das Galáxias;os punti luminosi de Signantia: quasi coelume o o barroquismo presente desde o Auto do possesso;as eleições poéticas filosóficas afetivase a interlocução com as artes plásticas.Tudo converge aqui com rigor-vigore graça - quem mais poderia chamar Roman Jákobsonde "plusquesexappealgenário" (amor e humor)? -onde, depois de já ter feito "de tudo com as palavras",disposto a fazer "de nada" (minima moralia), Haroldomodula um ponto de equilíbrioentre o excesso de seu extravazante repertórioe o "mínimo imprescindível" de cada poema- equação de potências que caracterizará toda sua poesia "pós-utópica",de artesanato melofanologopaico (Pound)ultralapidado - "húbris do mínimo / que resta".Se a natureza da poesia é incorporar os sentidos que expressaem sua estrutura (quase-organismo) de linguagem material,este é um livro iniciático,que educa os cinco sentidos ao abordara educação dos cinco sentidos -tomando o mote de Marx como t(l)emado que exerce a cada mo(vi)mento:converter os signos em vias de acessodireto à experiência("...porque não distingues / o dançarino da dança")do cheiro do toque do gosto do som da cor:"o corpo é o pensador".Assim como, em birdsong: alba,o canto dos pássaros se metamorfoseia em escritaatravés das metonímias "bico" e "pena"na expressão "bico de pena".Ou em cello impromptu, que percorre matéria tátil("libido de madeira / por estas gamas de topázio"),cor ("um furor de amarelo"),sabor ("conhaque contra a luz"),aroma ("um dulçor alourado de tabaco"),som ("
Saiba maisTrinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos.Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro: textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo.Arrepiando poros e neurôniosno curto-circuito entre concisão e exuberância,erudição e sabedoria,razão e sensibilidade (sentimento + sensação), eisreeditado (depois de quase três décadasdesde sua única publicação)A educação dos cinco sentidos;livro medular da poesia de Haroldo de Campos,com suas redes de eletrodosplugados nos agoras de cada tempo -afinando simultaneamentea síntese dos poemas da fase concretae o transbordamento das Galáxias;os punti luminosi de Signantia: quasi coelume o o barroquismo presente desde o Auto do possesso;as eleições poéticas filosóficas afetivase a interlocução com as artes plásticas.Tudo converge aqui com rigor-vigore graça - quem mais poderia chamar Roman Jákobsonde "plusquesexappealgenário" (amor e humor)? -onde, depois de já ter feito "de tudo com as palavras",disposto a fazer "de nada" (minima moralia), Haroldomodula um ponto de equilíbrioentre o excesso de seu extravazante repertórioe o "mínimo imprescindível" de cada poema- equação de potências que caracterizará toda sua poesia "pós-utópica",de artesanato melofanologopaico (Pound)ultralapidado - "húbris do mínimo / que resta".Se a natureza da poesia é incorporar os sentidos que expressaem sua estrutura (quase-organismo) de linguagem material,este é um livro iniciático,que educa os cinco sentidos ao abordara educação dos cinco sentidos -tomando o mote de Marx como t(l)emado que exerce a cada mo(vi)mento:converter os signos em vias de acessodireto à experiência("...porque não distingues / o dançarino da dança")do cheiro do toque do gosto do som da cor:"o corpo é o pensador".Assim como, em birdsong: alba,o canto dos pássaros se metamorfoseia em escritaatravés das metonímias "bico" e "pena"na expressão "bico de pena".Ou em cello impromptu, que percorre matéria tátil("libido de madeira / por estas gamas de topázio"),cor ("um furor de amarelo"),sabor ("conhaque contra a luz"),aroma ("um dulçor alourado de tabaco"),som ("
Saiba maisTrinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos. Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro: textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo. Arrepiando poros e neurônios no curto-circuito entre concisão e exuberância, erudição e sabedoria, razão e sensibilidade (sentimento + sensação), eis reeditado (depois de quase três décadas desde sua única publicação) A educação dos cinco sentidos; livro medular da poesia de Haroldo de Campos, com suas redes de eletrodos plugados nos agoras de cada tempo — afinando simultaneamente a síntese dos poemas da fase concreta e o transbordamento das Galáxias; os punti luminosi de Signantia: quasi coelum e o o barroquismo presente desde o Auto do possesso; as eleições poéticas filosóficas afetivas e a interlocução com as artes plásticas. Tudo converge aqui com rigor-vigor e graça — quem mais poderia chamar Roman Jákobson de “plusquesexappealgenário” (amor e humor)? — onde, depois de já ter feito “de tudo com as palavras”, disposto a fazer “de nada” (minima moralia), Haroldo modula um ponto de equilíbrio entre o excesso de seu extravazante repertório e o “mínimo imprescindível” de cada poema — equação de potências que caracterizará toda sua poesia “pós-utópica”, de artesanato melofanologopaico (Pound) ultralapidado — “húbris do mínimo / que resta”. Se a natureza da poesia é incorporar os sentidos que expressa em sua estrutura (quase-organismo) de linguagem material, este é um livro iniciático, que educa os cinco sentidos ao abordar a educação dos cinco sentidos — tomando o mote de Marx como t(l)ema do que exerce a cada mo(vi)mento: converter os signos em vias de acesso direto à experiência (“...porque não distingues / o dançarino da dança”) do cheiro do toque do gosto do som da cor: “o corpo é o pensador”. Assim como, em birdsong: alba, o canto dos pássaros se metamorfoseia em escrita através das metonímias “bico” e “pena” na expressão “bico de pena”. Ou em cello impromptu, que percorre matéria tátil (“libido de madeira / por estas gamas de topázio”), cor (“um furor de amarelo”), sabor (“conhaque contra a luz”), aroma (“um dulçor alourado de tabaco”), som (“voz viril de pássaro encerrado”) e sensualidade (“andróginas ancas / femínias bronzeadas a verniz fogoso”) para alcançar o objetivo do simples objeto: “o cello”. Ou ainda em“cisco de sol no olho”, “nó de água”, “o ar lapidado”, “inscrições rupestres na ponta da língua”, entre outros tantos mínimos múltiplos comuns de conexão dos sentidos sentidos (Augusto). Explorando extremos, do vocabulário mais raro (“abantesmas”, “emética”, “crisoprásio”, “biófago”, “saxífraga”, “ciclâmen”) ao mais mundano (“zorra”, “strip-tease”, “pornô”, “cartoon”, “pato donald”); do incomum ao incomum — “vênus de tênis branco”, “godivas de bicicleta” — passando pelos amálgamas (“camaleocaleidoscópico”, “plusquamfuturo”, “decéuver-se”, “siamesmos”, “dispássaros”, “florchameja”) de palavras com o mesmo desassombro com que engendra teias aliterativas e paronomásticas (“o olho vê-se / no avesso do olho”, “desarticulária / de áreas reais”, “casulos resolvidos em asas”, “tomei a mescalina de mim mesmo” “nó desfeito no após do pó”), ou converte substantivos em verbos (“o olho se esmeralda”, “um riso onde a dissolta enteléquia / ... / primavera”; assim como Décio fez em “caviar o prazer / prazer o porvir / porvir o torpor / contemporalizar” e Augusto em “a flor flore / o colibri colibrisa / e a poesia poesia”, aqui citado em ode (explícita) em defesa da poesia no dia de são luckács), Haroldo contorce a forma (arco teso a todo instante) de todas as multiformas, sem perder a informalidade do sotaque natural de sua sintaxe. Pois ele sabia que é entre os entres (entre-sentidos, entre-palavras, entre-pausas, entre-dentes) que o “mínimo (não prescindível)” da poesia se faz (“o ar / lapidado: veja / como se junta esta palavra / a esta outra”); que as palavras em si não dizem nada (ou dizem apenas no inócuo dicionário), m
Saiba maisTrinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos. Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro: textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo. Arrepiando poros e neurônios no curto-circuito entre concisão e exuberância, erudição e sabedoria, razão e sensibilidade (sentimento + sensação), eis reeditado (depois de quase três décadas desde sua única publicação) A educação dos cinco sentidos; livro medular da poesia de Haroldo de Campos, com suas redes de eletrodos plugados nos agoras de cada tempo — afinando simultaneamente a síntese dos poemas da fase concreta e o transbordamento das Galáxias; os punti luminosi de Signantia: quasi coelum e o o barroquismo presente desde o Auto do possesso; as eleições poéticas filosóficas afetivas e a interlocução com as artes plásticas. Tudo converge aqui com rigor-vigor e graça — quem mais poderia chamar Roman Jákobson de “plusquesexappealgenário” (amor e humor)? — onde, depois de já ter feito “de tudo com as palavras”, disposto a fazer “de nada” (minima moralia), Haroldo modula um ponto de equilíbrio entre o excesso de seu extravazante repertório e o “mínimo imprescindível” de cada poema — equação de potências que caracterizará toda sua poesia “pós-utópica”, de artesanato melofanologopaico (Pound) ultralapidado — “húbris do mínimo / que resta”. Se a natureza da poesia é incorporar os sentidos que expressa em sua estrutura (quase-organismo) de linguagem material, este é um livro iniciático, que educa os cinco sentidos ao abordar a educação dos cinco sentidos — tomando o mote de Marx como t(l)ema do que exerce a cada mo(vi)mento: converter os signos em vias de acesso direto à experiência (“...porque não distingues / o dançarino da dança”) do cheiro do toque do gosto do som da cor: “o corpo é o pensador”. Assim como, em birdsong: alba, o canto dos pássaros se metamorfoseia em escrita através das metonímias “bico” e “pena” na expressão “bico de pena”. Ou em cello impromptu, que percorre matéria tátil (“libido de madeira / por estas gamas de topázio”), cor (“um furor de amarelo”), sabor (“conhaque contra a luz”), aroma (“um dulçor alourado de tabaco”), som (“voz viril de pássaro encerrado”) e sensualidade (“andróginas ancas / femínias bronzeadas a verniz fogoso”) para alcançar o objetivo do simples objeto: “o cello”. Ou ainda em“cisco de sol no olho”, “nó de água”, “o ar lapidado”, “inscrições rupestres na ponta da língua”, entre outros tantos mínimos múltiplos comuns de conexão dos sentidos sentidos (Augusto). Explorando extremos, do vocabulário mais raro (“abantesmas”, “emética”, “crisoprásio”, “biófago”, “saxífraga”, “ciclâmen”) ao mais mundano (“zorra”, “strip-tease”, “pornô”, “cartoon”, “pato donald”); do incomum ao incomum — “vênus de tênis branco”, “godivas de bicicleta” — passando pelos amálgamas (“camaleocaleidoscópico”, “plusquamfuturo”, “decéuver-se”, “siamesmos”, “dispássaros”, “florchameja”) de palavras com o mesmo desassombro com que engendra teias aliterativas e paronomásticas (“o olho vê-se / no avesso do olho”, “desarticulária / de áreas reais”, “casulos resolvidos em asas”, “tomei a mescalina de mim mesmo” “nó desfeito no após do pó”), ou converte substantivos em verbos (“o olho se esmeralda”, “um riso onde a dissolta enteléquia / ... / primavera”; assim como Décio fez em “caviar o prazer / prazer o porvir / porvir o torpor / contemporalizar” e Augusto em “a flor flore / o colibri colibrisa / e a poesia poesia”, aqui citado em ode (explícita) em defesa da poesia no dia de são luckács), Haroldo contorce a forma (arco teso a todo instante) de todas as multiformas, sem perder a informalidade do sotaque natural de sua sintaxe. Pois ele sabia que é entre os entres (entre-sentidos, entre-palavras, entre-pausas, entre-dentes) que o “mínimo (não prescindível)” da poesia se faz (“o ar / lapidado: veja / como se junta esta palavra / a esta outra”); que as palavras em si não dizem nada (ou dizem apenas no inócuo dicionário), m
Saiba maisTrinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos. Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro: textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo. Arrepiando poros e neurônios no curto-circuito entre concisão e exuberância, erudição e sabedoria, razão e sensibilidade (sentimento + sensação), eis reeditado (depois de quase três décadas desde sua única publicação) A educação dos cinco sentidos; livro medular da poesia de Haroldo de Campos, com suas redes de eletrodos plugados nos agoras de cada tempo — afinando simultaneamente a síntese dos poemas da fase concreta e o transbordamento das Galáxias; os punti luminosi de Signantia: quasi coelum e o o barroquismo presente desde o Auto do possesso; as eleições poéticas filosóficas afetivas e a interlocução com as artes plásticas. Tudo converge aqui com rigor-vigor e graça — quem mais poderia chamar Roman Jákobson de “plusquesexappealgenário” (amor e humor)? — onde, depois de já ter feito “de tudo com as palavras”, disposto a fazer “de nada” (minima moralia), Haroldo modula um ponto de equilíbrio entre o excesso de seu extravazante repertório e o “mínimo imprescindível” de cada poema — equação de potências que caracterizará toda sua poesia “pós-utópica”, de artesanato melofanologopaico (Pound) ultralapidado — “húbris do mínimo / que resta”. Se a natureza da poesia é incorporar os sentidos que expressa em sua estrutura (quase-organismo) de linguagem material, este é um livro iniciático, que educa os cinco sentidos ao abordar a educação dos cinco sentidos — tomando o mote de Marx como t(l)ema do que exerce a cada mo(vi)mento: converter os signos em vias de acesso direto à experiência (“...porque não distingues / o dançarino da dança”) do cheiro do toque do gosto do som da cor: “o corpo é o pensador”. Assim como, em birdsong: alba, o canto dos pássaros se metamorfoseia em escrita através das metonímias “bico” e “pena” na expressão “bico de pena”. Ou em cello impromptu, que percorre matéria tátil (“libido de madeira / por estas gamas de topázio”), cor (“um furor de amarelo”), sabor (“conhaque contra a luz”), aroma (“um dulçor alourado de tabaco”), som (“voz viril de pássaro encerrado”) e sensualidade (“andróginas ancas / femínias bronzeadas a verniz fogoso”) para alcançar o objetivo do simples objeto: “o cello”. Ou ainda em“cisco de sol no olho”, “nó de água”, “o ar lapidado”, “inscrições rupestres na ponta da língua”, entre outros tantos mínimos múltiplos comuns de conexão dos sentidos sentidos (Augusto). Explorando extremos, do vocabulário mais raro (“abantesmas”, “emética”, “crisoprásio”, “biófago”, “saxífraga”, “ciclâmen”) ao mais mundano (“zorra”, “strip-tease”, “pornô”, “cartoon”, “pato donald”); do incomum ao incomum — “vênus de tênis branco”, “godivas de bicicleta” — passando pelos amálgamas (“camaleocaleidoscópico”, “plusquamfuturo”, “decéuver-se”, “siamesmos”, “dispássaros”, “florchameja”) de palavras com o mesmo desassombro com que engendra teias aliterativas e paronomásticas (“o olho vê-se / no avesso do olho”, “desarticulária / de áreas reais”, “casulos resolvidos em asas”, “tomei a mescalina de mim mesmo” “nó desfeito no após do pó”), ou converte substantivos em verbos (“o olho se esmeralda”, “um riso onde a dissolta enteléquia / ... / primavera”; assim como Décio fez em “caviar o prazer / prazer o porvir / porvir o torpor / contemporalizar” e Augusto em “a flor flore / o colibri colibrisa / e a poesia poesia”, aqui citado em ode (explícita) em defesa da poesia no dia de são luckács), Haroldo contorce a forma (arco teso a todo instante) de todas as multiformas, sem perder a informalidade do sotaque natural de sua sintaxe. Pois ele sabia que é entre os entres (entre-sentidos, entre-palavras, entre-pausas, entre-dentes) que o “mínimo (não prescindível)” da poesia se faz (“o ar / lapidado: veja / como se junta esta palavra / a esta outra”); que as palavras em si não dizem nada (ou dizem apenas no inócuo dicionário), m
Saiba maisTrinta anos depois de seu lançamento original, a Iluminuras traz de volta A educação dos cinco sentidos, obra poética central na produção de Haroldo de Campos. Quando se completam dez anos da morte do autor, esta nova edição, preparada por Ivan de Campos, tem acréscimos importantes para uma melhor fruição do livro: textos de Kenneth David Jackson, Andrés Sánches Robaina ajudam a compreender melhor a recepção da obra, tanto no Brasil como no exterior. Encerrando o volume, o relato divertido e saudoso de João Ubaldo Ribeiro sobre um encontro com Haroldo. Arrepiando poros e neurônios no curto-circuito entre concisão e exuberância, erudição e sabedoria, razão e sensibilidade (sentimento + sensação), eis reeditado (depois de quase três décadas desde sua única publicação) A educação dos cinco sentidos; livro medular da poesia de Haroldo de Campos, com suas redes de eletrodos plugados nos agoras de cada tempo — afinando simultaneamente a síntese dos poemas da fase concreta e o transbordamento das Galáxias; os punti luminosi de Signantia: quasi coelum e o o barroquismo presente desde o Auto do possesso; as eleições poéticas filosóficas afetivas e a interlocução com as artes plásticas. Tudo converge aqui com rigor-vigor e graça — quem mais poderia chamar Roman Jákobson de “plusquesexappealgenário” (amor e humor)? — onde, depois de já ter feito “de tudo com as palavras”, disposto a fazer “de nada” (minima moralia), Haroldo modula um ponto de equilíbrio entre o excesso de seu extravazante repertório e o “mínimo imprescindível” de cada poema — equação de potências que caracterizará toda sua poesia “pós-utópica”, de artesanato melofanologopaico (Pound) ultralapidado — “húbris do mínimo / que resta”. Se a natureza da poesia é incorporar os sentidos que expressa em sua estrutura (quase-organismo) de linguagem material, este é um livro iniciático, que educa os cinco sentidos ao abordar a educação dos cinco sentidos — tomando o mote de Marx como t(l)ema do que exerce a cada mo(vi)mento: converter os signos em vias de acesso direto à experiência (“...porque não distingues / o dançarino da dança”) do cheiro do toque do gosto do som da cor: “o corpo é o pensador”. Assim como, em birdsong: alba, o canto dos pássaros se metamorfoseia em escrita através das metonímias “bico” e “pena” na expressão “bico de pena”. Ou em cello impromptu, que percorre matéria tátil (“libido de madeira / por estas gamas de topázio”), cor (“um furor de amarelo”), sabor (“conhaque contra a luz”), aroma (“um dulçor alourado de tabaco”), som (“voz viril de pássaro encerrado”) e sensualidade (“andróginas ancas / femínias bronzeadas a verniz fogoso”) para alcançar o objetivo do simples objeto: “o cello”. Ou ainda em“cisco de sol no olho”, “nó de água”, “o ar lapidado”, “inscrições rupestres na ponta da língua”, entre outros tantos mínimos múltiplos comuns de conexão dos sentidos sentidos (Augusto). Explorando extremos, do vocabulário mais raro (“abantesmas”, “emética”, “crisoprásio”, “biófago”, “saxífraga”, “ciclâmen”) ao mais mundano (“zorra”, “strip-tease”, “pornô”, “cartoon”, “pato donald”); do incomum ao incomum — “vênus de tênis branco”, “godivas de bicicleta” — passando pelos amálgamas (“camaleocaleidoscópico”, “plusquamfuturo”, “decéuver-se”, “siamesmos”, “dispássaros”, “florchameja”) de palavras com o mesmo desassombro com que engendra teias aliterativas e paronomásticas (“o olho vê-se / no avesso do olho”, “desarticulária / de áreas reais”, “casulos resolvidos em asas”, “tomei a mescalina de mim mesmo” “nó desfeito no após do pó”), ou converte substantivos em verbos (“o olho se esmeralda”, “um riso onde a dissolta enteléquia / ... / primavera”; assim como Décio fez em “caviar o prazer / prazer o porvir / porvir o torpor / contemporalizar” e Augusto em “a flor flore / o colibri colibrisa / e a poesia poesia”, aqui citado em ode (explícita) em defesa da poesia no dia de são luckács), Haroldo contorce a forma (arco teso a todo instante) de todas as multiformas, sem perder a informalidade do sotaque natural de sua sintaxe. Pois ele sabia que é entre os entres (entre-sentidos, entre-palavras, entre-pausas, entre-dentes) que o “mínimo (não prescindível)” da poesia se faz (“o ar / lapidado: veja / como se junta esta palavra / a esta outra”); que as palavras em si não dizem nada (ou dizem apenas no inócuo dicionário), m
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