O Hospede
Sylvio Amadeo
Tipo: novo
Editora: Clube de Autores
Ano: n/d
Estante: historia geral
Peso: 709g
ISBN: 9788581967820
Idioma: Não informado
Cadastrado em: 30 de abril de 2024
Descrição: livro novo nunca manuseado Fomos até a mureta e sentamo-nos. O vale estava esplêndido. Eu, para tentar distrai-la, mas, em vão, apontava as cidades que vislumbrávamos dizendo seus nomes. Estavam todas à vista. Nove cidades. Ela encostou o seu rosto no meu ombro e lá ficou, quietinha, com suas lágrimas encharcando minha camisa. O sol começou a mergulhar no horizonte, iluminando com sua cor alaranjada todas as aves, que, apressadamente, se recolhiam aos seus ninhos. Assim ficamos, quietos, calados, não havia nada mais a ser dito, não existia nenhuma palavra que não tivesse sido proferida. Experiente que ela era, vivenciava isso todos os dias nos hospitais e conhecia todo o tipo de tratamento que essa doença exigia. Eu não tinha argumentos, nem retórica para lhe dar qualquer centelha de esperança. Quando o sol se pôs, uma a uma as estrelas foram surgindo, algumas com forte intensidade, outras bem apagadas, mas surgiam. Uma leve brisa começou a soprar. Temeroso de falar qualquer frase que a comovesse, limitei-me a acariciar seus cabelos, beijar sua fronte e dizer-lhe: - Eu te amo muito, Laura. Mas, até estas poucas palavras fizeram com que ela desatasse a chorar, e a tremer. - Vamos para o carro. - eu disse e carreguei-a em meus braços. Entrando lá, liguei o ar quente, reclinei nossos bancos, abri a cobertura do teto solar e lá ficamos, lado a lado, de mãos dadas olhando as estrelas que já pontilhavam todo o firmamento e a lua, que timidamente surgia do outro lado do horizonte. E assim, meu irmão, tendo as cidades aos nossos pés, as estrelas como nosso teto, sob um luar que se intensificava mais e mais, nós nos amamos, perdida e loucamente, com a maior intensidade com que já havíamos feito, pela nossa última vez.
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