PANAMERICA
Editora:papagaio
Tipo:usado
Ano:2001
R$ 120,00
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Um livro radical. De narrativa veloz, sem diálogos ou interpretações. Continua sendo, 37 anos depois de seu lançamento, uma criação vigorosa. Capa do artista plástico José Roberto Aguilar, e prefácio inédito de Caetano Veloso, que afirma: ?José Agrippino de Paula vivenciou os conteúdos da vida no final do século passado com tanta frieza e tanta paixão que talvez não haja no mundo nenhuma obra literária contemporânea de seu PanAmérica que lhe possa fazer face. O livro soa (já soava em 1967) como se fosse a Ilíada na voz de Max Cavalera?. ... Ler mais
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R$ 120,00 usado
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R$ 136,25 usado
R$ 185,00 usado
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R$ 180,00 usado
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R$ 200,00 usado
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R$ 189,90 usado
R$ 220,00 usado
Eu tinha duplo incentivo para ler PanAmérica, pois disse o meu irmão, Marco, que este livro era citado na música Sampa do Caetano Veloso. Nós, que moramos em Embu das Artes onde residiu nos últimos anos de vida o autor deste livro, o José Agrippino de Paula, escritor e cineasta, falecido em 2007, víamos nele um tiozinho hippie e loucão, pois o mesmo passava boa parte do tempo em frente à sua casa que dava vista para a rua, com uma roupa toda branca e larga e vasta cabeleira e barba tal qual nas fotos deste relançamento pela editora Papagaio (2001). Dizia-se dele ser esquizofrênico pois, de fato, soava estar permanentemente fora da realidade. PanAmérica tem um ritmo frenético (todos os capítulos têm parágrafos únicos e, portanto, gigantes), com uma tocada surreal do começo ao fim. As formações de Agrippino afloram fazendo menção direta, esteticamente, aos filmes do David Lynch (de Império dos Sonhos), para trazer a uma referência contemporânea, mesclando flashes cinematográficos à imagens de sonhos. Certa leitura que se faz do inconsciente (focando numa ambiência freudiana que trata tanto de sonhos como de psiquismo) que, quanto mais profundo, mais confuso, pareia com o enredo de PanAmérica que não dá trégua às alegorias alucinadas. Assim como do pântano nasce a flor, o caos também nunca é neutro, como demonstra esse enredo, e dele derivam as questões do tempo, as relações humanas moderadas pelo poder, que é uma leitura que, transposta à época atual, seria bombástica frente a liturgia pseudo moralista e reacionária que voltou à baila como era nos tempos de PanAmérica, original de 1967, época de ditadura militar no Brasil. Simbólica e contextualmente, o artista plástico, Warhol, ícone da contracultura, “empresta” Marilyn Monroe, a mais citada no livro junto a uma turba de atores hollywoodianos, para o consumo (também, uma nova função para a arte na pós modernidade?) nuns days use libidinosos de fazerem inveja a uma boneca inflável. Tudo meio esquisito? De fato! Há, no livro umas deselegâncias discretas, e outras nem tanto, mas nada estranho a uma performance cultural autêntica. (por: andre_anjos1909@hotmail.com)