Livro Moqueca de Maridos - Mitos Eróticos

SKU: 29855628. Corte bem amarelado. Sem nomes ou grifos. Páginas amareladas. Ilustrado.

Capa, contra capa e lombada conservadas, possui manchas de oxidação nos cortes superior, dianteiro e inferior, paginas livres de grifos e rasuras. Lombada Rosa. 303p. (cad. 10/08/2021)

(Estoque A43018) Obra autografada pela autora. Capa, contracapa e lombada preservadas, com leves marcas de manuseio nas extremidades; bordas e miolo preservados, levemente amarelados pelo tempo, o que não interfere na leitura; páginas sem grifos e rasuras; quantidade de páginas: 310. Para mais detalhes solicitar foto. - 201665072

Moqueca de Maridos - Mitos Eróticos Betty Mindlin Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é “baixo”. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Bom estado 303 pp Loja Virtual Gold S019

conservado, uma série de contos indígenas muito diversa, excelente, 303pág.

SKU: 27665419. Condição: USADO. . Livro em bom estado de conservação, sem anotações ou grifos por dentro, com nome do antigo dono na primeira folha. - 201619254

Livro em muito bom estado C 30

Texto Completo com fotos - Legível - sem nomes, grifos ou anotações - poucos sinais de tempo.

As histórias de Moqueca de maridos são mágicas. Os mitos são contados por narradores tradicionais nas várias línguas indígenas, e traduzidos por outros tantos narradores índios, retratando um universo rico e desconhecido de povos milenares. O repertório de histórias provém de seis povos indígenas de Rondônia, que falam línguas diversas e têm tradições distintas.

HISTÓRIAS NARRADAS E TRADUZIDAS POR CONTADORES INDíGENAS E REUNIDAS POR BETTY MINDLIN NESTE RARO LIVRO DE AUTORIA COLETIVA Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é “baixo”. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Ora, para surpresa do leitor, os mitos eróticos narrados em Moqueca de maridos parecem prescindir dessa convenção dominante no moderno erotismo literário. Por maior que seja a obscenidade de suas histórias, nada nelas sugere o trabalho de rebaixamento, o que concorre para a impressão de se estar diante de um mundo sem censura. Com efeito, o imaginário sexual indígena se impõe por uma liberdade de fabulação que não encontra paralelo em nossa cultura. Longe de evocar uma visão idílica das práticas amorosas nas sociedades tribais, esse repertório inusitado coloca em cena figuras improváveis como homens menstruados, mulheres sem vagina, mães que devoram os filhos, noivas que têm amantes artificiais, jovens que engravidam de vermes e até mesmo gente que copula com espíritos. Se esses mitos desconcertam é porque, neles, o sexo circula por todos os lados, transitando à vontade entre o profano e o sagrado sem observar qualquer hierarquia. Daí a perturbadora imagem da “cabeça voraz”, comum a diversas histórias, que subverte nossas convenções em torno do alto e do baixo corporal. Na mitologia indígena, o motivo capital surge para realçar a vitalidade física de um órgão insaciável, que só obedece aos impulsos da sensualidade. Assim concebida, a cabeça deixa de funcionar apenas como cosa mentale para ostentar sua condição de matéria, abrindo-se às inesgotáveis potencialidades do erotismo. Muitas são as boas surpresas que este livro notável, assinado por Betty Mindlin e narradores indígenas, reserva ao leitor. Sua leitura proporciona um novo entendimento acerca da vida erótica. Como, então, não se encantar com esse imaginário único, em que de fato “o sexo sobe à cabeça”?

HISTÓRIAS NARRADAS E TRADUZIDAS POR CONTADORES INDíGENAS E REUNIDAS POR BETTY MINDLIN NESTE RARO LIVRO DE AUTORIA COLETIVA Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é “baixo”. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Ora, para surpresa do leitor, os mitos eróticos narrados em Moqueca de maridos parecem prescindir dessa convenção dominante no moderno erotismo literário. Por maior que seja a obscenidade de suas histórias, nada nelas sugere o trabalho de rebaixamento, o que concorre para a impressão de se estar diante de um mundo sem censura. Com efeito, o imaginário sexual indígena se impõe por uma liberdade de fabulação que não encontra paralelo em nossa cultura. Longe de evocar uma visão idílica das práticas amorosas nas sociedades tribais, esse repertório inusitado coloca em cena figuras improváveis como homens menstruados, mulheres sem vagina, mães que devoram os filhos, noivas que têm amantes artificiais, jovens que engravidam de vermes e até mesmo gente que copula com espíritos. Se esses mitos desconcertam é porque, neles, o sexo circula por todos os lados, transitando à vontade entre o profano e o sagrado sem observar qualquer hierarquia. Daí a perturbadora imagem da “cabeça voraz”, comum a diversas histórias, que subverte nossas convenções em torno do alto e do baixo corporal. Na mitologia indígena, o motivo capital surge para realçar a vitalidade física de um órgão insaciável, que só obedece aos impulsos da sensualidade. Assim concebida, a cabeça deixa de funcionar apenas como cosa mentale para ostentar sua condição de matéria, abrindo-se às inesgotáveis potencialidades do erotismo. Muitas são as boas surpresas que este livro notável, assinado por Betty Mindlin e narradores indígenas, reserva ao leitor. Sua leitura proporciona um novo entendimento acerca da vida erótica. Como, então, não se encantar com esse imaginário único, em que de fato “o sexo sobe à cabeça”?

HISTÓRIAS NARRADAS E TRADUZIDAS POR CONTADORES INDíGENAS E REUNIDAS POR BETTY MINDLIN NESTE RARO LIVRO DE AUTORIA COLETIVA Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é “baixo”. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Ora, para surpresa do leitor, os mitos eróticos narrados em Moqueca de maridos parecem prescindir dessa convenção dominante no moderno erotismo literário. Por maior que seja a obscenidade de suas histórias, nada nelas sugere o trabalho de rebaixamento, o que concorre para a impressão de se estar diante de um mundo sem censura. Com efeito, o imaginário sexual indígena se impõe por uma liberdade de fabulação que não encontra paralelo em nossa cultura. Longe de evocar uma visão idílica das práticas amorosas nas sociedades tribais, esse repertório inusitado coloca em cena figuras improváveis como homens menstruados, mulheres sem vagina, mães que devoram os filhos, noivas que têm amantes artificiais, jovens que engravidam de vermes e até mesmo gente que copula com espíritos. Se esses mitos desconcertam é porque, neles, o sexo circula por todos os lados, transitando à vontade entre o profano e o sagrado sem observar qualquer hierarquia. Daí a perturbadora imagem da “cabeça voraz”, comum a diversas histórias, que subverte nossas convenções em torno do alto e do baixo corporal. Na mitologia indígena, o motivo capital surge para realçar a vitalidade física de um órgão insaciável, que só obedece aos impulsos da sensualidade. Assim concebida, a cabeça deixa de funcionar apenas como cosa mentale para ostentar sua condição de matéria, abrindo-se às inesgotáveis potencialidades do erotismo. Muitas são as boas surpresas que este livro notável, assinado por Betty Mindlin e narradores indígenas, reserva ao leitor. Sua leitura proporciona um novo entendimento acerca da vida erótica. Como, então, não se encantar com esse imaginário único, em que de fato “o sexo sobe à cabeça”?

Livro Novo, sem uso, mas não está lacrado. Livro em estoque, envio imediato. Acabamento em brochura, formato médio; 320 páginas

HISTÓRIAS NARRADAS E TRADUZIDAS POR CONTADORES INDíGENAS E REUNIDAS POR BETTY MINDLIN NESTE RARO LIVRO DE AUTORIA COLETIVA Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é ?baixo?. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Ora, para surpresa do leitor, os mitos eróticos narrados em Moqueca de maridos parecem prescindir dessa convenção dominante no moderno erotismo literário. Por maior que seja a obscenidade de suas histórias, nada nelas sugere o trabalho de rebaixamento, o que concorre para a impressão de se estar diante de um mundo sem censura. Com efeito, o imaginário sexual indígena se impõe por uma liberdade de fabulação que não encontra paralelo em nossa cultura. Longe de evocar uma visão idílica das práticas amorosas nas sociedades tribais, esse repertório inusitado coloca em cena figuras improváveis como homens menstruados, mulheres sem vagina, mães que devoram os filhos, noivas que têm amantes artificiais, jovens que engravidam de vermes e até mesmo gente que copula com espíritos. Se esses mitos desconcertam é porque, neles, o sexo circula por todos os lados, transitando à vontade entre o profano e o sagrado sem observar qualquer hierarquia. Daí a perturbadora imagem da ?cabeça voraz?, comum a diversas histórias, que subverte nossas convenções em torno do alto e do baixo corporal. Na mitologia indígena, o motivo capital surge para realçar a vitalidade física de um órgão insaciável, que só obedece aos impulsos da sensualidade. Assim concebida, a cabeça deixa de funcionar apenas como cosa mentale para ostentar sua condição de matéria, abrindo-se às inesgotáveis potencialidades do erotismo. Muitas são as boas surpresas que este livro notável, assinado por Betty Mindlin e narradores indígenas, reserva ao leitor. Sua leitura proporciona um novo entendimento acerca da vida erótica. Como, então, não se encantar com esse imaginário único, em que de fato ?o sexo sobe à cabeça??

HISTÓRIAS NARRADAS E TRADUZIDAS POR CONTADORES INDíGENAS E REUNIDAS POR BETTY MINDLIN NESTE RARO LIVRO DE AUTORIA COLETIVA Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é “baixo”. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Ora, para surpresa do leitor, os mitos eróticos narrados em Moqueca de maridos parecem prescindir dessa convenção dominante no moderno erotismo literário. Por maior que seja a obscenidade de suas histórias, nada nelas sugere o trabalho de rebaixamento, o que concorre para a impressão de se estar diante de um mundo sem censura. Com efeito, o imaginário sexual indígena se impõe por uma liberdade de fabulação que não encontra paralelo em nossa cultura. Longe de evocar uma visão idílica das práticas amorosas nas sociedades tribais, esse repertório inusitado coloca em cena figuras improváveis como homens menstruados, mulheres sem vagina, mães que devoram os filhos, noivas que têm amantes artificiais, jovens que engravidam de vermes e até mesmo gente que copula com espíritos. Se esses mitos desconcertam é porque, neles, o sexo circula por todos os lados, transitando à vontade entre o profano e o sagrado sem observar qualquer hierarquia. Daí a perturbadora imagem da “cabeça voraz”, comum a diversas histórias, que subverte nossas convenções em torno do alto e do baixo corporal. Na mitologia indígena, o motivo capital surge para realçar a vitalidade física de um órgão insaciável, que só obedece aos impulsos da sensualidade. Assim concebida, a cabeça deixa de funcionar apenas como cosa mentale para ostentar sua condição de matéria, abrindo-se às inesgotáveis potencialidades do erotismo. Muitas são as boas surpresas que este livro notável, assinado por Betty Mindlin e narradores indígenas, reserva ao leitor. Sua leitura proporciona um novo entendimento acerca da vida erótica. Como, então, não se encantar com esse imaginário único, em que de fato “o sexo sobe à cabeça”?

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HISTÓRIAS NARRADAS E TRADUZIDAS POR CONTADORES INDíGENAS E REUNIDAS POR BETTY MINDLIN NESTE RARO LIVRO DE AUTORIA COLETIVA Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é “baixo”. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Ora, para surpresa do leitor, os mitos eróticos narrados em Moqueca de maridos parecem prescindir dessa convenção dominante no moderno erotismo literário. Por maior que seja a obscenidade de suas histórias, nada nelas sugere o trabalho de rebaixamento, o que concorre para a impressão de se estar diante de um mundo sem censura. Com efeito, o imaginário sexual indígena se impõe por uma liberdade de fabulação que não encontra paralelo em nossa cultura. Longe de evocar uma visão idílica das práticas amorosas nas sociedades tribais, esse repertório inusitado coloca em cena figuras improváveis como homens menstruados, mulheres sem vagina, mães que devoram os filhos, noivas que têm amantes artificiais, jovens que engravidam de vermes e até mesmo gente que copula com espíritos. Se esses mitos desconcertam é porque, neles, o sexo circula por todos os lados, transitando à vontade entre o profano e o sagrado sem observar qualquer hierarquia. Daí a perturbadora imagem da “cabeça voraz”, comum a diversas histórias, que subverte nossas convenções em torno do alto e do baixo corporal. Na mitologia indígena, o motivo capital surge para realçar a vitalidade física de um órgão insaciável, que só obedece aos impulsos da sensualidade. Assim concebida, a cabeça deixa de funcionar apenas como cosa mentale para ostentar sua condição de matéria, abrindo-se às inesgotáveis potencialidades do erotismo. Muitas são as boas surpresas que este livro notável, assinado por Betty Mindlin e narradores indígenas, reserva ao leitor. Sua leitura proporciona um novo entendimento acerca da vida erótica. Como, então, não se encantar com esse imaginário único, em que de fato “o sexo sobe à cabeça”?

HISTÓRIAS NARRADAS E TRADUZIDAS POR CONTADORES INDíGENAS E REUNIDAS POR BETTY MINDLIN NESTE RARO LIVRO DE AUTORIA COLETIVA Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é “baixo”. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Ora, para surpresa do leitor, os mitos eróticos narrados em Moqueca de maridos parecem prescindir dessa convenção dominante no moderno erotismo literário. Por maior que seja a obscenidade de suas histórias, nada nelas sugere o trabalho de rebaixamento, o que concorre para a impressão de se estar diante de um mundo sem censura. Com efeito, o imaginário sexual indígena se impõe por uma liberdade de fabulação que não encontra paralelo em nossa cultura. Longe de evocar uma visão idílica das práticas amorosas nas sociedades tribais, esse repertório inusitado coloca em cena figuras improváveis como homens menstruados, mulheres sem vagina, mães que devoram os filhos, noivas que têm amantes artificiais, jovens que engravidam de vermes e até mesmo gente que copula com espíritos. Se esses mitos desconcertam é porque, neles, o sexo circula por todos os lados, transitando à vontade entre o profano e o sagrado sem observar qualquer hierarquia. Daí a perturbadora imagem da “cabeça voraz”, comum a diversas histórias, que subverte nossas convenções em torno do alto e do baixo corporal. Na mitologia indígena, o motivo capital surge para realçar a vitalidade física de um órgão insaciável, que só obedece aos impulsos da sensualidade. Assim concebida, a cabeça deixa de funcionar apenas como cosa mentale para ostentar sua condição de matéria, abrindo-se às inesgotáveis potencialidades do erotismo. Muitas são as boas surpresas que este livro notável, assinado por Betty Mindlin e narradores indígenas, reserva ao leitor. Sua leitura proporciona um novo entendimento acerca da vida erótica. Como, então, não se encantar com esse imaginário único, em que de fato “o sexo sobe à cabeça”?

HISTÓRIAS NARRADAS E TRADUZIDAS POR CONTADORES INDíGENAS E REUNIDAS POR BETTY MINDLIN NESTE RARO LIVRO DE AUTORIA COLETIVA Se há um expediente literário de que se valem as obras eróticas ocidentais, pelo menos desde o Renascimento, este é por excelência o rebaixamento. Seja pelo emprego do léxico obsceno, seja pelas alusões de duplo sentido, seja pela imoralidade das imagens, essa operação da linguagem supõe sempre o deslocamento para um lugar simbólico identificado com o que é “baixo”. Trata-se, em suma, de uma escrita que submete toda experiência humana aos imperativos do baixo-ventre. Ora, para surpresa do leitor, os mitos eróticos narrados em Moqueca de maridos parecem prescindir dessa convenção dominante no moderno erotismo literário. Por maior que seja a obscenidade de suas histórias, nada nelas sugere o trabalho de rebaixamento, o que concorre para a impressão de se estar diante de um mundo sem censura. Com efeito, o imaginário sexual indígena se impõe por uma liberdade de fabulação que não encontra paralelo em nossa cultura. Longe de evocar uma visão idílica das práticas amorosas nas sociedades tribais, esse repertório inusitado coloca em cena figuras improváveis como homens menstruados, mulheres sem vagina, mães que devoram os filhos, noivas que têm amantes artificiais, jovens que engravidam de vermes e até mesmo gente que copula com espíritos. Se esses mitos desconcertam é porque, neles, o sexo circula por todos os lados, transitando à vontade entre o profano e o sagrado sem observar qualquer hierarquia. Daí a perturbadora imagem da “cabeça voraz”, comum a diversas histórias, que subverte nossas convenções em torno do alto e do baixo corporal. Na mitologia indígena, o motivo capital surge para realçar a vitalidade física de um órgão insaciável, que só obedece aos impulsos da sensualidade. Assim concebida, a cabeça deixa de funcionar apenas como cosa mentale para ostentar sua condição de matéria, abrindo-se às inesgotáveis potencialidades do erotismo. Muitas são as boas surpresas que este livro notável, assinado por Betty Mindlin e narradores indígenas, reserva ao leitor. Sua leitura proporciona um novo entendimento acerca da vida erótica. Como, então, não se encantar com esse imaginário único, em que de fato “o sexo sobe à cabeça”?